sábado, 6 de março de 2021

Oh, Cavaco! A sério?!!!

 



Em declarações prestadas hoje, no contexto da sua participação numa videoconferência realizada na Academia de Formação Política das Mulheres Social-Democrataso palermóide de Boliqueime, que esteve várias décadas no poder em Portugal, quer como primeiro-ministro, quer como presidente da República, teve a distinta lata de vir dizer que o país vive actualmente (?) “numa situação de democracia amordaçada”, considerando que os números da pandemia causam vergonha por colocarem Portugal entre os recordistas de mortes por milhão de habitantes.

Quer sob a forma de “memórias”, quer em prosa, quer utilizando as mordomias que toda a imprensa escrita, falada e televisionada coloca ao dispor dos seus muitos vómitos, de vez enquanto lá aparece o “palhaço” para animar o “circo” da burguesia e do grande capital.

Há denúncias que, mesmo que reflectindo realidades incontestáveis, se tornam obscenas na boca de quem as produz. E este é, seguramente, o caso do fascistoide Cavaco. Quem não se recordará dos episódios na ponte 25 de Abril? Quer o que foi protagonizado por si enquanto primeiro-ministro e levou a uma das mais brutais repressões para desmobilizar a justa luta contra o aumento das portagens, quer a que decorreu enquanto presidente da República, ao ter acolhido e incentivado as ameaças sobre uma manifestação que deveria percorrer a ponte a pé e que foi, à última hora, desconvocada pela central sindical da traição, a CGTP-IN?

O carrasco Cavaco, vem agora exibir a sua pele de cordeiro mal parido, a fingir-se indignado pela política prosseguida pelo fascista António Costa e seus lacaios no governo. Quer branquear o facto de que estas políticas, este caos sanitário, decorrem da política que os sucessivos governos de PSD e PS – a sós ou coligados – levaram à destruição do Serviço Nacional de Saúde, ao seu progressivo desmantelamento para que o sector privado saísse beneficiado, que redundou – como em todo o mundo onde domina o sistema capitalista e imperialista – na crise pandémica que agravou, ainda mais, a crise económica sistémica e a miséria, a fome, o desemprego, a doença e a morte dos operários e dos trabalhadores assalariados.

Cavaco não está contra o confinamento mortal que está a liquidar ainda mais a economia e agravar o desemprego, a miséria, a fome, o suicídio e a morte. Não! Contra o que ele está contra é quanto à “eficiência” das medidas terroristas e fascistas que quer ele, quer Costa, acolhem. O que ele critica, no fundo, é o facto de essas medidas não estarem a produzir os efeitos desejados pela burguesia que ambos defendem. O que ele espera é...mais músculo! Pelo que ele saliva é pelo “respeitinho”  pelas “autoridades competentes” que deve ser imposto às populações.

Esta hipocrisia só é possível graças à miserável traição da “esquerda parlamentar” e à incipiência e fragilidade de uma vanguarda proletária que conduza a luta contra o único responsável pela crise sanitária e financeira que hoje se vive em todo o mundo - o sistema capitalista e imperialista!

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