Não existe conspiração à vista … business as usual
Hoje, não agradaremos nem aos conspiradores nem aos conspiracionistas.
Um mau hábito, do qual nos devemos livrar, é pensar que impenitentes rondam o
mundo para destruir a humanidade pela maldade - megalomania - em busca de lucro
(!) Se essas pessoas buscam o lucro, não devem tentar destruir os meios de
produzir esse lucro.
O modo de produção capitalista atribui-nos a cada um, e
atribui aos plutocratas como a outros, uma posição social, qualquer que seja, o
nome da pessoa medíocre (tartempion – Nota do tradutor) que ocupa a primeira posição (pole position –
NdT). E a esta posição está anexada uma função, tarefas e poderes. Assim, para
nós, escravos assalariados alienados, a tarefa é enorme, o salário de miséria e
os poderes inexistentes.

A função dos plutocratas é acumular capital e, se possível,
graças a uma crise inevitável, aumentar a sua riqueza - não pela megalomania -
mas porque a lei do mercado e da concorrência o força a fazê-lo, e por meio
desse mecanismo de busca de lucro, relançar a máquina de capitalização se ela
desmoronar, apesar dos seus esforços para a manter.
A função de um intelectual como Henry Kissinger, de quem
falamos no nosso último editorial https://les7duquebec.net/archives/254133, é
o de modelar essa mecânica de crise,
contra-crise e retoma e de o
explicar aos seus amigos plutocratas para lhes recordar quais são as suas
atribuições e como cumprir as suas funções, apesar de estar confrontado com as
piores condições.
Vocês acreditam que ultimamente essa por assim dizer
pandemia e esse confinamento enervante e debilitante, se esqueceram de vós, os
assalariados? Não se alegrem muito
rapidamente, caros proletários. Na fase
1 deste cenário macabro, que ocorre em três actos: crise económica -
confinamento e destruição dos meios de produção - retoma económica em V ou em U
(1), vocês estiveram trancados, confinados à residência, colocados em sacos,
controlados, espionados, rastreados, multados, perseguidos, espancados,
esfomeados, mas, mesmo considerando tudo isso, nada se não compara com os gaseados nas trincheiras
durante a Primeira Guerra Mundial, massacrados às centenas de milhar. Pensa assim
o proletariado safar-se desta vez (?) Não
chega (Que nenni – NdT)!
Vocês esqueceram-se que se seguirá a fase 2: fiz apenas um esboço no final do meu último artigo: https://les7duquebec.net/archives/2541333.
Vocês acreditavam que essas subvenções, abonos, prestações, atribuições eram
doações concedidas pelo estado talismã vandalizado? Pensem de novo! Foi o
dinheiro do Monopólio (referência ao jogo Monopoly – NdT) emprestado aos
banqueiros que virão reclamar os seus dividendos.

Apocalypse Now!
"A mãe de todas as recessões", fomos avisados (3), de
onde emergirá uma maior concentração monopolista. Em suma, o grande capital
internacional estabelecerá uma economia de guerra antes de intensificar a
guerra inter-imperialista travada pelas principais alianças comerciais
(sino-russa, americana, União Europeia) (4). Estamos apenas no primeiro acto
dessa tragédia de três actos, que ocorrerá dentro de uma década.
Que fazer agora ?
Devemos questionar-nos sobre a origem asiática do Covid-19?
Devemos procurar um bode expiatório: Macron,
Trump, Xi Jin Ping, Merkel ou Trudeau? Certamente que não! Se fosse tão
fácil sair destas crises económicas endémicas quanto votar num novo
"perdedor", teríamos sabido há muito tempo, uma vez que nos pedem
para votar fútilmente há décadas. O confinamento militar oferece aos
proletários a oportunidade de se distanciar do estado talismã adulado pela pequena burguesia. Devemos parar
de confiar no estado talismã dos ricos. Ele deve ser desconstruído e, assim,
desarmar os plutocratas, abolir a sua tarefa e abolir a sua função. Depois
disso, um mundo inteiro terá que ser construído, não uma pseudo-Nova
Ordem Mundial baseada nas mesmas leis do capital ... mas um Novo Mundo sem capital.
Notas

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