LISBOA PODE E DEVE SER UM GRANDE PORTO ATLÂNTICO INTERNACIONAL !
Nas páginas do meu
blogue faço eco da Posição da candidatura do
PCTP/MRPP à Câmara de Lisboa sobre a importância estratégica do Porto de
Lisboa e propostas sobre a zona ribeirinha da capital, bem como a
responsabilidade e competências do município de Lisboa nesta matéria.
O Porto de Lisboa existe há já
quase quatro mil anos e foi em torno dele que a nossa cidade cresceu e se
desenvolveu.
O sequestro de que, por
virtude dum PDM liquidacionista e castrador, Lisboa é presentemente vítima
passa também pela negação e inviabilização do papel fundamental que o Porto de
Lisboa tem a desempenhar no desenvolvimento económico e social, não só da própria cidade e de toda a Região Especial
de Lisboa, mas também, para não dizer sobretudo, do País.
Com uma localização
geo-estratégica tão preciosa e importante (que permitiria, e permite, fazer de
Lisboa a grande porta de entrada e de saída de passageiros e mercadorias por
via marítima), um estuário com as condições de navegabilidade e beleza natural
como o do Tejo, Lisboa foi afinal transformada pelos Partidos que têm passado
pelo Poder num mísero apeadeiro fluvial e o rio foi retirado ao contacto, ao
usufruto e ao convívio dos cidadãos que junto dele vivem ou trabalham ou que
simplesmente o vêm visitar, e entregue a essa instituição feudal que é a
Administração do Porto de Lisboa, tornada dona absoluta e senhorial das margens
do rio, de Vila Franca até Cascais.
É por tudo isto que também o
Porto de Lisboa e toda a zona ribeirinha têm de ser resgatados e se tem de
romper com este verdadeiro garrote que hoje asfixia por completo a cidade e
impede o seu desenvolvimento.
Deste
modo, os contentores e os navios de transporte não devem ser dela retirados (e
muito menos para os despejar na Trafaria !!), antes devem aqui ser mantidos e
incrementados, naturalmente nas localizações que menos prejudiquem as outras
actividades, pois essa é uma das condições para que Lisboa seja a principal
porta de entrada e de saída de mercadorias de e para o continente europeu, como
ponto privilegiado que é das grandes rotas marítimas provindas dos continentes africano e
americano e agora também, com a conclusão das obras de alargamento do Canal do
Panamá, do próprio Oriente e das suas potências chamadas “emergentes”, como a
Índia e a China.
Lisboa pode
ser e deve ser um grande porto atlântico internacional ! Por isso, toda a zona portuária
deve ser modernizada e apetrechada, o transporte ferroviário pesado deve vir
até ela, permitindo assim que os contentores possam ser de imediato
descarregados e carregados com pleno aproveitamento e eficiência da infra-estrutura
portuária, em particular nos extremos da zona Oriental e Ocidental da Capital.
Lisboa tem
também de ser um grande porto de navios de cruzeiro. E é inaceitável que - tal como
sucede hoje com os sequestradores da cidade no Poder – receba por ano menos
navios que o Porto do Funchal, onde só cabem 6 navios de cada vez. A extensão
até à zona dos terminais de cruzeiro da grande ferrovia nacional e
internacional, bem como de uma rede de transportes públicos rápidos, cómodos e
baratos é indispensável para o pleno aproveitamento das potencialidades
turísticas do País e da sua Capital.
A
facilitação e embaratecimento das actividades da náutica de recreio e do
turismo fluvial (designadamente
com o alargamento das zonas de parqueamento e de acesso ao rio e o abaixamento
das astronómicas taxas actualmente cobradas pela Administração do Porto de
Lisboa) e a construção de infra-estruturas adequadas de apoio aos pescadores
(em vez de atirar uns contra os outros como sucedeu com a inaceitável
expulsão dos pescadores da doca de Pedrouços aquando da última grande regata
internacional) são outras medidas tão indispensáveis quanto urgentes para tirar
o máximo proveito duma das mais belas baías hidrográficas do Mundo como é a do
nosso Rio Tejo.
A zona
ribeirinha em toda a área não estritamente portuária deve ser plenamente
devolvida aos cidadãos.
Deve assim ser consertada e intervencionada de forma a que todos quantos nela
queiram descansar, passear, conviver ou praticar desporto o possam fazer de
forma fácil, segura e sem custos.
O rio é a alma
da cidade e todos quantos nela vivem ou trabalham, ou a vêm simplesmente
visitar, devem poder usufruir dele plenamente !
O Porto de Lisboa pode e deve, pois, ser – e tem todas as
condições para isso desde que a política que presida ao município seja a
correcta ! – um grande porto atlântico internacional, de mercadorias e de
cruzeiros, fervilhante de actividade económica, um grande pólo de actividade
turística e de recreio e simultaneamente um belo e aprazível espaço de lazer e
de contacto com o que há de mais belo na Natureza.
Mas para isso
impõe-se romper com o sequestro da capital por um PDM cozinhado tão-somente
para satisfazer os interesses da construção e da especulação imobiliárias e
para tornar Lisboa num subúrbio de 3ª categoria, e que por isso mesmo deve ser
imediatamente revogado e substituído por outro que permita e até imponha fazer
do Porto de Lisboa aquilo que ele verdadeiramente pode e deve ser.
Há que deixar
claro que no Porto de Lisboa, bem como nos Transportes ou nos
Abastecimentos da cidade, quem deve mandar é a cidade, e nenhum outro
Poder.
A
Administração do Porto de Lisboa deve ser extinta e as suas funções, à luz
desta nova política, devem ser atribuídas a uma nova Direcção dos Municípios
para a zona ribeirinha.
Deve ser
defendida até ao fim a autonomia municipal. Que corte com os interesses anti-populares que
sequestraram a nossa bela cidade e que exija do Poder Central as alterações
legislativas e os meios financeiros indispensáveis para fazer de Lisboa uma
cidade repleta de vida, de pessoas, de actividade económica e de cultura e onde
os cidadãos tenham a efectiva qualidade de vida a que têm mais do que legítimo
direito !
É esse o
mandato da candidatura do PCTP/MRPP à Câmara Municipal de Lisboa e é por estas
ideias que nos bateremos com todas as nossas forças !
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