sexta-feira, 17 de abril de 2020

Covid-19- Crise sanitária ou crise económica planetária?



15 de Abril de 2020 Robert Bibeau  

Um paradoxo sem precedente histórico

Entendo que  se surpreendam com os decretos do governo (da esquerda e da direita) que enfrentam a crise do Covid-19. Essa crise de saúde que as autoridades estatais estão a alimentar, amplificar, dramatizar, prolongar e mundializar. Durante meses, as pessoas foram submetidas a um dilúvio mediático pontuado diariamente pela contagem macabra de mortos e contaminados, que espalhou o pânico entre uma população prostrada, disposta a obedientemente sofrer medidas terroristas de controle policial, como a prisão domiciliar , a pulseira electrónica, a delação da vizinhança e a repressão em massa, às vezes até exigida por incultos  obcecados (1)

No entanto, não nos deixemos contaminar por essas trivialidades e tentemos entender como e por que é que biliões de pessoas são assim aterrorizadas, resignadas, colocadas em prisão domiciliar, monitorizadas, espionadas e reprimidas. Tentaremos levantar o véu sobre o maior paradoxo que acompanha essa enésima pandemia global que a comunicação social a soldo dos cães amestrados políticos nos apresentam como sem precedentes (sic). O que é sem precedente não é a pandemia, é o alinhamento da maioria dos governos ocidentais com as tácticas de contenção iniciadas pelo governo chinês em 23 de Janeiro (2).

O paradoxo é o seguinte: a economia global estava a vacilar mesmo antes do primeiro vírus Covid-19 aparecer no centro da China e depois se dispersar para alguns países da Ásia e do Ocidente. Imediatamente, muitos governantes (às vezes, sem um caso comprovado entre a sua população) impuseram o confinamento geral, quebrando definitivamente os rins da economia mundializada, impondo lucros ainda mais anémicos, atirando biliões de pessoas para a precariedade e a miséria sob o pretexto de salvar as suas vidas após anos de cortes nos programas de saúde (!). Face a esta  incongruência, nem um bilionário, nem um empresário, nem um banqueiro protestaram contra essa paralisia da economia e dos lucros (?). Teremos nós migrado do capitalismo libertário para o capitalismo totalitário a favor dessa pandemia? Este paradoxo oculta uma realidade muito mais complexa e maliciosa, como iremos ver.

 Será que a pandemia do Covid-19 não tem um precedente?
 Desde a Idade Média, o Renascimento Europeu e a era contemporânea, que o mundo inteiro é frequentemente afectado por endemias e epidemias. Temos o direito de pensar que deveria permanecer na memória colectiva algum conhecimento adquirido no campo das pandemias (3). Bem, parece que não, como se constatar nos dias que correm, os políticos cercaram-se de médicos que nada sabem sobre as leis que regem as sociedades capitalizadas e dos mecanismos de gestão social das pandemias. As rédeas da governança passaram sem discussão das mãos dos políticos para as mãos dos médicos e epidemiologistas (4), perante a aparente indiferença dos plutocratas!
Podemos culpar um médico por ver o mundo e a sociedade como um hospital, uma emergência, um CLSC ou um lar de idosos? Certamente não! Essas pessoas acreditam que um sistema económico, sociológico, político, ideológico, mediático, nacional e global muito complexo existe e trabalha para garantir a maior longevidade da população por meio da melhoria constante de sua saúde. Nenhum sacrifício é muito caro para conseguir isso - incluindo confinar a economia, os rendimentos dos assalariados e os lucros do capital por mais de um ano, se necessário. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que optou por jogar na sua reeleição à custa do pânico com o coronavírus, prognostica 18 meses de confinamento e paralisia da economia canadense. Apesar do facto de que, segundo especialistas, o confinamento não contribui para a redução da mortalidade, mas apenas para a sua disseminação ao longo do tempo. Seja como for, apesar do desemprego de 6 milhões de trabalhadores canadenses, apesar da destruição da economia canadense, a pandemia prosseguirá com os seus estragos (5). Mas o que fazem os plutocratas canadenses enquanto Justin arruína a economia canadense? Estarão eles secreta e complacentemente de acordo ?

