quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Uma "Campanha Alegre"!

A liberdade de informar e de ser informado, segundo um dos barões da chamada comunicação social, Pinto Balsemão, é como a fantasia de qualquer dilecto fascista ou candidato a tal, isto é, uma estrada de sentido único.

Ou seja, Pinto Balsemão, perante a recomendação da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de que as televisões são obrigadas a dar tratamento igual a todas as candidaturas autárquicas,  segundo um princípio ditado  pela história da democracia, desde os tempos da Grécia Antiga, e a lei fundamental do país – a Constituição -, vem defender o que todo o grande capital, os partidos da burguesia que o representa e os grandes grupos financeiros que detêm os meios de comunicação,  há muito advogam.  Isto é, nestas como noutras ocasiões, só terá voz quem estes grupos decidirem que não põe em causa os seus interesses de classe.

A atitude das direcções dos três principais canais de televisão generalista – a RTP, a SIC e a TVI – de não cobrir as campanhas eleitorais, realizar entrevistas ou promover debates entre os candidatos dos vários partidos ou listas ou candidatos independentes, queixando-se de que, ao serem obrigadas a fazê-lo pela CNE segundo o princípio da igualdade de tratamento para todos os que se apresentam a estas eleições, estão a ser privadas do seu direito de informar, segundo os critérios que bem entendem, é um acinte.

 Uma posição de força contra a decisão favorável à providência cautelar que o PCTP/MRPP moveu contra essas televisões durante a campanha eleitoral para as legislativas de 2011, durante a qual esses órgãos de comunicação social, por critérios jornalísticos, impediram que  partidos como o PCTP/MRPP confrontassem os responsáveis sobre a situação e denunciassem que estes já tinham previamente acordado com a tróica germano-imperialista a solução para a saída da crise, solução para a qual se tinham convocado eleições antecipadas para o povo se poder pronunciar. O que transformou esse acto eleitoral numa autêntica farsa!

A liberdade que esta gente reclama é a de informar a opinião pública segundo os critérios jornalísticos que melhor enfatizem as propostas políticas daqueles que, no poder central ou nas autarquias, melhor reproduzam e facilitem a acumulação capitalista, a exploração do povo e de quem trabalha e o programa de serventia à tróica germano-imperialista que se instalou através, primeiro, do em boa hora corrido governo de Sócrates e, agora, pelo governo de traição nacional protagonizado por Coelho e Portas e tutelado por Cavaco.

Para esta gente a liberdade de ser informado corresponde à contingência de o povo e quem trabalha só poder ter acesso à informação que à burguesia mais convém para se perpetuar no poder, manipulando a consciência das massas, distorcendo a realidade e os factos, mormente de que foi a prossecução desta política de bloco central entre PS e PSD, com o CDS sempre pela trela, que mergulhou Portugal na crise e na dívida, patrocinando abencerragens como as PPP’s, os SWAP’s, as empresas municipais, etc.

A liberdade de formatar na consciência das massas que a crise da dívida e do défice se deveu ao facto de o povo ter andado a viver acima das suas possibilidades. A liberdade de escamotear que esta dívida não foi contraída pelo povo, nem o povo retirou dela qualquer benefício. A liberdade de tudo fazer para contrariar a única saída que resta ao povo, que é rejeitar o  pagamento dessa dívida se não quiser ver agravadas as suas condições de vida, a fome, a miséria e o desemprego, para as quais as medidas fascistas e terroristas, que os partidos do bloco central aceitaram executar ao serviço da tróica germano-imperialista, estão a conduzir.

Onde estava a Comunicação Social quando o bloco central, em nome da solução da crise, da dívida e do défice, firmou um acordo de traição aos interesses nacionais, aos interesses do povo, o famigerado Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista?

Porque não reclamou na altura o direito a ser informada, para ter o direito de informar, dos termos em que esse acordo de traição nacional foi firmado e que consequências da sua aplicação adviriam para o povo e quem trabalha?

Porque não reclamou o direito à liberdade de informar e de ser informada sobre o conteúdo de um acordo – o Memorando de Entendimento - que visa o empobrecimento do povo português, a sujeição do país à condição de protectorado e ao esbulho dos activos e empresas estratégicas?

Ao contrário do que a dita comunicação social agora defende e reclama, isto é, a liberdade de informar, o que se passou, quer nas eleições legislativas de 2011, quer na actualidade, é que se limitou a servir de eco da voz do dono, escamoteando as razões porque a dívida e o défice que as medidas contidas naquele Memorando de Entendimento eram suposto fazer diminuir  tem, no entanto,  vindo a agravar-se.


Organizar, mobilizar e dirigir o povo para o derrube deste governo de traição nacional e para a constituição de um governo democrático patriótico implicará, também, consequências para todos os órgãos, personalidades ou partidos que tenham contribuído para a tentativa de perpetuar a exploração do povo e de quem trabalha e roubado a soberania nacional a Portugal.

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