A liberdade de informar e de ser informado, segundo um dos barões da chamada comunicação social, Pinto Balsemão, é como a fantasia de qualquer
dilecto fascista ou candidato a tal, isto é, uma estrada de sentido único.
Ou seja, Pinto Balsemão, perante a recomendação da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de que as
televisões são obrigadas a dar tratamento igual a todas as candidaturas
autárquicas, segundo um princípio ditado
pela história da democracia, desde os
tempos da Grécia Antiga, e a lei fundamental do país – a Constituição -, vem
defender o que todo o grande capital, os partidos da burguesia que o representa
e os grandes grupos financeiros que detêm os meios de comunicação, há muito
advogam. Isto é, nestas como noutras
ocasiões, só terá voz quem estes grupos decidirem que não põe em causa os seus
interesses de classe.
A atitude das direcções dos três principais canais de
televisão generalista – a RTP, a SIC
e a TVI – de não cobrir as campanhas eleitorais, realizar entrevistas ou
promover debates entre os candidatos dos vários partidos ou listas ou
candidatos independentes, queixando-se de
que, ao serem obrigadas a fazê-lo pela CNE segundo o princípio da igualdade de
tratamento para todos os que se apresentam a estas eleições, estão a ser
privadas do seu direito de informar,
segundo os critérios que bem entendem, é um acinte.
Uma posição de força
contra a decisão favorável à providência cautelar que o PCTP/MRPP moveu contra
essas televisões durante a campanha eleitoral para as legislativas de 2011,
durante a qual esses órgãos de
comunicação social, por critérios jornalísticos,
impediram que partidos como o PCTP/MRPP
confrontassem os responsáveis sobre a situação e denunciassem que estes já
tinham previamente acordado com a tróica germano-imperialista a solução para a saída da crise, solução para a qual se tinham convocado eleições
antecipadas para o povo se poder pronunciar. O que transformou esse acto
eleitoral numa autêntica farsa!
A liberdade que esta gente reclama é a de informar a opinião pública segundo os critérios
jornalísticos que melhor enfatizem as propostas políticas daqueles que, no
poder central ou nas autarquias, melhor reproduzam e facilitem a acumulação
capitalista, a exploração do povo e de quem trabalha e o programa de serventia
à tróica germano-imperialista que se instalou através, primeiro, do em boa hora
corrido governo de Sócrates e, agora, pelo governo de traição nacional
protagonizado por Coelho e Portas e tutelado por Cavaco.
Para esta gente a liberdade
de ser informado corresponde à contingência de o povo e quem trabalha só
poder ter acesso à informação que à
burguesia mais convém para se perpetuar no poder, manipulando a consciência das
massas, distorcendo a realidade e os factos, mormente de que foi a prossecução
desta política de bloco central entre
PS e PSD, com o CDS sempre pela trela, que mergulhou Portugal na crise e na
dívida, patrocinando abencerragens como as PPP’s, os SWAP’s, as empresas municipais, etc.
A liberdade de
formatar na consciência das massas que a crise da dívida e do défice se deveu
ao facto de o povo ter andado a viver acima
das suas possibilidades. A liberdade
de escamotear que esta dívida não foi contraída pelo povo, nem o povo retirou
dela qualquer benefício. A liberdade
de tudo fazer para contrariar a única saída que resta ao povo, que é rejeitar o
pagamento dessa dívida se não quiser ver
agravadas as suas condições de vida, a fome, a miséria e o desemprego, para as
quais as medidas fascistas e terroristas, que os partidos do bloco central aceitaram executar ao
serviço da tróica germano-imperialista, estão a conduzir.
Onde estava a Comunicação Social quando o bloco central, em nome da solução da crise, da dívida e do défice, firmou um acordo de traição aos interesses nacionais, aos interesses do povo, o famigerado Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista?
Onde estava a Comunicação Social quando o bloco central, em nome da solução da crise, da dívida e do défice, firmou um acordo de traição aos interesses nacionais, aos interesses do povo, o famigerado Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista?
Porque não reclamou na altura o direito a ser informada,
para ter o direito de informar, dos termos em que esse acordo de traição
nacional foi firmado e que consequências da sua aplicação adviriam para o povo
e quem trabalha?
Porque não reclamou
o direito à liberdade de informar e
de ser informada sobre o conteúdo de
um acordo – o Memorando de Entendimento
- que visa o empobrecimento do povo português, a sujeição do país à condição de
protectorado e ao esbulho dos activos e empresas estratégicas?
Ao contrário do que a dita comunicação social agora defende e reclama, isto é, a liberdade de informar, o que se passou, quer nas
eleições legislativas de 2011, quer na actualidade, é que se limitou a servir
de eco da voz do dono, escamoteando as razões porque a dívida e o défice que as
medidas contidas naquele Memorando de Entendimento eram suposto fazer
diminuir tem, no entanto, vindo a agravar-se.
Organizar, mobilizar e dirigir o povo para o derrube deste
governo de traição nacional e para a constituição de um governo democrático
patriótico implicará, também, consequências para todos os órgãos,
personalidades ou partidos que tenham contribuído para a tentativa de perpetuar
a exploração do povo e de quem trabalha e roubado a soberania nacional a
Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário