domingo, 17 de março de 2013

Os Coelhos!


Um dos Coelhos que mais tem ensombrado a vida dos trabalhadores e do povo português e que se tem revelado um “bom aluno” e canino serventuário dos interesses da tróica germano-imperialista, transformando o nosso país num protectorado ou colónia, sobretudo da Alemanha, fez anunciar, através do seu “xanax” de serviço, Vítor Gaspar, aquilo para o que o PCTP/MRPP, há cerca de dois anos vinha a denunciar: que esta dívida – insistimos, que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício – era IMPAGÁVEL (claro que o Gaspar e os seus chefes Coelho e Portas não colocam as coisas assim) e que, fossem quais fossem as medidas que se adoptassem, a fogueira ateada por ela nunca se extinguiria e seria o povo a sofrer na carne os efeitos da onda de calor por si libertada.

Com juros faraónicos associados, com medidas adoptadas que provocam recessão e nenhum crescimento se vislumbra, bem pelo contrário agravando-se o desemprego e a precariedade, não surpreende que Gaspar, a mando de Coelho, venha com aquele ar sorumbático que lhe é característico – rodeado de “brilhantes” secretários de estado para caucionar a “excelência” das medidas que anuncia – bater com a mão no peito e afirmar que a culpa dos sucessivos erros de avaliação e previsão que efectuou e propôs, não era dele, mas sim de factores que lhe eram estranhos e externos!

Nada mais falso! A situação que hoje os trabalhadores e o povo português vivenciam tem um rosto e tem responsáveis. Desde logo, este governo de traição nacional PSD/CDS. Mas, também, os governos PS e o em boa hora corrido Sócrates. Todos eles responsáveis pela destruição sistemática do nosso tecido produtivo, todos eles responsáveis pelas trafulhices jurídico-políticas que são as PPP’s, todos eles responsáveis por autênticos batalhões de corruptos a viverem à custa do orçamento de estado, isto é, dos impostos que são roubados a quem trabalha.

Não há que ter ilusões! Mais de três décadas de sucessivos governos de “bloco central” – PS e PSD, por vezes com o CDS pela trela – demonstram à saciedade que o programa de ambos tem o mesmo conteúdo, apenas deriva na forma e na linguagem utilizada. E, tanto assim é que, pasme-se, o PS tirou ontem da cartola, na apresentação de José Junqueiro,  como candidato à presidência da Câmara de Viseu, o seu Coelho…o Jorge! O que faz correr o Jorge da Mota-Engil? O Jorge que se “sente bem” em voltar às lides “públicas”? Desde logo, esta noção egoísta do “sabe-me bem”, que revela que, muito mais do que a preocupação com a situação para a qual os trabalhadores e o povo português foram atirados, está a sua vontade pessoal e egoísta de se sentir bem.

Depois, em nenhum momento da sua intervenção dedicou uma palavra que fosse para fazer um balanço crítico àcerca do governo em que pontificou o seu amigo Sócrates, percursor da invasão imperial e da subjugação do país e dos trabalhadores e do povo português aos ditames da tróica germano-imperialista, fazendo tábua rasa sob a circunstância de o seu partido ser um dos subscritores do memorando com o FMI/FEEF/BCE. Pudera!

Ficou claro, até para o mais distraído, que o que moveu, então, o Coelho Jorge, a voltar a vestir a pele de tribuno – e a “saber-lhe bem” – não foi a preocupação com o facto de o povo estar a ser cada vez mais sujeito a um empobrecimento inaudito e o país estar a ser exaurido dos seus recursos. Nada disso! A sua preocupação, como representante dos interesses de um dos maiores grupos da construção civil, e não só,  a Mota-Engil, é que, num orçamento de estado, todo ele estruturado em volta do princípio de saquear o salário e o trabalho para queimar no altar da dívida, uma fatia desse orçamento não se destine a beneficiar, como no passado, “obras de regime” que tantos lucros e mordomias proporcionaram à sua empresa.

Demonstrativo de que entre estes dois Coelhos apenas uma coisa os distingue: um dá pelo nome de Pedro e outro de Jorge!

O tempo de que com papas e bolos se enganam os tolos já lá vai Coelho Jorge! A classe operária, os trabalhadores, o povo em geral, estão cada vez mais conscientes de que a única saída para a sua luta consiste no derrube deste governo de traição nacional e de todos os que apoiaram as suas medidas e no isolamento de toda a cáfila de oportunistas que escamoteiam, como o PS o faz, que são a favor da tróica e do seu memorando. Consciência que se estende à necessidade de constituir um governo democrático patriótico cuja primeiríssima medida seja a da suspensão do pagamento da dívida e dos juros faraónicos que os grandes grupos financeiros e bancários, com os alemães à cabeça, estão a impôr. 

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