Algumas lições aprendidas com pandemias anteriores

A história ensina-nos,  no entanto, que diante de um novo vírus - ou a mutação de uma estirpe viral conhecida - nenhuma resposta é possível. Na ausência de uma vacina, dependendo da virulência e da velocidade de propagação do invasor, o vírus atacará onde quer que o seu hospedeiro (neste caso, o homem) se encontre (6). Se as condições climáticas lhe forem temporariamente desfavoráveis, o vírus mutante comportar-se-á como os vírus antigos (peste, cólera, ébola, varíola, gripe espanhola, AIDS, etc.), entrará em latência até que as condições ambientais se lhe tornem favoráveis, e depois ​retomará a sua missão biológica fundamental: reproduzir-se.

Face a essa ameaça natural tão antiga quanto o mundo dos vivos, o biótopo humano ergueu duas muros de "contenção". Diante desse inimigo invisível e natural, porém cada vez menos natural, uma vez que laboratórios militares manipulam e traficam essa nova arma de combate (7), duas possibilidades: A) a imunização natural, porque instintivamente o corpo humano, atacado por um corpo estranho, defende-se desenvolvendo anticorpos dos quais, eventualmente, faremos vacinas; B) as vacinas, fabricadas a partir de antivírus humanos que grandes empresas farmacêuticas multinacionais comercializam com grande lucro. Eis um sector industrial onde podemos facilmente identificar os benefícios esperados de uma pandemia e confinamento de longo prazo. Mas e o que se passará com o resto da indústria mundializada?

Os epidemiologistas estimam que é necessário, para uma determinada população, atingir o limiar de 60% da prevalência para que o contágio seja interrompido naturalmente. Quanto mais cedo uma população infectada atingir esse limiar, mais rápido ela terá derrotado o Covid-19. A única variável sobre a qual uma sociedade, governada por médicos, pode exercer uma influência parcial, é a velocidade do contágio - ou seja, o tempo de propagação da epidemia por toda a população. Fechando hermeticamente todas as pessoas (7,7 biliões de indivíduos), poderíamos, durante o tempo da sua reclusão, parar completamente a pandemia ... até que todas essas pessoas se revoltem, escapem ou morram de fome , incluindo aqueles que não estão contaminados.

O confinamento, essa táctica medieval como a qualifica o Dr. Raoult a descreve, oferece a possibilidade de abrandar - de escalonar no tempo - a disseminação do coronavírus e as mortalidades que o acompanham (8). O confinamento não salva vidas, não resolve nada do ponto de vista médico, de saúde ou social, excepto para prolongar os efeitos nocivos do vírus e os custos da sua erradicação. Se o confinamento - supondo que seja eficaz - diminui a progressão do vírus, ele cumprirá a sua missão ao longo do tempo. Assim, o coronavírus, que está na origem da gripe "clássica", conhece ressurgimentos sazonais há anos e as sociedades estão acomodam-se a isso. Por que esta psicose neurótica em torno do Covid-19? Evidentemente, o tratamento mediático da pandemia alimenta a psicose populista (9), mas as"pessoas de bem, as pessoas do saber e do poder" (sic), os políticos, os especialistas, os economistas, os bilionários, os banqueiros e CEOs, também eles são atraídos para este turbilhão mediático psicótico? A ponto de assistir ao colapso da economia e da sociedade sem vacilar? Porque não devemos escondê-lo: o desafio da guerra de classes em torno do confinamento é o de assegurar a perenidade da sociedade capitalista mundializada. Os líderes chineses e russos compreenderam isso. E os plutocratas ocidentais? (10)

Os burocratas do estado terão perdido a cabeça ao ponto de preparar as condições para a insurreição popular? Não, obviamente, nunca veremos a cobra a morder a sua própria cauda. É exactamente o oposto. Todos esses lacaios preparam, consciente ou inconscientemente, o esmagamento da insurreição popular, cujas condições objectivas e subjectivas se acumulam, como demonstrado pelo Movimento Coletes Amarelos (11). A resposta para um enigma sociológico e / ou político nunca é médica ou de saúde, é sempre económica.

