Constituem uma autêntica falácia e uma desesperada
tentativa de mistificar a situação, as repetidas alusões de Coelho e Portas –
coadjuvados pelo seu mentor Cavaco – de que a condição de protectorado em que
reconhecem que hoje se encontra Portugal está cada vez mais perto do seu fim,
na medida em que o governo, através das medidas terroristas e fascistas que tem
aplicado contra o povo português, tem sabido
e conseguido lidar com a crise e com
o deficit.
Isto apesar de ser uma evidência que desde que se iniciou a
execução do plano de reajustamento
que era suposto fazer reduzir a dívida e o deficit do país, ambos os factores
não terem parado de aumentar, sendo certo que no final de 2013 a dívida será
muito superior a 130% do Produto Interno Bruto (PIB).
Desde que em 2011 PS, PSD e CDS assinaram o Memorando de Entendimento com a
tróica que denunciámos o facto de que o
pacto que ele representava iria agravar e exponenciar a condição de Portugal como protectorado ou colónia do
imperialismo germânico e que, enquanto se persistisse no objectivo de pagar uma
dívida ilegítima, ilegal e odiosa, nunca Portugal poderia ver-se livre dessa
humilhante condição para a qual aqueles traidores e vendidos tinham atirado o
país e o povo português.
Isto porque, como então também denunciámos, a dívida cujo
pagamento estão a impor, a ferro e fogo, ao povo português, para além de não
ter sido contraída por ele, nem o povo dela ter retirado qualquer benefício,
mais não é do que a consequência e o corolário de uma política que os
serventuários Sócrates, Cavaco, Coelho e Portas aceitaram e que assentou, e
continua a assentar, na aceitação da
destruição do nosso tecido produtivo, da venda a retalho de activos e empresas
públicas estratégicas e de uma cada vez maior dependência do exterior.
Dependência que se traduz no facto de termos, hoje, com o
nosso tecido produtivo destruído, que importar mais de 80% daquilo de que
necessitamos para satisfazer as necessidades básicas do povo e, simultâneamente,
gerar economia, o que levará, sem apelo nem agravo, a que o ciclo de
endividamento se reproduza ininterruptamente, de forma sempre crescente, o que,
a par do agravamento da recessão a que as medidas terroristas e fascistas que o
governo de traição nacional impôs ao povo, e dos juros faraónicos que a tróica
germano-imperialista e os grandes grupos financeiros e bancários – com os
alemães à cabeça – impõem, tornará a dívida IMPAGÁVEL!
A dívida impagável e a condição de protectorado infindável!
Isto porque, mesmo que se acreditasse em milagres divinos e a dívida – em parte
ou na totalidade – viesse a ser paga, a condição de protectorado para a qual os
sucessivos governos PS e PSD, acolitados pelo CDS e tutelados por Cavaco,
atiraram Portugal permanecerá inalterada por virtude do tão elogiado Tratado
de Lisboa que criou o MEE (Mecanismo
de Estabilidade Europeia) – o famigerado governo
económico europeu!
Numa conjuntura em que o PS de Seguro tenta cavalgar o
descontentamento popular, recusando-se a fazer um balanço crítico do governo do
seu antecessor Sócrates – um governo do piorio, em boa hora corrido pelo povo,
somente suplantado pelo actual – e querendo fazer crer que nada tem a ver com a
actual situação, é bom lembrar que quem preparou, apadrinhou e aportou novas e criativas propostas para o Tratado
de Lisboa foi precisamente
Sócrates e o PS , tratado que, tanto quanto se sabe, Seguro nunca fez menção de
dizer que pretende denunciar.
Recordamos que o MEE é
um mecanismo que obriga todos os estados membros, particularmente os que
aderiram à zona euro, a incorporar
nas suas constituições a possibilidade de ser um organismo externo ao seu país, o tal governo económico europeu, a definir a política orçamental de cada
um desses países e a tornar meros serventuários dos ditames do directório
europeu, onde a potência dominante é a Alemanha, autênticos tiranetes e
traidores nacionais como o são Coelho, Portas, Cavaco e todos aqueles que
aceitarem o pagamento desta dívida e a submissão a uma política orçamental – e
não só – não ditada pelos interesses e necessidades do povo português, mas
antes ditada pela estratégia e pelos interesses, sobretudo de uma potência como
a alemã.
Neste contexto, a dívida é a argamassa ou o cimento que
molda a estrutura da dominação colonial, composta, por um lado, pela capacidade
deste governo económico europeu ter a
capacidade de impôr a política orçamental a todos os países que subscreveram o Tratado
de Lisboa e, por outro, pelo marco travestido de euro que rouba a
autonomia da política cambial que melhor pudesse servir os interesses de cada
um desses países. Todos eles instrumentos de domínio e chantagem manipulados
por uma potência com um superavit industrial e financeiro resultante, precisamente,
da estratégia que conseguiu impôr aos outros países europeus, de destruição dos
seus tecidos produtivos – a Alemanha que consegue, sem disparar um único tiro o
que Hitler não conseguiu: dominar e subjugar a Europa e posicionar-se como
potência mundial de referência!
Daí defendermos desde sempre que não basta derrubar este
governo nem recusar o pagamento desta dívida. Há que constituir um governo
democrático patriótico que, para além de implementar um plano económico e
financeiro rigoroso e que defenda os interesses do povo português e a soberania
nacional, se assegure em romper o colete de forças que constituem os dois
instrumentos responsáveis pela perda de independência nacional e pelo
agravamento das condições de vida do povo – precisamente o euro e a União
Europeia!
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