sábado, 2 de março de 2013

O mandato popular que emerge do 2 de Março é claro:


Derrube do governo de traição nacional PSD/CDS! Tróica Fora de Portugal!


As grandes manifestações populares que hoje, dia 2 de Março, tiveram lugar em todo o país vieram reforçar claramente a exigência do derrube do governo de traição nacional PSD/CDS e da expulsão da tróica germano-imperialista. Mais de meio milhão de pessoas em Lisboa, cerca de 400 mil no Porto e várias centenas de milhar no conjunto das demais cidades que hoje saíram à rua, constituíram uma impressionante demonstração de luta e de unidade das massas populares e trabalhadoras em torno daqueles objectivos.

Quando durante a campanha eleitoral de 2011, o PCTP/MRPP foi claramente impedido de participar nos debates televisivos que, por “critérios jornalísticos”, se produziram apenas entre os representantes dos 5 partidos do”arco parlamentar”, precisamente porque aos partidos que tinham assinado o “memorando de entendimento” com a tróica germano-imperialista – PS, PSD e CDS – não convinha uma voz que denunciava que o que se estava a preparar nas costas do povo eram medidas terroristas e fascistas que o obrigassem, uma vez mais, a pagar uma dívida que não contraíram, nem dela retiraram qualquer benefício;

Quando, na mesma altura, uma certa “esquerda parlamentar” – mormente PCP e BE – defendiam que a solução era a mesma que haviam preconizado na “crise” de 1982 (recorde-se que apesar do BE não existir ainda, os seus precursores – UDP e PSR - defendiam as mesmas posições que hoje defendem os “bloquistas”), isto é, levar os credores a sentar-se à mesa para renegociarem a dívida, escamoteando que ela é um instrumento de dominação do grande capital, serve os objectivos da acumulação capitalista e sacrifica sempre quem em nada contribuiu para que ela se formasse – os trabalhadores e o povo ;

Quando, no rescaldo da Greve Geral Nacional de 24 de Novembro de 2011, alguns meses após a indigitação dos traidores Coelho e Portas para formarem um governo de traição e capitulação perante os interesses de uma tróica germano-imperialista, afirmámos que, perante a massiva adesão dos trabalhadores, dos reformados, dos desempregados e dos precários, do povo em geral, a essa jornada de luta memorável, uma legitimidade sociológica revolucionária tinha destruído a pretendida legitimidade eleitoral do governo PSD/CDS;

Poucos foram os que apoiaram estas posições do PCTP/MRPP, preferindo limitar-se à lamuria da “exigência” de “mudanças de política” e de “renegociação/reestruturação” da dívida.

Quando a Greve Geral Nacional de 22 de Março, apesar de o traidor João Proença, secretário-geral da UGT, ter por todos os meios tentado sabotar a sua realização, teve maior significado político do que a anterior, defendemos, de novo, que este governo de traição não tinha qualquer legitimidade e insistimos na emergência do seu derrube pois, para além de ter levado à prática uma política completamente oposta e antagónica ao programa eleitoral que defenderam e que levou uma parte do povo, iludido e enganado pelo canto da sereia de PSD e CDS, a elegê-los, prestou-se a ser serventuário dos interesses de grandes grupos financeiros e bancários estrangeiros, levando o povo ao sacrifício no altar do pagamento de uma dívida que não contraiu e da qual não retirou qualquer benefício, já mais vozes se juntaram à nossa, com o mesmo objectivo de derrubar o governo dos traidores Coelho e Portas e pôr fim ao programa ideológico e político a que tentam sujeitar o povo português.

Políticas que levaram ao empobrecimento inaudito de quem trabalha e do povo em geral, que se aprofundou com o autêntico genocídio fiscal que a Lei do Orçamento Geral do Estado para 2013 enforma. Políticas que, a não ser travada uma luta sem quartel pelo povo, que leve ao derrube do governo PSD/CDS, levarão inexoravelmente à total perda de soberania e ao remeter à condição de protectorado ou colónia do imperialismo germânico do nosso país, ao exaurir dos nossos recursos, à venda a pataco dos nossos activos e empresas estratégicas, ao aprofundar da fome, da miséria, do desemprego e da precariedade.

Demonstrando que, face à autêntica declaração de guerra que a burguesia e os seus partidos – PS, PSD e CDS, todos eles, com divergências meramente formais entre si, subscritores e defensores do “memorando” de entendimento com a tróica – declararam ao povo, este atingiu uma muito mais elevada maturidade política, está o insofismável facto de mais de um milhão de trabalhadores e elementos do povo se terem manifestado, este dia 2 de Março, nas ruas de mais de 40 cidades do nosso país, atingindo o meio milhão na capital e sede do governo de traição nacional.

Outro sintoma dessa maturidade foi perceptível no momento em que a ex-chefe dos jotas socialistas, Jamila Madeira, se prestou, provocatoriamente  a dar uma entrevista para a SIC Notícias, tentando escudar-se atrás da sua condição de “cidadã” para procurar cavalgar o descontentamento popular- para benefício da agenda pró-tróica do PS -, tendo sido de imediato interrompida por centenas de elementos do povo que, ao seu redor, entoaram palavras de ordem como, “O PS é um partido da tróica” e “O FMI não manda aqui” e mandando a ex-jotinha ir dar uma curva, antes que eles o fizessem.

É cada vez mais evidente o isolamento deste governo de traição. Apesar de ter a maioria parlamentar que lhe permite impôr toda a sorte de leis que visam o empobrecimento dos trabalhadores e do povo, de ter o beneplácito de Cavaco e o ensurdecedor e cúmplice silêncio do Tribunal Constitucional, por todo o país ficou claro que é necessário, e cada vez mais urgente, levar à prática o mandato popular que emergiu das manifestações de hoje.
É necessário, desde já, preparar e convocar uma nova greve geral nacional pelo derrube do governo de traição PSD/CDS e pela constituição de um novo governo democrático patriótico. Há todas as condições para que essa greve geral venha a ser uma jornada de luta memorável e um passo decisivo para que estes objectivos sejam alcançados.

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