
Tivemos a oportunidade de falar com os dirigentes da
Associação e alguns moradores, para os alertar para o facto de nos parecer
extemporâneo, senão precipitado, o festejo e a autêntica feira de vaidades que
se lhe seguiu. Há um velho ditado popular que nos diz que “quando a esmola é
muita...o pobre desconfia”. Não é nossa intenção travar o justo entusiasmo dos
moradores da Vila Dias que acorreram em massa para aplaudir um desfecho que, no
entanto, ainda não está completamente assegurado.

Todas aquelas figuras que se pavonearam hoje no Parque
Infantil da Vila Dias, se opuseram de forma determinada à solução que o
PCTP/MRPP desde sempre apontou: o exercício do direito de preferência e a posse
administrativa da Vila por parte da CML. Foi quase uma década de luta em que a
única formação política que indicou ser esse o único caminho que interessava à
luta dos moradores, nunca lhes virando as costas, dando-lhe total apoio nas
frentes política e jurídica, foi o nosso Partido.

A intervenção de Fernando Medina nestes “festejos” – quanto
a nós prematuros – foi revelador do que se pode esperar de um executivo
camarário que levou mais de 8 anos a atender às exigências dos moradores da
Vila Dias. Destacamos, no essencial, quatro pontos do seu discurso:
1.
Os agradecimentos públicos a todos aqueles que
se opuseram à solução proposta pelo PCTP/MRPP
finalmente adoptada, de accionar o direito de preferência;
2.
O facto de revelar que a escritura de venda – ou
seja, de mudança da propriedade – ainda não estar assinada e, muito menos,
validada a compra da Vila Dias;
3.
A menção a que iria ser instalado um gabinete da
CML na Vila Dias para, no quadro da crise de habitação que se vive em Lisboa,
traçar os planos do que iria acontecer na Vila Dias;
4.
Apelar aos moradores a que, enquanto a escritura
de aquisição não estivesse formalizada não hostilizassem os ainda actuais
proprietários, pagassem as rendas contratualizadas, e acolhessem todas as
indicações, normas e procedimentos que eles lhes fossem impondo.

Apesar de nenhuma referência ter sido feita ao papel crucial do PCTP/MRPP no desfecho desta luta que impôs à CML o exercício do direito de preferência à aquisição da Vila Dias, podem os moradores daquela vila e os dirigentes da sua Associação de Moradores terem a certeza de uma coisa – o apoio incondicional do nosso Partido à sua justa luta por uma habitação digna!
Retirado de: http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/96-local/2677-vila-dias-festejos-antecipados-desfechos-ensombrados
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