Exclusivo: Marrocos/Israel, 2
oficiais marroquinos mortos numa base israelita por fogo balístico iraniano
René Naba, 24 DE JUNHO DE 2025
EM Actualités
Última atualização em 24 de junho de 2025
Exclusivo https://www.madaniya.info/
Marrocos Israel: Dois oficiais marroquinos mortos numa base israelita por um míssil balístico iraniano.
Dois oficiais marroquinos foram mortos e
um terceiro soldado ficou ferido na base aérea de Meron por um míssil balístico
iraniano, segundo uma mensagem do gabinete de ligação marroquino em Israel
recebida pelo www.madaniya.info/ de uma fonte extremamente fiável.
As duas vítimas são o comandante Jamal
Idrissi e o capitão Mehdi Janour. Um terceiro oficial, Noureddine Tazzi, ferido
durante o ataque, foi transportado para o Hospital Ramban (Haifa).
Datada de 20 de Junho de 2025, a mensagem
que anuncia a morte dos dois oficiais marroquinos qualifica o míssil balístico
iraniano como «agressão iraniana contra a base de Meron» e não como resposta
iraniana a uma agressão israelita caracterizada.
A base de Meron (Galiléia), localizada no
topo do Monte Jarmak, é uma base de vigilância aérea situada a 158 km de Telavive.
O seu raio de acção cobre o tráfego aéreo do norte de Israel, Líbano, Síria,
Chipre e Turquia. Uma segunda base de vigilância aérea foi instalada no sul de
Israel, em Mitzupe Ramon.
A base de Meron foi bombardeada em 8 de Janeiro
de 2024 pelo Hezbollah libanês, em retaliação ao assassinato de um líder do
Hamas na capital libanesa, Saleh Al Arouri, uma semana antes.
A mensagem especifica que os três oficiais
marroquinos estavam presentes em Israel no âmbito do «programa de formação
conjunta com as forças israelitas», sem especificar a natureza desse programa
de formação conjunta, nomeadamente se se trata de proteger a mesquita Al Aqsa
de Jerusalém, do sucessivo avanço dos extremistas israelitas, deste terceiro
local sagrado do Islão, do qual o rei de Marrocos, Mohammad VI, ostenta
oficialmente o título de «presidente do Comité Al Qods»?
Ou trata-se de uma formação conjunta para
perseguir os palestinianos tanto de Gaza como da Cisjordânia? Ou ainda para se
infiltrar entre os palestinianos de Israel, os famosos «árabes israelitas», com
o objectivo de lhes obter informações? Ou pior, para aprender os métodos
israelitas de repressão da população palestiniana para os aplicar contra a
população marroquina ao regressar ao país?
Não foi possível confirmar ou infirmar
essas informações, tanto em Israel, devido à censura que reina no país em
relação às actividades militares do Estado hebreu, como em Marrocos, onde o
silêncio é obrigatório para tudo o que diz respeito às relações
israelo-marroquinas.
Outro problema se coloca no funeral desses
oficiais falecidos: a epígrafe que será gravada nos seus túmulos. «Morto pela
Palestina»? «Vítimas inocentes da arbitrariedade real»? «Carne para canhão de
um conflito de poder»? «Vítima do sentido do dever de um país governado por um
Comandante dos crentes», cujos súbditos lhe prestam obediência cega, segundo a
expressão latina «perinde ac cadaver»?
Epicentro do jogo diplomático árabe desde
a sua independência, em 1956, acolhendo tanto a cimeira árabe de Casablanca
(1965), como a cimeira islâmica de Rabat (1969), e as duas cimeiras árabes de
Fez (1981 e 1982), o Marrocos, desde a assinatura de um tratado de paz com
Israel, em 2020, parece marginalizado, à semelhança do Egipto, antigo líder da
luta nacionalista árabe, agora reduzido ao papel de intermediário da diplomacia
israelo-americana.
Document
·
https://www.renenaba.com/maroc-israel-hassan-ii-la-grande-imposture/
MAIS SOBRE AS
RELAÇÕES MARROQUINO-ISRAELITAS:
René Naba
Jornalista e escritor, ex-responsável
pelo mundo árabe-muçulmano no serviço diplomático da AFP, depois conselheiro do
director-geral da RMC Médio Oriente, responsável pela informação, membro do
grupo consultivo do Instituto Escandinavo dos Direitos Humanos e da Associação
de Amizade Euro-Árabe. De 1969 a 1979, foi correspondente rotativo no
escritório regional da Agência France-Presse (AFP) em Beirute, onde cobriu,
nomeadamente, a guerra civil jordano-palestiniana, o «Setembro Negro» de 1970,
a nacionalização das instalações petrolíferas do Iraque e da Líbia (1972), uma
dezena de golpes de Estado e sequestros de aviões, bem como a guerra do Líbano
(1975-1990), a terceira guerra israelo-árabe de Outubro de 1973 e as primeiras
negociações de paz entre o Egipto e Israel em Mena House, no Cairo (1979). De
1979 a 1989, foi responsável pelo mundo árabe-muçulmano no serviço diplomático
da AFP [ref. necessária], depois conselheiro do director-geral da RMC Médio
Oriente, encarregado da informação, de 1989 a 1995. Autor de «L'Arabie saoudite, un
royaume des ténèbres» (Golias), «Du Bougnoule au sauvageon, voyage dans
l'imaginaire français» (Harmattan), «Hariri, de père en fils, hommes
d'affaires, premiers ministres» (Harmattan), «Les révolutions arabes et la
malédiction de Camp David» (Bachari), «Média et Démocratie, la captation de
l'imaginaire un enjeu du XXIme siècle» (Golias). Desde
2013, é membro do grupo consultivo do Instituto Escandinavo dos Direitos
Humanos (SIHR), com sede em Genebra. Além disso, é vice-presidente do Centro
Internacional Contra o Terrorismo (ICALT), em Genebra; presidente da associação
de caridade LINA, que actua nos bairros do norte de Marselha, e presidente
honorário da «Car tu y es libre» (Quartier libre), que trabalha para a promoção
social e política das zonas periurbanas do departamento de Bouches-du-Rhône, no
sul da França. Desde 2014, é consultor do Instituto Internacional para a Paz, a
Justiça e os Direitos Humanos (IIPJDH), com sede em Genebra. Desde 1 de Setembro
de 2014, é responsável pela coordenação editorial do site https://www.madaniya.info e apresentador de uma coluna semanal na Radio
Galère (Marselha), às quintas-feiras, das 16h às 18h.
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Este artigo foi traduzido
para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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