No próximo dia 29 de Setembro, vai realizar-se o sufrágio
para escolha dos novos titulares dos cargos políticos de governação das
autarquias locais, concelhos e freguesias. Votar nos partidos que, a sós ou
coligados, têm sido responsáveis pelos destinos de Lisboa há mais de três
décadas, é votar em mais do mesmo.
Lisboa está transformada, hoje, numa cidade deserta, sem
vida, numa cidade que perdeu nos últimos 40 anos cerca de 10 mil habitantes por
ano, estando actualmente reduzida a metade da população que tinha na altura do
25 de Abril de 1974.
Como foi possível chegar-se a este estado de coisas? Foi
possível porque Lisboa foi sequestrada por um Plano Director Municipal (PDM) da
responsabilidade política, no essencial, do Dr. Jorge Sampaio e entretanto refinado por António Costa e os seus
pares, quer através da Carta Estratégica ou do Documento de Lisboa 2020, quer
através do novo PDM aprovado nas vésperas do término do seu mandato. Planos
Directores que mais não constituem do que uma aliança entre o poder municipal e
os partidos nele representados e o pato bravismo da construção civil.
O PDM de Jorge Sampaio veio colocar, quer a indústria, quer
os serviços mais avançados, fora da cidade, a tal ponto que hoje não se vê um
único operário na cidade de Lisboa, o que aconteceu nomeadamente com o Vale de
Alcântara, com Braço de Prata, com a Zona Oriental de Lisboa e com o Eixo Cabo
Ruivo-Moscavide.
Sem indústria, sem classe operária, falta a mola propulsora
do desenvolvimento das grandes cidades, conforme se verifica, por exemplo, em
Londres, Viena, Barcelona ou Hamburgo. Com efeito, todas as grandes cidades
nasceram de uma grande e forte industrialização, pois a verdade é que se a
indústria passa a estar situada fora da cidade, então, a cidade manda borda
fora o que produz riqueza para o país. E é por isso que neste últimos anos
Lisboa perdeu, para além de metade da sua população, 50% do seu Produto Interno
Bruto (PIB), a preços correntes.
Para compensar a quebra de receitas que a indústria
representava, os partidos do poder criaram e aprovaram um regime de impostos
das finanças locais profundamente errado e que fez com que a grande fonte das
receitas do município passasse a ser realizada através do Imposto Municipal
sobre Imóveis (IMI) e também do Imposto Municipal sobre as Transacções (IMT), o
que conduziu a que quanto mais construção cívil e cimento houver, mais receitas
entrarão no município.
O PCTP/MRPP e os seus candidatos aos órgãos autárquicos da
capital – Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia - são os únicos que podem propôr um plano que
faça regressar a Lisboa a indústria, não numa base poluidora como acontecia nos
anos 60 e 70, mas uma indústria moderna, assente nas novas regras de não
poluição, tecnologicamente avançada e geradora de importantes mais valias como
são exemplo as indústrias biomédicas ou de nanotecnologia, entre muitas outras.
O único plano capaz de criar emprego, riqueza, progresso e
bem estar para os munícipes de Lisboa.
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