Mas então, qual a razão para este pânico histérico, fomentado conscientemente, sobre o distanciamento social (sic) e o confinamento, acelerando o colapso da economia e dos lucros? Estas medidas terroristas aplicadas pelo governo e controladas por populistas nunca podem parar a pandemia, mas certamente destroem a economia e os lucros - 16 milhões de trabalhadores desempregados nos EUA, mais de 6 milhões no Canadá, entre 8 e 11 milhões em França; colapso nos preços do petróleo; repetidos crashs bolsistas; explosão da dívida pública e privada (1,8 milhão de biliões de dólares), redução de 6% a 12% do PIB francês, de 15% em Itália, Espanha e Reino Unido; fomes mortíferas a formar-se em África e no Oriente (83 milhões de pessoas em risco); e quantas outras calamidades que levarão a milhões de mortes directas e colaterais sob o pretexto de "salvar vidas" e que de facto destruirão os lucros? Tudo isso debaixo de um silêncio ensurdecedor dos bilionários e dos empresários ?! ... Há uma enguia na rocha (12).

 A táctica do confinamento

Antes de responder à pergunta anterior, de ordem económica e política, vamos examinar mais de perto as tácticas de confinamento que transformaram um problema aparentemente sanitário na pior crise económica da história do capitalismo. Não acreditamos nem por um momento que os vira-casacas políticos o entendam, mas estamos convencidos de que a maioria dos plutocratas o sabe, incluindo o presidente da poderosa América em declínio cuja fortuna pessoal acaba de derreter um bilião de dólares em poucos dias ( 13) A menos, é claro, que a pior crise económica da história do capitalismo já estivesse em andamento no momento da calamidade do coronavírus, que se tornou seu catalisador ?! ...

Seja como for, como foi previsto por um cientista russo, o presente confinamento assegura-nos que no próximo Outono, pelo menos no hemisfério norte, novas ondas de Covid-19 se abaterão sobre os países onde a vacina não estiver ainda disponível e onde a imunização natural (milhões de portadores assintomáticos que desenvolveram imunidade) não estará concluída.

 Duas tácticas foram implementadas pelos Estados :
A) enquanto aguardam pela vacina, a Coreia, o Japão, a Rússia e a Suécia, em particular, permitem que o vírus faça o seu trabalho, se propague, permitindo aos suecos vigorosos desenvolver naturalmente o antivírus - os anticorpos - que permitam bloquear a propagação do  vírus no próximo Outono. É assim que a solidariedade social opera. Obviamente, a Suécia está a tomar medidas para proteger os idosos (70 anos ou mais) que sofrem de obesidade, diabetes, doenças respiratórias ou cancro (95% das mortes causadas por Covid-19). A Suécia como a Holanda, a Coreia, o Japão, a China, a Rússia, evita paralisar a sua economia, esse remédio pior que a doença, como diz Donald Trump.

 B) A segunda táctica, adoptada por um grande número de países ocidentais, consiste em impor militarmente o confinamento a pretexto de ganhar tempo - abrandando a pandemia (achatando a curva de hospitalização) - sem jamais a travar - para não não entupir os sistemas de saúde que os governos burgueses desmantelaram durante anos. Em resumo, a contenção dá tempo aos governos. Em troca, a epidemia espalha-se ao longo do tempo - o tempo em que o hospedeiro desenvolve anticorpos a partir dos quais os laboratórios das empresas farmacêuticas multinacionais desenvolverão uma vacina a ser comercializada. E o ciclo de pandemias será retomado sob o modo de produção capitalista anárquico (14).

Em contrapartida, a táctica do confinamento- abrandamento apresenta uma grande desvantagem: paralisa a economia capitalista que já estava em crise endémica. Essa seria em termos de custo-benefício a táctica menos eficaz (15). Para já, os jogadores da bolsa de todo o mundo estão a receber triliões de dólares de crédito do tipo do jogo do  Monopólio, que os bancos centrais imprimem e distribuem gratuitamente. Mas o que acontecerá quando  os credores, os prestamistas hipotecários, os revendedores, os comerciantes de móveis e outros bens de consumo vierem reclamar o seu "quilo de carne" ao trabalhador atirado para a rua? (16) Voltaremos a este assunto.

