quinta-feira, 14 de março de 2013

Cartaxo: A água é do povo!


A cidade do Cartaxo, no distrito de Santarém, tem funcionado nos últimos tempos como uma “montra” da política de “bloco central”. É o exemplo claríssimo de que, quando no poder – desta feita autárquico – PS e PSD têm para com o povo e suas necessidades o mesmíssimo desprezo.

Numa Câmara Municipal onde pontificam os correlegionários de Seguro, que assegura a pés juntos – como se o PS não tivesse assinado o memorando de entendimento com a tróica germano-imperialista – que é contra as políticas de austeridade que o PSD impõe aos trabalhadores e ao povo português para que estes paguem uma dívida que não contraíram, o mesmo que assegura que está contra a transferência de activos e empresas estratégicas públicas para as mãos de privados, eis um executivo camarário, controlado pelo PS, que perante um activo público da importância estratégica e económica como o é a água, demonstra, a quem ainda restassem dúvidas, que a cantilena até pode ser diferente da de Coelho e Portas, mas a letra é a mesma.

Não contentes com o facto de terem concessionado à empresa Cartágua a exploração do sistema de água e saneamento no concelho do Cartaxo, o PS, que detém a maioria do executivo camarário tinha feito aprovar, na passada 5ª feira, de manhã, um aumento médio de 40% na factura da água a ser paga pelos munícipes, até 2018, justificando tal aumento com o facto de a empresa concessionária se ter queixado de não estar a registar os lucros que esperava quando se iniciou, em 2010, o presente contrato de concessão.

Certamente recordados dos acontecimentos que, no passado recente, levaram os trabalhadores e o povo do Cartaxo, sobre este mesmo tema, a fazer transbordar o salão nobre, quer de munícipes, quer da revolta popular, contra a privatização da água, na noite dessa mesma 5ª feira, para além dos deputados da chamada “oposição”, que votaram contra o projecto, quatro deputados municipais do PS abstiveram-se, inviabilizando  assim, a tentativa do executivo de, para satisfazer os interesses privados, consumar uma medida que agravaria as condições de vida, já de si dramáticas, do povo do concelho do Cartaxo.

Os trabalhadores e o povo do Cartaxo, que não alimentaram ilusões no passado, não as devem alimentar agora, tão pouco. Com a proximidade de eleições autárquicas os partidos do “arco do poder” na câmara tentam ,cada um à sua maneira, cavalgar o descontentamento popular. E o que faz o PCP e o BE?

Exactamente o mesmo! A questão não é estar contra o aumento do tarifário. A questão, que só o povo do Cartaxo pode resolver – a questão que nenhum dos partidos com representação na Assembleia Municipal demonstrou ter vontade política em resolver –,  é impôr a revogação do contrato com uma empresa privada, cujo objectivo é obter lucros e não o de satisfazer as necessidades das populações e da economia do concelho do Cartaxo.

A solução é fazer regressar a gestão do abastecimento de água e do saneamento ao domínio camarário. Uma parte da solução passa por, nas próximas eleições autárquicas, votar em quem efectivamente represente os interesses de quem trabalha e vive no concelho do Cartaxo.

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