Resumo
A doença COVID-19 é real.
Nos cuidados intensivos, tratei de pessoas com pneumonia viral grave
com um aspecto fora do comum.
O meu propósito não é subestimar essa realidade. O meu propósito é o
de relativizar a sua importância, colocá-la no seu verdadeiro contexto.
Muitas outras patologias tão graves ou até mais graves que o
COVID-19 continuam a manifestar-se. Tudo o resto não deve ser esquecido sob o
disfarce do COVID-19, num momento em que todo o mundo não fala senão disso.
As consequências nefastas das medidas tomadas para controlar esta doença superam agora o benefício esperado dessas medidas, algumas das quais são também inúteis.
Essas consequências são:
§
Pobreza
§
Desemprego em massa
§
De pressão
§
Doenças devidas ao stress
§
Agravamento das doenças psiquiátricas
§
Agravamento de doenças (cardio-vasculares, pulmonares,
cancros ...) cuja cobertura está entre parênteses
§
Vícios : alcoolismo, tabagismo,
drogas, jogo…
§
Enfraquecimento do sistema imunitário, o
que é chocante visto que este é o nosso melhor aliado face ao COVID-19
§ Violências, confrontações civis
O meu propósito é igualmente retomar a gestão política
desta crise. Sublinho os erros apresentados e verificados, com sucesso ou em evidência. As
autoridades oficiais, os media profissionais conduziram a população a aceitar
decisões muito criticáveis e isso é inaceitável.
Retomo 5 questões específicas :
1. Confinamento
2. Máscaras
3. Hydroxychloroquina
4. Testes (RT-PCR e
serológicos) e imunidade
5. Vacinas
1)
O confinamento
estrito (Bélgica, França) não teve os efeitos desejados. Isso até piorou as
coisas! Tudo isso à custa de um excesso
de mortalidade não-COVID, cuja
extensão ainda não é conhecida. A Suécia oferece um ponto de comparação salutar
com cuidados mais eficientes e, acima de tudo, mais humanos, sem confinamento
total nem uso de máscara obrigatória.
2)
As autoridades ignoram ou minimizam os efeitos
deletérios das máscaras. Por quê ? As máscaras são
erroneamente consideradas como a principal protecção por uma parte da população.
Na realidade, as máscaras podem piorar a contaminação. Fazem esquecer ou
banalizar as outras medidas não farmacêuticas. Estas, recomendadas pela OMS,
são muito mais eficazes e consistem em lavar as mãos regularmente e manter uma
distância física. Outra medida muito importante, ventilação / arejamento
adequado de espaços confinados, nunca é mencionada na media.
3)
A hidroxicloroquina
(HCQ) é um medicamento usado
contra a malária e um anti-viral. Já existe há dezenas de anos. Alguns o
julgaram de maneira tão agressiva que é como se essas pessoas nunca quisessem ter
ouvir sobre um tratamento tão simples contra o COVID.
O HCQ é barato e promissor,
desde que permaneça num ambiente médico ao alcance de qualquer clínico geral ou
hospital e seja prescrito com antecedência suficiente, aos primeiros sinais ou
sintomas do COVID-19. No entanto, tem sido sub-utilizada, diabolizada em países confinaram de forma estrita. Esses países e os
seus governos preferem esperar por tratamentos mais caros, não confiáveis, mais
perigosos, mas muito lucrativos (como anti-virais ou vacinas). Essa situação
cria uma suspeita legítima quanto à real independência das suas instituições em
relação à poderosa indústria farmacêutica.
4)
Os testes
engendraram muitos mal-entendidos. A técnica de RT-PCR é realizada usando uma zaragatoa nasofaríngeoa e é usada
para rastreamento molecular do vírus SARS-CoV-2. As serologias IgG (imunoglobulinas ou anticorpos IgG), realizadas a
partir do sangue, são usadas para testemunhar a presença ou ausência de imunização (protecção humoral) contra esse
mesmo vírus. Em ambos os casos, esses testes são pouco fiáveis. A sua utilidade é
sobre-estimada, mesmo pelos médicos. Esses testes, RT-PCR e sorologias, não
respondem às questões colocadas. A causa é a complexidade da imunidade humana. Não se trata apenas
da produção de anticorpos. A imunidade inata e a imunidade celular não humoral
não são avaliadas por nenhum desses testes e, juntamente com a imunidade
cruzada, desempenham papéis importantes na defesa anti-viral, muito mais do que os
anticorpos.
5)
As pessoas esperam impacientemente por uma vacina. As autoridades declaram que só
uma vacina nos permitirá voltar ao normal. O princípio da vacinação é baseado na ideia de que a
imunidade depende principalmente de anticorpos. É falso. Que
paradoxo! Por um lado, alguns pedem que tomemos muito cuidado com a hidroxicloroquina quando ela é
conhecida há muito tempo e os seus efeitos colaterais são fáceis de controlar.
Por outro lado, essas mesmas pessoas estão
prontas para assumir grandes riscos com a nossa saúde, vendendo produtos
perigosos para a imunidade natural (vacinas). Tudo isso enquanto queimam as
etapas necessárias para a elaboração de um produto seguro e eficaz.