 Levanta-se o véu

Velhos abutres estão de volta e voam em torno dos despojos do capital implodido. Oportunistas e maquiavélicos, eles disparam em todas as direcções, enquanto muitas pessoas especulam, presumem e discutem sobre essa abominável pandemia. Mas essa atitude visa ocultar o seu desespero, sobre o qual se apoiam os conspiradores que alimentam esses traumatizados. É interessante reler Henry Kissinger, um dos últimos grandes pensadores da geopolítica conspiratória. Recentemente, Henry escreveu no Washington Post: "A coesão e a prosperidade das nações baseiam-se na convicção de que as suas instituições podem antecipar desastres, conter os seus efeitos e restaurar a estabilidade. Logo que a pandemia do Covid-19 passar, as instituições de muitos países darão a impressão de terem fracassado. (…) Após o coronavírus, o mundo nunca mais será o mesmo” (a frase favorita dos conspiradores. Nota do Editor).

O coronavírus atingiu tais proporções e com uma brutalidade sem precedentes (uma mentira que o oportunista explora para preparar o público para aceitar as soluções radicais que virão. Nota do Editor). A sua progressão é exponencial: nos Estados Unidos, o número de casos duplica a cada cinco dias. No momento em que redijo estas linhas, não há cura. Não há equipamento médico suficiente para lidar com as crescentes ondas de doentes (os Estados Unidos sempre foram um país do Terceiro Mundo em termos de assistência médica em massa. Cuba, um país pobre que eles continuam a martirizar está dez vezes melhor provido. Nota do Editor)(…) Os testes não permitem identificar a extensão da infecção, muito menos invertem a sua propagação. Pode levar entre doze a dezoito meses a desenvolver uma vacina. O governo dos EUA fez o que era necessário para evitar uma catástrofe imediata (outra mentira. Nota do Editor)

O teste final será o de saber se a propagação do vírus pode ser travada, e depois revertida de uma maneira e em proporções que preservem a confiança do público na capacidade dos americanos de se governarem a si próprios. O esforço desenvolvido face à  crise, qualquer que seja a sua escala e a sua necessidade, não deve impedir o lançamento urgente de uma iniciativa paralela para garantir a transição para a nova ordem mundial do pós-coronavírus (Kissinger resume aqui l  o desafio da guerra de classes em curso, ou seja, manter a ordem capitalista mundializada, fazendo acreditar numa nova ordem reformada-refundada. Nota do Editor) ”(17).

Aqui está um grande pensador do capitalismo moderno. Num parágrafo ele:
1) indica o desafio da actual mega crise económica - a mais grave que o capital moderno enfrentou;
2) descreve como usar o escudo viral para se servir dele como chamariz para distrair os que não têm rumo;
3) explica que a confiança do público no aparelho de estado burocrático e esclerosado é a pedra de toque da manutenção da antiga e da nova ordem capitalista, seja a cobra branca ou preta, desde que o imbecil se regale com isso. Também é óbvio que a imperícia do velho capitalismo moribundo exige a sua refundação até à "desmundialização", se a pequena burguesia, tanto à esquerda quanto à direita, apreciar essa ilusão.

E Henry prossegue: "De seguida, convém curar as feridas da economia global. Os dirigentes mundiais retiraram lições importantes da crise financeira de 2008. (Uma mentira grosseira, mas para crédito deles, convém dizer que o grande capital não poderia deixar de repetir os seus erros, porque assim vai o modo de produção capitalista decrépito. Nota do Editor). "A actual crise económica é, no entanto, mais complexa: a contracção resultante da pandemia de coronavírus (a contração, já em curso, a aumentar devido ao confinamento, deveria ele ter escrito. Nota do Editor) não tem, na sua rapidez e alcance planetário, precedentes na história. E as medidas indispensáveis de protecção da saúde pública, como o distanciamento social e o encerramento de escolas e empresas, contribuem para as dificuldades económicas. Também será necessário implementar programas para mitigar os efeitos do caos iminente sobre as populações mais vulneráveis ​​do planeta (aqui, Kissinger enfatiza que o estado dos ricos terá que comprar a cumplicidade dos pobres e dos infames, se desejar usá-los para combater o proletariado revoltado. Nota do Editor) ”(18).

