Todo o Carnaval tem um Rei Momo!
Todo o Carnaval tem um rei Momo. E Belmiro de Azevedo, um
daqueles lídimos representantes de uma burguesia compradora, parasitária, que
faz fortuna à custa da exploração a que sujeita os trabalhadores que laboram
nas empresas do grupo que detém e das actividades de “ transacção” de mercadorias
que outros produzem, é um candidato natural. Acumula, aliás, com o papel de
bobo da corte!
Vem isto a propósito de declarações que este energumeno parasita fez num debate que assinalou o 7º aniversário do Clube dos Pensadores,
em Gaia. Clube que se arrisca, com convidados como este e o “licenciado”
Relvas, a ser, cada vez mais, um clube de liquidação do pensamento crítico, ao
contrário de um forum de debate de ideias, democrático e intelectualmente
dinâmico, que se propunha ser.
Declarou este Rei Momo que as manifestações que vários
sectores de trabalhadores e do povo têm levado a cabo, exigindo o derrube deste
governo de traição, são um “ Carnaval mais ou menos permanente”, para concluir que
“enquanto o povo se manifesta, a gente (dele) pode dormir mais descansada”.
Pois é, pelos vistos toda a burguesia parece estar a “dormir pouco, mas bem”!
Mas, resolvam os trabalhadores alguns problemas de organização, algumas
fragilidades de direcção, consiga o povo unir-se, finalmente, em torno de
princípios e objectivos claros, e o Rei Momo Belmiro, mais o seu palhaço
Azevedo, deixarão de dormir o “sono dos justos”!
Mas, contrariamente aos desejos que expressa, os operários,
os trabalhadores, o povo, que não contraíram esta dívida, nem dela
beneficiaram, estão contra a “prioridade na captação de fundos” preconizada por
este parasita para que o estado capitalista “não abra falência”. É que essa receita já é bem conhecida. Passa
pelo roubo dos salários e do trabalho, pelo confisco ilegal de subsídios de
férias e de natal, pelos sucessivos cortes nas “prestações sociais”, pelo
aumento do IVA da taxa mínima para a máxima em produtos considerados essenciais
para a “dieta básica” dos trabalhadores, a que o povo está a ser sujeito.
Quando em Março de 1850, Karl
Marx endereçava em carta do Comité Central à Liga dos Comunistas a tese de que "Se
os democratas reclamam a regularização da dívida pública, os operários reclamam
a falência do estado", ele sabia perfeitamente que a dívida foi, e
sempre será, um instrumento de domínio e chantagem das classes detentoras da
riqueza e dos meios de produção sobre as classes trabalhadoras ou sobre os
povos e nações colonizados.
Mas, paradigmático de como os parasitas não valorizam o
trabalho dos outros, pois construíram o seu “modo de vida” à custa da
especulação e de actividades não-produtivas, estão as suas afirmações que
contrariam aqueles que defendem que as economias não se devem basear em mão-de-obra
barata. Fazendo tábua rasa do facto de não haver nenhuma evidência científica
de que, sendo praticada uma visão tailorista de trabalho intensivo, pouco
qualificado e baratinho, tal aporte “ganhos de produtividade” ou “vantagens
competitivas”, a besta conclui:“Não sei por
que não… porque se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém”!
A velha máxima burguesa de que quem cria emprego é o detentor dos meios de
produção e, no seu caso, de distribuição, devendo os trabalhadores ficar gratos
e submissos por tal “facto”.
Bem pode Belmiro pensar que
tem um sono descansado. Mas, a revolta, a luta e o empenho do povo no derrube
deste governo de traição nacional PSD/CDS estão a despertar e, ao fazê-lo,
serão o seu maior pesadelo e tirar-lhe-ão, certamente, o sono. Os tempos de
parasitagem, beneficiando do “chapéu de chuva” protector dos sucessivos
governos PS e PSD, por vezes com o CDS pela trela, estão a acabar.
É que, derrubado este governo
de traição nacional e expulsa do país a tróica germano-imperialista, os
trabalhadores e o povo querem constituir um governo democrático patriótico,
recuperar o tecido produtivo que, ao ter sido destruído para beneficiar a
agricultura francesa, a frota de pescas espanhola e a indústria pesada e ligeira
alemã, beneficiou uma casta de parasitas, que vivem à custa da mera actividade
de “ transacção” de mercadorias e da especulação, como é o caso de grupos de
empresas como aquela onde este Belmiro parasita pontifica.
O que os trabalhadores e o
povo português querem – e lutam por tal objectivo – é recuperar a soberania e a
independência económica e política de Portugal, único garante para alcançarem o
direito a uma vida digna e próspera.
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