terça-feira, 19 de março de 2013

Belmiro de Azevedo no Clube dos Pensadores:


Todo o Carnaval tem um Rei Momo!


Todo o Carnaval tem um rei Momo. E Belmiro de Azevedo, um daqueles lídimos representantes de uma burguesia compradora, parasitária, que faz fortuna à custa da exploração a que sujeita os trabalhadores que laboram nas empresas do grupo que detém e das actividades de “ transacção” de mercadorias que outros produzem, é um candidato natural. Acumula, aliás, com o papel de bobo da corte!

Vem isto a propósito de declarações que este energumeno parasita fez num debate que assinalou o 7º aniversário do Clube dos Pensadores, em Gaia. Clube que se arrisca, com convidados como este e o “licenciado” Relvas, a ser, cada vez mais, um clube de liquidação do pensamento crítico, ao contrário de um forum de debate de ideias, democrático e intelectualmente dinâmico, que se propunha ser.

Declarou este Rei Momo que as manifestações que vários sectores de trabalhadores e do povo têm levado a cabo, exigindo o derrube deste governo de traição, são um “ Carnaval mais ou menos permanente”, para concluir que “enquanto o povo se manifesta, a gente (dele) pode dormir mais descansada”. Pois é, pelos vistos toda a burguesia parece estar a “dormir pouco, mas bem”! Mas, resolvam os trabalhadores alguns problemas de organização, algumas fragilidades de direcção, consiga o povo unir-se, finalmente, em torno de princípios e objectivos claros, e o Rei Momo Belmiro, mais o seu palhaço Azevedo, deixarão de dormir o “sono dos justos”!

Mas, contrariamente aos desejos que expressa, os operários, os trabalhadores, o povo, que não contraíram esta dívida, nem dela beneficiaram, estão contra a “prioridade na captação de fundos” preconizada por este parasita para que o estado capitalista “não abra falência”.  É que essa receita já é bem conhecida. Passa pelo roubo dos salários e do trabalho, pelo confisco ilegal de subsídios de férias e de natal, pelos sucessivos cortes nas “prestações sociais”, pelo aumento do IVA da taxa mínima para a máxima em produtos considerados essenciais para a “dieta básica” dos trabalhadores, a que o povo está a ser sujeito.

Quando em Março de 1850, Karl Marx endereçava em carta do Comité Central à Liga dos Comunistas a tese de que "Se os democratas reclamam a regularização da dívida pública, os operários reclamam a falência do estado", ele sabia perfeitamente que a dívida foi, e sempre será, um instrumento de domínio e chantagem das classes detentoras da riqueza e dos meios de produção sobre as classes trabalhadoras ou sobre os povos e nações colonizados.

Mas, paradigmático de como os parasitas não valorizam o trabalho dos outros, pois construíram o seu “modo de vida” à custa da especulação e de actividades não-produtivas, estão as suas afirmações que contrariam aqueles que defendem que as economias não se devem basear em mão-de-obra barata. Fazendo tábua rasa do facto de não haver nenhuma evidência científica de que, sendo praticada uma visão tailorista de trabalho intensivo, pouco qualificado e baratinho, tal aporte “ganhos de produtividade” ou “vantagens competitivas”, a besta conclui:“Não sei por que não… porque se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém”! A velha máxima burguesa de que quem cria emprego é o detentor dos meios de produção e, no seu caso, de distribuição, devendo os trabalhadores ficar gratos e submissos por tal “facto”.

Bem pode Belmiro pensar que tem um sono descansado. Mas, a revolta, a luta e o empenho do povo no derrube deste governo de traição nacional PSD/CDS estão a despertar e, ao fazê-lo, serão o seu maior pesadelo e tirar-lhe-ão, certamente, o sono. Os tempos de parasitagem, beneficiando do “chapéu de chuva” protector dos sucessivos governos PS e PSD, por vezes com o CDS pela trela, estão a acabar.

É que, derrubado este governo de traição nacional e expulsa do país a tróica germano-imperialista, os trabalhadores e o povo querem constituir um governo democrático patriótico, recuperar o tecido produtivo que, ao ter sido destruído para beneficiar a agricultura francesa, a frota de pescas espanhola e a indústria pesada e ligeira alemã, beneficiou uma casta de parasitas, que vivem à custa da mera actividade de “ transacção” de mercadorias e da especulação, como é o caso de grupos de empresas como aquela onde este Belmiro parasita pontifica.

O que os trabalhadores e o povo português querem – e lutam por tal objectivo – é recuperar a soberania e a independência económica e política de Portugal, único garante para alcançarem o direito a uma vida digna e próspera.

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