 Há uns anos atrás, quando a dívida pública era menor e o dinheiro ainda estava disponível, não preconizava este regressado geopolítico o corte nos serviços de saúde, na educação e nos serviços públicos em geral, a fim de aumentar os gastos militares?!… Propostas que provocaram tantos levantamentos populares. Hoje, que se trata de cortar massivamente as transferências do governo para a população, desvalorizar moedas, expropriar fundos de pensão, impor fome a biliões de indivíduos, esmagar serviços públicos, fechar milhares de fábricas, convém, argumenta esta raposa, preparar as condições para a repressão com alguns rebuçados que não poderão durar.
Completemos a oração fúnebre deste novo Maquiavel. "Enfim, os princípios da ordem liberal internacional devem ser preservados. O mito fundador do estado moderno é uma cidade fortificada protegida por dirigentes poderosos, por vezes despóticos, por vezes benevolentes, mas dispondo sempre de força suficiente para proteger o seu povo de um inimigo externo ou interno”. Protegendo o povo - inimigo interno - contra si próprio se sucumbir à tentação da insurreição, é isso que se deve ler nas entrelinhas deste texto premonitório.
Em situações sem precedentes, os vira-casacas políticos estão a desenvolver tácticas inovadoras para combater as críticas que antecipam da parte do público. Thierry Meyssan explica as razões e as maneiras de fazer lacaios políticos para se protegerem dos seus eleitores. Escreve ele: "Os líderes políticos tomam decisões que sabem ser inúteis, apenas para mostrar aos concidadãos que fizeram tudo o que estava no seu poder ... para manter o poder" (19). Ao restringir, dramatizar, aterrorizar, recomendando o uso de máscara e do equipamento da por assim dizer "protecção" para se proteger contra um vírus microscópico, autoridades médicas e dirigentes políticos ao redor do mundo estão a oferecer uma solução para um problema que eles não controlam, sabendo bem que, numa crise, o essencial é agir, não prevenir e muito menos curar. O mesmo acontece, quando os administradores do Estado burguês impõem o confinamento a centenas de milhões de trabalhadores e a paralisia da economia e dos lucros, que tentam compensar distribuindo milhares de biliões de dólares em dinheiro inexistente , na esperança de salvar a pele dos vira-casacas eleitorais (20).

Sair ou dobrar

A questão é de saber por que é que os bilionários e os banqueiros, os patrões  desses poltrões, conscientes da futilidade dessas medidas, incluindo a disseminação desse dinheiro faz de conta sem valor, deixaram o barco económico navegar em direcção ao naufrágio? Na verdade, os plutocratas manifestaram-se quando deixaram os seus vira-casacas políticos envolver-se com os últimos fundos dos estados endividados. Os plutocratas sabem muito bem que, com ou sem confinamento, a grande barcaça do capitalismo moribundos está a meter água por todos os lados e que chegou a hora de embaralhar as cartas e provocar uma grande limpeza no estábulo do capital mundial. Saiba que a operação foi lançada e que três campos da grande capital mundial se chocam e que no final da operação não restará senão um desses campos do lado do capital venal contra o campo do proletariado.

O campo proletário

A ordem libertária capitalista internacional não deve ser preservada, nem a sua contraparte, a ordem totalitária capitalista internacional, devem ambas  ser decapitadas. A sobrevivência da humanidade está em risco. A ameaça não vem de um vírus comum, mas do modo de produção capitalista decadente, em qualquer versão, esquerda ou direita.

