sábado, 4 de abril de 2020

Face à pandemia do Coronavirus : dois impasses e uma conclusão



por Robert Bibeau


Parem de financiar a esquerda amestrada

 
Parem de financiar a esquerda amestrada, desde sempre que são o segundo violino que o grande capital internacional chama em seu socorro, quando nada dá certo para apaziguar a população amargurada e o proletariado em cólera. O grande capital internacional controla o poder económico, político, ideológico e mediático, e destruirá o proletariado se a esquerda não conseguir desviá-lo das suas frustrações e o desviar da tentação da insurreição. Nós proletários não vislumbramos senão duas opções face a esta crise económica e sanitária: cerrar fileiras atrás de uma ou outra das facções do grande capital infectado; ou então desenvolver a nossa própria estratégia de resistência de classe.
1) Conhecemos a facção-compaixão-sacrifício-repressão. Esta facção do grande capital internacional pensa que o confinamento de pessoas enquanto a pandemia ocorre e mata milhares de pacientes, associado a medidas de apaziguamento - parcela do salário garantida temporariamente - desemprego forçado compensado por um tempo - acompanhado por medidas repressivas em caso de insubordinação - se o proletariado partisse para a insurreição, esta facção do grande capital pensa que essa panaceia permitirá salvar o sistema capitalista moribundo. Ilusão deles e veremos o porquê ...

2) Existe também a facção - convulsão - sacrifícios - repressão. Esta facção do grande capital internacional pensa que é melhor deixar a pandemia fazer o seu caminho, para que ela elimine comodamente milhares de pessoas improdutivas - o que constituiria uma redução nos encargos sociais gerais - e libertaria orçamentos estatais para apoiar ainda mais as grandes corporações. Esta facção está a preparar-se para a repressão em massa enquanto espera que surja um remédio ou que a população desenvolva naturalmente um antivírus - como em todas as pandemias anteriores - o que permitiria salva o sistema capitalista em declínio. Mistificação da parte deles e veremos o porquê ...

O grande capital está preso num dilema insolúvel do qual a esquerda deseja libertá-lo. Seja porque impõe o confinamento o que leva à anemia da produção e do consumo de anemia, reduz os lucros e paralisa a economia mundial que ainda não se recuperou da crise de 2008. Seja porque o grande capital deixa vogar a economia capitalista directamente em direcção à hiperinflação, desvalorização das moedas, desemprego, recessão e fome que matarão muito mais pessoas do que qualquer outra pandemia. Analistas já especularam que o PIB cairá entre 25 a 50% em vários países.

Resumindo, seja porque o grande capital internacional faz o mínimo possível para parar a pandemia de coronavírus e desacelerar a economia, e então pandemia matará duramente (mais de 200.000 pessoas nos EUA prevêem os especialistas, dezenas de milhares na Europa e pior ainda em África); espalha o terror e paralisa a economia exangue, arriscando-se a
provocar problemas sociais até à insurreição popular. Seja porque o grande capital internacional impõe um confinamento drástico e prolongado, juntamente com cataplasmas de alívio que bombeiam  as finanças públicas já em défice, o que levará ao colapso da bolsa de valores, hiperinflação, desvalorização das moedas, fome e possivelmente problemas sociais até à insurreição popular. https://les7duquebec.net/archives/253785

Aqui está um resumo dos dois eixos políticos propostos pelo grande capital internacional. A esquerda amestrada agrega-se à primeira facção - a opção da compaixão com os novos dados cruzados pelos Estados financeiros, e rejeita ferozmente como anti-éticas as convulsões da opção convulsões- sacrifícios - repressão. Não obstante a esquerda, em ambos os casos, o esforço para salvar o sistema capitalista corre o risco de enfrentar um proletariado enfurecido que considera que já suportou o quanto baste.

A posição que o proletariado revolucionário deve adoptar

A posição que o proletariado revolucionário deve adoptar será a recusa das duas opções burguesas (repressão-compaixão e / ou repressão-frouxidão) e forjar a sua própria posição de classe diante da enésima crise económica, redobrada com a enésima crise sanitária, e financeira, social, moral e política. A posição proletária revolucionária consiste em tirar proveito da conjuntura económica - política - social - moral e ideológica para fortalecer as condições da insurreição popular.

A aposta das esquerdas reformistas

A aposta da batalha que o proletariado está a travar não é a de salvar tantas vidas quanto possível - salvar mais vidas do que a burguesia e os seus partidos poderiam fazer – de maneira a  demonstrar que um partido da esquerda comunista - socialista-afiliado, ou outra seita esquerdista reformista - poderia governar melhor que o estado burguês, do que os partidos do centro e da direita burguesa. Não, o proletariado revolucionário deseja tirar proveito desta conjuntura sem precedentes, onde o grande capital está preso, para derrubar o seu aparelho de estado e abolir o modo de produção capitalista que, todos admitem hoje, é a verdadeira fonte desta pandemia - desta crise económica e social que se está a formar desde 2008, e muito antes, e que prepara aquela  que se seguirá. Não devemos permitir que o capital salve a sua pele confinando-nos e dando-nos alguns presentes envenenados - salário pago pelo monte de piedade estatal enquanto aguardamos  que a garantia governamental nos venha extorquir para recuperar cem vezes mais do que aquilo que emprestou e fazer-nos viver pior que na Grande Depressão de 1929.

O nosso programa político proletário é simples: encerramento de todos os estaleiros, fábricas, empresas, armazéns, escritórios, escolas, creches, portos, aeroportos e outros meios de transporte com remuneração total pelos salários dos trabalhadores até o final do confinamento voluntário dos trabalhadores , até que a pandemia de coronavírus seja superada.








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