Por Robert Bibeau.
Um artigo de um perspicaz observador da cena internacional reenquadra os poderes concorrentes no extremamente complicado tabuleiro do xadrez mundial. No entanto, o autor comete alguns erros que emanam da sua visão idealista e metafísica da geopolítica. Ele escreve: "Como resultado, eles (bilionários) moldam as nossas mentes e vidas, tornando o Estado um rei pobre e ilegítimo entre os barões ricos e poderosos. (...) Parece que os nossos magnatas aproveitaram ao máximo a crise do Corona. As suas participações aumentaram em vários triliões, enquanto as das classes médias diminuíram na mesma proporção. Mais importante, todos os Estados sofreram com a crise; eles contraíram empréstimos e créditos aos ricos (...) O Twitter desconectou o presidente Trump, mostrando com isso quem é o verdadeiro patrão dos Estados Unidos." https://les7duquebec.net/archives/262028
O ESTADO sempre representou o estado-maior da classe dominante – estado-maior ao seu serviço exclusivo à custo de todos os sacrifícios. Se hoje o ESTADO dos ricos é abalado-criticado-minado-maltratado por uma facção de multibilionários, os das tecnologias de plataforma digital Big Tech, e os da Big Pharma, é porque esses novos defensores da acumulação procuram tomar o controlo exclusivo do aparelho de estado fetiche, pelo menos dos estados que ainda estão sob a influência dos velhos capitalistas da rectaguarda, os das indústrias convencionais.
Em
suma, dada a falta de governança do estado de bem-estar social, o novo rico GAFAM exigiu
que lhes fosse confiada a administração da jangada instável do capital,
pensando que estavam a fazer melhor do que os seus antecessores os Rockefellers
e consortes, que foram desqualificados.
A última "rodada" punitiva acaba de terminar nos EUA pela rejeição de um processo de impeachment contra Donald Trump, este dinossauro que representa o velho capital obsoleto e decadente. Foi o suficiente para assustá-lo... não eliminá-lo. https://les7duquebec.net/archives/262049
Antes do colapso(Great Reset) a nova facção do grande
capital mundial indica assim a sua hegemonia sobre a grande casa capitalista
internacional em perdição.
O que nenhum desses bilionários suspeita, nem os políticos a seu soldo, é que o barco da Medusa do Capital não afunda por causa de qualquer erro de pilotagem, devido a uma má distribuição da riqueza entre os 2500 bilionários da boa fortuna e os biliões de proletários do infortúnio. Apenas os bobos da esquerda e da direita acreditam nesta mentira da equidade social.
Sob o modo capitalista de produção, nem é preciso dizer que a riqueza exige
riqueza, que naturalmente tende a concentrar-se no topo da pirâmide social, e
nada, nenhum programa de"New
Deal","New Green Deal","Great Reset"ou"New World Order"(sic) será capaz de
contrariar a lei fundamental da valorização da acumulação do capital. Os ricos
acumulam riqueza à custa de todos os outros e não há nada que eles possam fazer
a esse respeito, o sistema está projectado dessa forma. Houve um tempo em que
as migalhas que caíam da mesa do banquete satisfaziam a burguesia terceirizada
e a pequena burguesia de serviços, e acalmavam o proletariado dos países
dominantes e emergentes, mas a crise sistémica do capitalismo pôs fim a esta
era de transição e hoje é todos por si mesmos e"a guerra de todos contra
todos", disse Vladimir
Putin. https://les7duquebec.net/archives/261724
A situação geral nunca
foi tão favorável para o proletariado internacional, que agora atingiu a maturidade
sociológica. A pandemia e a bolha sanitária que a media dos ricos e os políticos
fantoches estupidamente inflaccionaram sobre as suas cabeças infectadas em
breve explodirá ao mesmo tempo que a bolha do mercado de acções, causando a sua
parcela de desemprego intolerável, miséria social, desespero rural e violência
urbana.
Os ricos já sabem de tudo isso e, com uma mão, exigem dos seus políticos patetas que endureçam a repressão do Estado policial e coloquem o exército em pé de guerra contra a Resistência Interna. Por outro lado, os bilionários ricos correm para os botes salva-vidas largando os seus lacaios dos quais exigem o sacrifício final (o abandono da sua carreira política) e não falam sobre os energúmenos à esquerda e à direita que esperam pelo seu embarque, agarrando-se à amurada dos destroços em perdição. As condições objectivas da insurgência estão agora reunidas. Saberemos acompanhar as forças desiguais da Resistência Social e contribuir para o amadurecimento das condições subjectivas da insurreição?
Fonte: Les conditions objectives de l’insurrection sont réunies – les 7 du quebec
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