Nós, proletários revolucionários, somos muito claros sobre nossas intenções. Não queremos governar o estado burguês e deixamos o capital desenvencilhar-se suas complicações. Apoiamos quaisquer medidas ou programas que reduzam, mesmo que temporariamente, as desvantagens dessa pandemia para a classe trabalhadora. No entanto, dizemos ao proletariado de cada país: não se deixem enganar, confinamento ou não, esmolas ou não, através desta gigantesca crise económica sistémica e das suas ameaças de guerra, o campo vencedor do grande capital internacional vai-lhe passar a factura da operação "reforma do sistema económico capitalista". É neste exacto momento que teremos a oportunidade de tomar o poder económico e político: "Aqui estão as rosas ... dancem camaradas! "


NOTAS

1.     Boris Le Lay. Coronavirus : la pandémie des banquiers tétanisés! (4.04.2020) https://les7duquebec.net/archives/253823
  1. https://www.tvanouvelles.ca/2020/04/12/la-chine-la-ou-tout-a-commence-se-releve-et-se-defend-davoir-menti-1
  2. https://www.vocabulaire-medical.fr/encyclopedie/141-endemie-epidemie-epidemiologie-pandemie
  3. Robert Bibeau La crise économique du capitalisme s’approfondit (12.02.2020) https://les7duquebec.net/archives/251206
  4. https://www.journaldemontreal.com/2020/04/10/en-direct-justin-trudeau-fait-le-point-sur-la-pandemie-de-coronavirus
  5. Céline Deluzarche. Les grandes pandémies qui ont marqué l’histoire (10.04,2020) https://les7duquebec.net/archives/254033
  6. Pas si nouveau qu’on le prétend puisque lors de la colonisation du Canada par les barbares européens, les militaires français et anglais distribuaient allègrement des couvertures souillées du virus de la variole ou de la rougeole aux premières nations indigènes. https://fr.wikipedia.org/wiki/Variole
  7. Covid-19. Entretien avec Didier Raoult. (29.03.2020) https://les7duquebec.net/archives/253577
  8. Khider Mesloub. Le traitement médiatique du COVID-19 contribue à la psychose collective (6.04.2020) https://les7duquebec.net/archives/253816
  9. NuevoCurso Coronavirus et lutte de classe (2020) https://les7duquebec.net/archives/253505
  10. Robert Bibeau. Khider Mesloub (2019) Autopsie du Mouvement des Gilets jaunes. L’Harmattan. Paris. 190 pages. https://les7duquebec.net/archives/253109
  11. Marc Rousset. Le système est condamné mais n’explosera pas dans l’immédiat. (7.04.2020) https://les7duquebec.net/archives/253929
  12. Robert Bibeau. La crise économique systémique après la crise sanitaire au coronavirus. (8.04.2020) https://les7duquebec.net/archives/253920
  13. Il aura fallu six mois, de novembre 2019 à avril 2020 pour que le virus du Covid-19 infecte 1 500 000 individus (cas avérés, dont 1 million de positifs dans 7 pays sur 200), et pour que le virus tuent 100 000 personnes (dont 75 000 mortalités dans 7 pays sur 200) selon les statistiques compilées par l’OMS. https://fr.statista.com/statistiques/1091585/morts-infections-coronavirus-monde/


La population mondiale : au 1er janvier 2020. La planète héberge environ 7,7 milliards d’habitants. Le taux de croissance annuel (+,1,1%) reste élevé au regard de l’Histoire et conduit à une augmentation de 80 millions de personnes chaque année (soit près de 220 000 personnes chaque jour). De fait, la population humaine mondiale augmente de 246 000 habitants par jour, résultat égal à la différence entre les 403 000 naissances et les 157 000 décès estimés par jour sur Terre, ce qui représente une hausse de 80 à 90 millions de personnes par an https://fr.wikipedia.org/wiki/Population_mondiale
  1. Vincent Vershorre Rapport coût-bénéfice catastrophique du confinement (2020) https://les7duquebec.net/archives/253707
  2. https://les7duquebec.net/archives/254010
  3. Henry Kissinger https://www.voltairenet.org/article209654.html
  4. Henry Kissinger https://www.voltairenet.org/article209654.html
  5. Thierry Meyssan. 11.04.2020 https://les7duquebec.net/archives/254044
  6. https://les7duquebec.net/archives/254033

Éclipsée par le coronavirus, l’influenza cause pourtant plus de morts
Khider Mesloub La morbidité du système capitaliste (2020) https://les7duquebec.net/archives/253542
Carolle-Anne Dessureault. Pays en quarantaine L’OMS déclare la pandémie du Covid-19 (12.03





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