Face à actual crise pandémica ou a qualquer outro evento, é
preciso que os comunistas afirmem, com toda a clareza, que não é possível, no
quadro do sistema capitalista e imperialista dominante em todo o mundo, uma
solução para o colapso dos sistemas nacionais de saúde ou das organizações
mundiais que, supostamente, actuam no sentido de tornar mais eficazes e
eficientes os actos e estratégias de saúde que satisfaçam as necessidades de
quem a eles tem de acorrer.

E é disso que se trata. O Sistema Nacional de Saúde (SNS),
no quadro do sistema capitalista e imperialista dominante no nosso país,
acolheu as ideias neo-liberais de gestão, mesmo a nível hospitalar. Esta
corrente burguesa caracteriza-se por considerar que tudo o que mexe, tudo o que
possa gerar rendimento e lucro, deva ser imediatamente privatizado. Reclamam...menos
estado! Mas, quando são apanhados com as calças na mão, como é o caso da corrente
crise pandémica, gritam oh! Da guarda, para que o estado venha em seu socorro,
isto é, em socorro do assegurar dos seus lucros e da sua sacrossanta
propriedade.
O colapso do SNS a que assistimos tem uma razão que só se
pode entender a montante.

Onde não foi possível a privatização de hospitais e outros
equipamentos de saúde – como centros de saúde, clínicas, laboratórios, centros
de investigação, etc. – impôs-se um modelo de gestão privada, baseados em
critérios de rentabilidade e lucro, como se de unidades privadas se tratasse.
Os ratios deixaram de ser os de
eficiência dos serviços prestados, para se basear em critérios economicistas.

Havendo uma interdependência entre os sistema de saúde de
todos os países e a capacidade industrial instalada e logística para satisfazer
a procura de equipamentos vários, a presente crise pandémica encontrou Portugal
e os restantes países a nível mundial numa absoluta carência e inexistente programação
e planeamento industrial que estivesse à altura dos acontecimentos. Certamente
que ninguém esperará que contrariar medidas instaladas há décadas se possam
resolver em alguns meses, quer isto dizer que é praticamente impossível
estabilizar a situação ao ponto de resolver a presente crise a contento do
direito à vida que os operários e os trabalhadores exigem.
Mesmo na eminência das condições criadas para que ocorra uma
revolução a nível mundial que destrua o sistema capitalista e imperialista e o
substitua por um sistema comunista, livre da escravatura assalariada, mesmo
tendo em conta essa possibilidade, seria necessário um enorme esforço de
solidariedade operária e planeamento comunista para que se começassem a
vislumbrar alterações ao quadro de colapso que hoje se vive.
É muito importante que fique claro que a responsabilidade
pela propagação meteórica do COVID-19, a gritante e manifesta falta de meios
que possibilitem um ataque sanitário mais robusto, é dos governos da burguesia
capitalista e imperialista. Não é dos profissionais da saúde e do socorro e
emergência, únicos que neste processo têm excedido a sua própria capacidade
física para acudirem a todos os que procuram mitigar o seu sofrimento. Todas as
mortes, neste contexto, têm de ser contabilizadas como assassinatos provocados
por um sistema económico e financeiro caduco que precisa de ser enterrado,
definitivamente, pela história. Porque, o capitalismo, mata!
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