sábado, 31 de outubro de 2020

Oh! Pedro Mexia ... vai-te encher de moscas!



É a segunda vez que um pateta alegre que dá pelo nome de Pedro Mexia, se entrega ao diletantismo próprio daqueles que não conseguem interpretar a história e, muito menos, propor soluções para a alterar, e se refere à minha pessoa, como o “senhor de Alfama”.

Pedro Mexia, um dos assessores que circula pelos corredores do Palácio de Belém – onde, desde 2016 exerce as funções de consultor para a cultura da Casa Civil do Presidente da República -, tem tiques de arrogância intelectual que desmerece. A primeira vez que se referiu à minha pessoa foi para maltratar os habitantes do popular bairro de Alfama, quando comentava uma entrevista que dei à RTP1 como cabeça de Lista do PCTP/MRPP às eleições europeias de 2019.

Ontem, novamente no âmbito do programa “Governo Sombra”, cujo painel integra, emitido nas noites de 6ª feira na SIC, voltou a mencionar, de forma depreciativa e ofensiva, o “senhor de Alfama” enquanto verberava os comentários de outro elemento do painel  do programa – Ricardo Araújo Pereira -, dizendo-lhe que os seus argumentos lhe faziam lembrar a minha supracitada intervenção televisiva.

Este reaccionário, este energúmeno lambe botas de um dos professores mais reaccionários que a minha faculdade já teve – a Faculdade de Direito de Lisboa -, é um inculto armado ao pingarelho que, pelo facto de a entrevista em causa ter sido realizada frente à Casa dos Bicos, me associou ao bairro que a alberga. Era como se eu, para classificá-lo como assessor da Presidência da República, o classificasse como o “senhor da pocilga” (e estaria, certamente, mais perto da realidade do que ele)!

Não me conhece de lado nenhum, nem manifesta qualquer interesse em saber mais detalhes sobre aqueles que se atreve a comentar. Se o fizesse, saberia que não sou oriundo de Alfama – com pena minha, porque tal muito me honraria -, mas sim de Moçambique (nascido na antiga Lourenço Marques, hoje Maputo, na sempre bela baía do Espírito Santo), de onde regressei, em Abril de 1973 a Lisboa, cidade que já me havia acolhido de 1962 a 1969 e onde me casei pela primeira vez e vi nascer o meu primeiro filho.

Saberia que me havia envolvido e empenhado de forma vigorosa e corajosa, na clandestinidade, nas lutas académicas, nas manifestações do 1º de Maio Vermelho, nas manifestações contra a Guerra Colonial, no recrutamento de novos militantes e sua formação, no reforço da organização do MRPP, quando lutar contra o regime fascista de Salazar e Caetano não era muito aconselhável à vida, podendo mesmo ter como desfecho ... a morte! Como a que ocorreu na Faculdade de Economia de Lisboa, ao Quelhas, em 1972, quando o meu camarada Ribeiro Santos foi cobardemente assassinado pela PIDE, tendo os revisionistas do PCP apontado o alvo aos esbirros da polícia política que praticaram tão miserável acto.

Saberia que esse empenho na luta pela liberdade e pela democracia – que os seus chefes têm sistematicamente posto em causa – continuou após o 25 de Abril de 1974, quando participei activamente nas barricadas que ajudaram a impedir os social-fascistas do PCP de Barreinhas Cunhal de levar a cabo um golpe de estado que instalaria em Portugal uma ditadura social-fascista em tudo idêntica ao regime fascista de Salazar e Marcelo.

Pedro Mexia faz parte daquele painel de personalidades que há mais de 40 anos nos dizem que “agora é que vai ser” e, quando acordamos, damo-nos conta de que, afinal, ou está tudo na mesma ... ou está pior! Faz parte do grupo de intelectualóides de merda que não têm nenhuma solução para quem trabalha senão a de amarrar quem trabalha a um sistema que remete para uma escravatura assalariada impiedosa.

Pedro Mexia é um reaccionário de merda que utiliza a retórica balofa e vazia de conteúdo para tentar esmagar quem se lhe opõe ou quem tem opiniões diferentes das que defende. Não tem história, não tem corpo, não tem intelecto, para sequer se atrever a falar da minha pessoa, a não ser para reconhecer a minha coerência em quase 50 anos de luta dedicada ao comunismo, à destruição do sistema e do modo de produção capitalista que ele acarinha e que, como paga, lhe garante a sua sobrevivência.

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