quarta-feira, 1 de julho de 2020

O grande capital Americano dividido entre as facções Republicana e Democrata










Paradoxalmente


 "Paradoxalmente, num momento em que a classe dominante precisaria da confiança do povo na polícia para manter a lei e a ordem contra as inevitáveis ​​revoltas populares provocadas pela crise económica e sanitária, Trump quebrou essa confiança. Quando o capital dos EUA precisava da união nacional para travar a guerra contra a China emergente, Trump torpedeou essa união sagrada. No momento em que a economia precisa da submissão dos trabalhadores para aceitar os sacrifícios inevitáveis, Trump está a estimular a resistência dos trabalhadores através das suas políticas repressivas. Contra toda a lógica, Trump parece estar a tentar alienar a população americana ferida  pela deterioração das suas condições de vida e de trabalho. A menos que os protestos identitários publicitados pelo Black Lives Matter (BLM: "black lives matter" – “vidas negras importam” – nota do tradutor), e instrumentalizados pela facção da burguesia americana afiliada no Partido Democrata, permitam que o eleitorado afro-americano seja atraído para a batalha eleitoral presidencial prevista para Novembro próximo?”

Vivemos uma grande época

Estamos a viver um grande momento, a história mundial escreve-se em tempo real diante dos nossos olhos. A comunicação social a soldo, mesmo quando procura ocultar a verdade e fazer engolir a propaganda de uma ou de outra facção do capital, não pode deixar de erguer uma ponta do véu sobre as negociações, as fraudes, os crimes que um clã comete contra o outro e vice-versa. A história ensina-nos que uma das condições da insurreição populista leva a classe dominante a paralisar politicamente até que não possa mais governar, até perder toda a legitimidade. Estamos a aproximar-nos desse ponto sem retorno ou de as facções do capital exasperadas por ver as suas fortunas de "Monkey Money" (dinheiro de fantasia – nota do tradutor) se desmoronar – se evaporar - apesar dos milhares de biliões de divisas que os bancos centrais imprimem e que os governos desacreditados e falidos despejam.
Evidentemente, o grande capital é atraído para um processo de mudança de guarda à cabeça do império do capital mundializado. Esse vasto programa está-se a desenrolar diante de nós, independentemente de nós, e as ridículas mascaradas eleitorais não são de natureza a apaziguar a população que os governos incompetentes estão a tornar precários, empobrecidos, proletarizados, paralisados ​​e em prisão domiciliária sem entender que sob o capitalismo assalariado - sem assalariado produtor de riqueza - essa é a calamidade ... mesmo os serviços de saúde não serão mais assegurados. Que a senhora pequeno-burguesa não compreenda a relação entre economia produtiva e a assistência médica de qualidade ... podemos  entender. Mas, que um pateta político que parece vir de Júpiter não compreenda vai para além da compreensão. A menos que esses políticos calculistas nada possam fazer, tal como os bilionários que os patrocinam. Isso explicaria as decepções de Donald Trump, o Republicano, da mesma forma que explicarão os contratempos do seu possível substituto "Sleepy Joe" (o Joe Biden “dorminhoco” – nota do tradutor), o Democrata.

O paradoxo dos ricos que liquidam uma parte da sua riqueza

Estamos a testemunhar o "emburguesamento" (do inglês «compradorisation» - nota do tradutor) do capital ocidental (como havia acontecido há uma trintena de anos atrás com o capital soviético). No Ocidente, muitos sectores industriais que produzem mais-valia são desclassificados - em termos de produtividade e lucratividade - e, portanto, são condenados a fechar. A pandemia seguida de confinamento mortal proporcionou a oportunidade perfeita para anunciar o encerramento dessas fábricas não rentáveis ​​em França, no Canadá, nos Estados Unidos e em todo o Ocidente. Não temam pelos bilionários ocidentais: eles emergirão do confinamento reduzido, mas ainda ricos. Enfim, eles têm uma escolha? Não, bilionários ocidentais não têm escolha ... eles devem fechar as suas fábricas não rentáveis ​​o mais rápido possível, a fim de minimizar custos - não sem antes obter, com a ajuda de sindicatos reformistas, montes de falsos subsídios dos Estados falidos. Exemplo: o fabricante britânico de motores aeronáuticos Rolls-Royce realiza 10% da sua facturação na China e acaba de obter ajuda do governo britânico para continuar a sua relocalização! O mesmo acontece com a General Motors, que produz mais de 20% da sua produção na China "Comunista" (sic). A Renault ameaça fechar fábricas em França se a empresa não obtiver subsídios do estado francês. A Renault não está a ameaçar fechar as suas fábricas na China. Os políticos são mobilizados para fazer reclamações patrióticas para justificar esses subsídios a empresas que ainda assim fecharão as suas fábricas não competitivas.

A feira das subvenções para bilionários é organizada às custas dos Estados burgueses sobre- endividados por causa da pandemia falsa. Os governos do G20 comprometeram-se a gastar 10 triliões de dólares para ajudar a financiar a saída do confinamento mortal que eles mesmos impuseram e isso está a arrastar-nos para a recessão com 25 a 30% de desemprego antecipado.

Falsa pandemia e confinamento mortal

Pandemia e confinamento ou não, o colapso económico era inevitável ​​para o campo Atlântico. O destino está lançado desde a subida de gama da indústria chinesa, o desenvolvimento do 5G e o lançamento do imenso projecto das “Novas Rota da Seda”, em que o crescente poder hegemónico da China investirá um trilião de dólares em infraestruturas para reconfigurar as redes globais de transporte que agora sairão daquele país e se espalharão por todo o planeta.

A pandemia e o confinamento mortal serviram de pretexto para justificar essa desclassificação Atlântica e explicar o surgimento do novo Império Chinês. Aduladores, jornalistas e conspiradores chamam a essa mudança de guarda, o estabelecimento de uma "Nova Ordem Mundial" pela "Besta à espreita no estado profundo" (sic) . https://les7duquebec.net/archives/256075.  Resta saber se os dois blocos imperialistas (Estados Unidos e China) se poderão entender quanto à partilha dos despojos sem recorrer à guerra bacteriológica ou nuclear.

Todos terão compreendido que esta encenação oportunista - aproveitando a instável situação económica mundial - não foi efectuada sem problemas - atritos e confrontos dentro da classe dominante. Durante quatro anos, o gladiador americano rugiu na sua jaula cada vez mais estreita e desengonçada e hoje recusam-lhe um segundo mandato (!) Transferir milhares de biliões de dólares em dívidas soberanas do estado fétiche, sobre as costas dos proletários é ao mesmo tempo complicado e arriscado para a camarilha republicana, enquanto a camarilha do capital financeiro em Wall Street pensa que o cavalo democrata seria mais capaz de ter sucesso com a farsa.

São cada vez mais numerosas as pessoas que entendem que esses abonos e essas subvenções salariais a crédito que caem como a chuva terão que um dia ser reembolsados ​​pelo pagador dos impostos salariais. Quem pode garantir que a mula assalariada assuma calmamente a sua carga quando se esforça para suprir as necessidades básicas da sua família e quando o seu emprego não está garantido? A revolta popular está às portas da Casa Branca, quem quer que seja o inquilino. A luta de classes torna-se mais complicada dentro do stablishment (sistema – nota do tradutor) e contra a classe assalariada. https://les7duquebec.net/arhives/255392.






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