COVID-19 :
mais perto da verdade –
Confinamento – parte 1/5
Conforme explicado neste excelente artigo [1] por três
autores especializados em matemáticas aplicadas a modelos estatísticos, Gilles
Pech de Laclause, Arnaud Delenda e Lana Augustincic (MD), o contexto do
confinamento na recente pandemia viral é o seguinte:
"As medidas de distanciamento,
isolamento e confinamento para gerir o desenvolvimento de uma pandemia estão em
conformidade com o significado da OMS
dos" NPI " para"
intervenção não farmacêutica ": elas não relevam do campo médico, mas da liberdade pública e das
políticas de saúde pública […] Essas medidas “não farmacêuticas” pertencem ao
contrato social entre os cidadãos e o Estado.
A intervenção não farmacêutica de confinamento total ou "bloqueio" (“lock down”), também designado como isolamento social total, significa uma prisão
domiciliar de toda a população, com raras excepções (as chamadas profissões
essenciais, como cuidadores, policias, factores importantes, recolha de lixo,
caixas de supermercado), porém sujeitos a um controle rigoroso (justificação
para deslocações, distanciamento social, contactos limitados, uso de luvas e
máscaras).
Existiram vários níveis de confinamento :
1.
Isolamento social total, estrito, ou
lock down, como na Bélgica
2.
Isolamento social limitado, confinamento
mais suave como na Holanda, ou seja, quarentenas selectivas, como na Alemanha
3.
Nada de isolamento social, simples
medidas de distanciamento sem obrigatoriedade de uso de máscara. Como na
Suécia. Essa medida drástica do lock down jamais havia sido utilizada
na história da humanidade, a uma tal escala, como foi o caso da Bélgica.
Porquê um tal
confinamento total ?
Para “salvar vidas”, “aplanar a curva” e « conter o pico » da
epidemia, « evitar o congestionamento dos hospitais”.
Mesmo que o contrário seja regularmente afirmado na
imprensa, inclusive por pessoas apresentadas como especialistas nessas questões,
nenhum desses objectivos nobres foram alcançados, podemos dize-lo hoje. Os modelos
epidemiológicos usados para justificar tais medidas mostraram-se falsos [2].
Se considerarmos os
dados de forma rigorosa e honesta, o confinamento total apresentou mesmo
efeitos inversos [1] :
§
Diminuição da taxa de cura
§
Sobrecarga da capacidade hospitalar
§
Sobre-mortalidade
Ninguém pode classificar os autores do artigo de
« conspiracionismo » e ainda menos de amadorismo.
Está totalmente no seu domínio de competência, de especialidade
mesmo, com gráficos, argumentos claros e numerosas referências. Ademais, são
independentes das instituições, dos governos, das universidades ou dos
laboratórios cuja agenda poderia tê-los influenciado.
A Suécia fez uma escolha diferente da Bélgica, mais conforme aos
direitos humanos e à prudência e graças a ela, temos uma prova científica que a
sua escolha foi a menos má no terreno.
Sem complicar a discussão, é importante definir R [R (0), R(T)], o indicador que avalia a velocidade de propagação
da epidemia no seio de uma população, dito de outra forma, o número médio de
indivíduos infectados no instante 0, R (0) que se torna R(T) no momento T.
Frequentemente usado na imprensa ou pelos assessores governamentais para justificar o bloqueio, o indicador R é colocado no seu verdadeiro contexto.
R é confundido com a taxa de contacto entre pessoas numa
população, enquanto esse elemento, taxa
de contacto, é apenas um parâmetro usado para calcular R. Esta confusão
distorceu as estimativas dos modelos epidemiológicos usados pelos órgãos “oficiais".
" A taxa de contacto é apenas
um elemento do cálculo de R. Os NIPs como o confinamento actuam sobre a taxa de
contacto, não directamente sobre o R.
As conclusões do artigo são incontestáveis :
§
Os NPI como o confinamento
total não adiaram o pico de novos casos e não aplanaram a curva de novos casos.
§
Os NPI como o
confinamento total não adiaram o pico da mortalidade e não aplanaram a curva da
mortalidade.
Como explicar que, com uma melhor capacidade hospitalar no
início (5,6 camas hospitalares por habitante em 2018 e cerca de 2000 camas de
cuidados intensivos) e com o recurso ao isolamento social, a Bélgica não se
saiu melhor, fez ainda pior com um excesso de mortalidade, em comparação com um
país como a Suécia, que não recorreu ao isolamento social e, inicialmente,
tinha metade dos recursos: 2,2 camas hospitalares per capita em 2018 e um quarto
dos seus recursos em camas de cuidados intensivos (540 no início da crise,
aumentou para 1090 durante a crise)?
Por que é que a imprensa e as instituições oficiais dos
países que hoje recorrem ao confinamento estrito não reconhecem quão falsos e
exagerados eram os seus modelos de previsão e por que é que especialistas
inteligentes e competentes nesses países continuam a segui-los, apesar de tudo,
sem aceitar a realidade sueca?
