Por Olivier
Piacentini,
sobre as consequências económicas da crise sanitária (sic) e do confinamento
económico.
As bolsas de valores estão desmoronar-se, mas ainda não
chegaram ao fundo: o mundo das finanças, como os pequenos aforradores, ainda
não terminou de sofrer ... A recessão já está fora das normas, num nível
desconhecido na história : 6% de recessão no 1º trimestre, em apenas duas
semanas de confinamento… Até onde iremos descer?
Para remediar isso, os governos implementaram medidas de
ajuda excepcionais. Em França, o governo acaba de aumentar os créditos iniciais
de 45 biliões para 100 biliões (Les Échos, 30/3/2020), para empresas, o Quantitative
Easing, ou seja, a moneterização da dívida. Ela já fazia isso há seis anos. Fala-se em activar o
Mecanismo Europeu de Estabilidade para salvar países em dificuldade. Ou para
emitir títulos corona (corona
bonds – NT), dívida da comunidade para salvar a economia da União ...
É evidente que tudo isso provocará uma inflação considerável: nós tínhamos-nos esquecido dela, há trinta anos, mas eis que ela está prestes a retornar. A poupança vai, portanto, sofrer um ataque sem precedentes. Porque inflação significa desvalorização da moeda, dos salários e do poder de compra.
Tudo isso não deixará de colocar os bancos em grande dificuldade. Muitos já estavam antes da pandemia ... O Deutsche Bank e o Monte Paschi já estavam em falência virtual e só deviam a sua salvação ao apoio dos seus respectivos estados.
No momento presente, muitos
bancos estão prontos para cair como frutos maduros, sabendo que se as empresas
grandes entrarem em colapso, todo o sistema ficará bloqueado. É a isto que
temos de dar muita atenção: a directiva BRRD européia, decidida em Agosto de
2016 e ratificada pelo Parlamento francês, autoriza
os bancos a sacar 10% da poupança dos clientes com depósitos superiores a 100.000
euros … Perguntem aos cipriotas, eles já engoliram a poção em 2011. E
quando antecipámos, na época, que se tratava de um ensaio antes do uso em larga
escala, passámos por loucos…
Mas há melhor: a crise pode levar a uma reforma completa do
direito de propriedade, conforme havia proposto o deputado MoDem Lagleize, em
Novembro de 2019. Para pagar a dívida do Estado, a propriedade seria
expropriada por um departamento de propriedade pública, os proprietários não conservariam
senão a carcaça. E os proprietários de imóveis teriam, portanto, que pagar uma
renda nas suas próprias terras assim "nacionalizadas". [...]
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