terça-feira, 5 de março de 2013

Trabalhadores do sector dos transportes não desarmam na sua luta


2013-03-09-manif cartaz 01Na próxima semana os trabalhadores de várias empresas de transportes públicos irão paralisar, mostrando que não estão dispostos a ceder um milímetro que seja pelas suas justas reivindicações, lutando sem desfalecimentos contra as medidas e planos impostos pelo governo Coelho/Portas.
Nesta segunda-feira à tarde, por causa de um plenário de trabalhadores, as ligações fluviais entre o Barreiro e Lisboa irão parar por duas horas.
Na CP, as paralisações irão afectar a circulação ferroviária, começando logo no final da tarde de terça-feira e prolongando-se até a manhã de sexta-feira. Serviços urbanos, regional e inter-regional serão afectados. Na quarta e quinta-feira a própria empresa prevê “supressão em todos os serviços”.
Na terça-feira, dia 5, os efeitos da greve dos autocarros da STCP far-se-ão sentir em virtude da greve convocada por todos os sindicatos da empresa.
Não há serviços mínimos e, por isso, poucos devem ser os autocarros a circular na cidade entre as 8h00 e as 16h00.
Para sexta-feira, dia 8, a Fectrans convocou uma greve entre as 8h00 e as 17h30 nos autocarros da Carris.
No próximo dia 9 de Março, relembremos que os trabalhadores deste sector irão manifestar-se na rua, em Lisboa, quer estejam no activo ou sejam reformados, bem como as suas famílias, todos juntos contra o roubo dos seus salários, dos seus subsídios e dos seus direitos, conquistados duramente nas últimas décadas.
Este combate impõe-se como um exemplo de dignidade, de abnegação e de resistência dos trabalhadores que lutam, também, contra a demagogia mais reles destilada pela administração e pelo governo, que tentam atirar trabalhadores contra utentes, quando a luta de ambos tem um alvo comum: a tentativa de destruição de um serviço de transporte de qualidade, ao serviço do povo.
Mas, os argumentos tacanhos da administração da CP e do governo, são facilmente desmascaráveis. Enquanto os salários correspondem a cerca de 35% das receitas, o pagamento de juros da dívida que a CP foi obrigada a construir porque este, e os governos do PS, se recusaram a capitalizar as empresas de transportes, ascendem a 80% do valor das mesmas. Dívida que, é importante denunciar, se foi consolidando com a aquisição de comboios, linhas e estações num montante de cerca de 500 milhões de euros.
Outra das atoardas com que administração da CP e governo tentam iludir e manipular a “opinião pública” e a “opinião publicada” prende-se com a falácia de que na CP existem trabalhadores excedentários. Dados fornecidos pelas instituições da UE demonstram que as transportadoras ferroviárias empregam em média, na Europa, 10 trabalhadores por cada 100 passageiros, quando em Portugal esse ratio é de apenas 3 trabalhadores por cada 100 utentes.
Por isso a luta contra a privatização, o combate acérrimo contra as medidas terroristas onde se incluem despedimentos em massa, tem de ter o apoio dos utentes, porquanto eles são também prejudicados, e de que maneira e com que intensidade, pelas medidas de descapitalização das empresas públicas de transportes que, em consequência, estão a prestar uma cada vez pior serviço a quem os tem de utilizar.
Todos juntos pelo derrube deste governo deve ser a consigna que deve prevalecer sem nenhuma hesitação, impondo em seu lugar um governo Democrático Patriótico, esse ao serviço do povo, contra os ditames do grande capital impostos pela Tróica e seus agentes.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/92-movimento-operario-e-sindical/593-trabalhadores-do-sector-dos-transportes-nao-desarmam-na-sua-luta

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