Um confinamento rígido pode salvar vidas ? Não!
Conforme especificado no artigo [1], página 18 do PDF :
No caso da Bélgica, o confinamento rígido não alcançou o seu objectivo.
Existem 3 vezes mais casos de mortes do que foi
previsto pelo modelo à partida, tendo em conta a implementação do confinamento
estrito.
No caso da Suécia, inversamente, houve 20 vezes menos mortes
do que o que foi previsto no modelo inicial, tendo em conta a ausência de
confinamento estrito.
Teremos nós, na Bélgica, para além da possível corrupção
(conflitos de interesse), um problema mais psicológico do que científico?
Em psicologia humana e social, é sabido que quanto mais se
acredita num modelo, mais difícil é mudá-lo, mesmo quando a sua falsidade se
torna evidente. Fica-se preso a ele porque é muito difícil e desconfortável
reconhecer o seu erro.
O confinamento estrito não teve o benefício que se contava na Bélgica!
Esta decisão era um erro em si mesma e mesmo que seja difícil psicologicamente de reconhecer, o nosso país deve fazê-lo, para o bem da
população.
Esse confinamento resultou numa sobrecarga hospitalar e num excesso de
mortalidade que era suposto evitar !
No Reino Unido ou em Itália, milhares de
pessoas morreram no domicílio [3] não do COVID-19, mas do confinamento total :
O excesso de mortalidade não-COVID foi atestado por um estudo federal alemão
oficioso, cuja existência foi alvo de uma fuga para o público [4].
Mais de
um milhão de mortes devidas à tuberculose são esperadas devido ao confinamento
total [5] :
E isso não é senão um exemplo.
Para numerosas
patologias, tratamentos foram suspensos, diagnósticos atrasados em todas as
especialidades médicas.
Medidas de confinamento estrito, ou mesmo quarentena, não
deveriam ter sido aplicadas senão às pessoas idosas e/ou fracas (comorbidade,
imunossupressão) [6].
O confinamento estrito é um erro. Perseverar nessa direcção seria um falha!
As pessoas devem ser devidamente informadas e os consultores
governamentais, se forem honestos, devem mudar de atitude em consequência.
Dr Pascal Sacré
A Ler (em francês):
A Ler (em francês):
Notas :
[1] Confinement
strict, surcharge hospitalière et surmortalité, PDF, mai 2020, Gilles PECH de
LACLAUSE, Master en Administration Publique, Saint-Cyrien, Dirigiu o seu
gabinete de aconselhamento e engenharia durante 10 anos onde chefiou os
trabalhos das equipas de engenheiros nos domínios da modulação financeira ou
dos estudos de radio-comunicações. Intervindo em business Schools (ESSEC, HEC,
NEOMA, etc.) Aconselha empresas e colectividades. Arnaud DELENDA Doutor em Matemáticas
aplicadas à informática (Ecole Polytechnique e Université Rennes 1), Master
Dauphine-Ecole Polytechnique em 2000, ensinou econometria em mestrado na Université
Paris II, em licenciamento na Université Paris Dauphine. Perito em modelização
matemática, optimização e teoria de jogos
[2] Neil
Ferguson’s Imperial model could be the most devastating software mistake of all
time, The Telegraph,
Royaume-Uni, 16 de Maio de 2020. Tradução em francês : Pourquoi le modèle du COVID-19 qui a inspiré le
confinement du Royaume-Uni pourrait être « l’erreur logicielle la plus
dévastatrice de tous les temps », 18 de Maio de 2020
[3] Grande-Bretagne, Italie : des milliers de morts à
domicile à cause du confinement, 11 de Maio de 2020, Paul Joseph Watson,
traduzido por Olivier Demeulenaere 13 de Maio de 2020
[4] Fuite d’une étude fédérale allemande : « Le confinement
pourrait tuer plus de gens que le coronavirus », 13 de Maio de
2020
[5] Près de 1,5 million de décès supplémentaires dus à la
tuberculose sont attendus en raison du confinement contre le coronavirus, 7 de Maio
de 2020
[6] Un expert suédois sur le confinement:
‘Rarement une étude non-vérifiée a eu un tel impact sur les politiques
mondiales’, 21 de Abril
de 2020 por Dominique Dewitte. Opinião de Johan Giesecke, um
epidemiologista sueco de renome internacional, sobre o confinamento total. O
cientista de 70 anos de idade está aposentado. No entanto, ele aconselha o
governo sueco sobre a crise do coronavírus. Deve-se dizer que o homem tem um
currículo impressionante: o primeiro cientista chefe do Centro Europeu de Prevenção
e Controle de Doenças (ECDC) e consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS),
em particular. Segundo Johan Giesecke, apenas idosos e vulneráveis devem ser
protegidos. Segundo o epidemiologista, a covid-19 é "uma doença leve
comparável à gripe". "As pessoas que morrem hoje teriam morrido de
outra coisa em pouco tempo."
A fonte original deste
artigo é Mondialisation.ca
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