O
descontrolo, a inépcia, a deriva, são uma recorrência das políticas de saúde
levadas a cabo por este governo e pela Direcção-Geral de Saúde que executa as
suas orientações. Muitas das primeiras, por seu turno, influenciadas pela
péssima informação que a DGS lhe faz chegar.
Claro
que a deriva a que assistimos, teve a sua génese na criminosa política de saúde
que assenta no desinvestimento acelerado no sector, no modelo capitalista de
gestão hospitalar para os hospitais públicos e na cegueira total face aos
indicadores que faziam perceber que uma pandemia de dimensões catastróficas
iria chegar muito rapidamente à Europa e, também, a Portugal.
Nem
o governo nem a DGS cuidaram de prevenir a logística necessária dos meios para
fazer face a uma pandemia, que a avaliar pelo que se passara na China e em
outros pontos do continente asiático, iriam provocar um pressão inaudita sobre
a capacidade hospitalar de fazer face ao atendimento, internamento e tratamento
de um número tão vasto de infectados com a COVID-19 e de outros doentes.
Com
o propósito de escamotear esta deriva criminosa, todos os dias somos
bombardeados com os “pontos da situação” emitidos pela DGS e pela sua
directora-geral, Graça Freitas, por vezes assessorada e acompanhada pelo
Secretário-Geral de Estado da Saúde.
Escondem
aos operários e trabalhadores, através de uma catadupa de números, a razão
porque, quer o governo, quer a DGS, não acautelaram, com o tempo de que
dispuseram e desperdiçaram, a falta de equipamentos e infraestruturas
hospitalares, porque é que não anteciparam a necessidade de um adequado
levantamento da capacidade produtiva instalada que lhes permitisse obstar o
défice notório de máscaras, outros equipamentos de protecção e ventiladores.
Mais
grave, fazem publicar números e estatísticas que se vêem a revelar falsas,
deste o número de infectados até ao registo de mortes que não ocorreram, ao
mesmo tempo que difundem informação que se vem a perceber não ter fundamento,
como foi o recente caso da “cerca sanitária” à cidade do Porto.
A
confiança, quer nos números, quer nas instruções, cuja fonte está na
Directora-Geral da Saúde e no Secretário de Estado da Saúde, esvaiu-se
completamente. Toda a gente vê, pelo que hoje é, amanhã deixa de ser para mais
tarde voltar a ser, que os malabarismos instrutórios e explicativos dos dados
são motivados não pela defesa da saúde pública mas pelas quantidades (nulas,
previsões de chegadas, etc.) de equipamentos existentes em stock.
A
inépcia e a irresponsabilidade instalaram-se na Direcção-Geral da Saúde e na
Secretaria de Estado da Saúde. Trata-se, pois, de uma questão de saúde pública,
a exigência da demissão imediata de Graça Freitas e do Secretário de Estado da
Saúde.
Retirado de: http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/89-saude/2700-por-uma-questao-de-saude-exigimos-a-demissao-imediata-da-directora-geral-da-saude
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