sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Contra uma demagógica visão da competitividade económica!

Para mascarar o assumido objectivo de empobrecer o povo e quem trabalha revelado à dias por Passos Coelho, o governo de traição nacional prepara-se com afinco para aprovar mais uma das suas reformas de regime, a saber, a diminuição do IRC (Imposto Sobre o Rendimento de Capitais).

Peça chave, segundo a burguesia e os serventuários da tróica germano-imperialista, para tornar mais competitiva a economia portuguesa, desde que associada a outras medidas, de natureza terrorista e fascista, que o governo de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco, tem vindo a aplicar e que visam a facilitação e embaretecimento do desemprego e o roubo dos salários e do trabalho, quer através do aumento da carga horária, quer através da diminuição do valor a atribuir ao trabalho extraordinário, quer roubando dias de férias e feriados.

O que se pretende escamotear, no entanto, é que a proclamada necessidade de tornar mais competitiva a economia portuguesa assenta, por um lado, na baixa do IRC – o que implicará numa diminuição dos contributos do capital para o financiamento dos serviços que cumpram as necessidades do povo - e, por outro, que o grande visado será sempre a componente trabalho, isto é, os custos salariais ou custos unitários do trabalho.

Quanto a esta última componente, compete-nos desmascarar de forma clara a demagogia que a burguesia e o governo terrorista e fascista de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco, tem produzido àcerca desta questão. Por cada bem produzido em Portugal vejamos como é, em média, constituído o respectivo custo:

·         30% é representado pelos chamados custos de contexto, ou seja, impostos, energia, juros pagos à banca por financiamentos, custos com a Justiça e com o relacionamento com a Administração Pública, taxas, burocracia, etc.;

·         40% é representado pelas matérias-primas e outros bens que têm de ser incorporados no processo produtivo – e que são, actualmente e em grande medida, importados;

·         Sendo que os restantes 30% representam, então, os custos salariais, os chamados custos unitários do trabalho – salário, contribuições para a segurança social, prémios de seguros de acidentes e outros custos administrativos.

Isto significa que um abaixamento brutal de 10% dos salários, representaria apenas uma diminuição de 3% (10% de 30%) no custo geral dos bens produzidos e um abaixamento de 15% representaria uma diminuição de 4,5% no custo final do produto. Isto é, não representaria, efectivamente, qualquer ganho de competitividade para a economia portuguesa.

Portanto, o objectivo de abaixamento dos salários que este governo tem levado a cabo, com o objectivo de assegurar a quem trabalha o mínimo essencial à sua subsistência e da sua família, tem de ser outro, bem diverso, do anunciado pela demagógica bandeira da competitividade.

Quanto a nós, a par do esbulho dos activos e empresas estratégicas que o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista visa, o que se pretende é que Portugal seja um fornecedor de mão de obra barata, pouco qualificada e intensiva para os grandes grupos industriais europeus, com os alemães à cabeça, que lhes permita a comodidade de encontrar no continente europeu – e à mão de semear -,  mão de obra barata e dócil à qual, nos dias que correm, têm de ir ao continente asiático obter.


É por isso que defendemos que a luta sindical, muito para além de incorporar a reivindicação salarial e a luta contra os abusos terroristas e fascistas que estão a ser cometidos contra quem trabalha, tem de ousar reclamar, organizar e mobilizar a luta dos trabalhadores e do povo português, luta que passa pela convocação de todas as greves gerais que sejam necessárias convocar,  pelo tempo que for o mais indicado e eficaz, para o emergente derrube de um governo de serventuários que se presta a impôr, a favor dos interesses da tróica germano-imperialista, este tipo de medidas, bem como a aceitar a chantagem da dívida que, para além de empobrecer o povo, conduz à total perda da independência do país.

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