segunda-feira, 1 de junho de 2020

A América está em chamas e o mundo sob tensão ... o proletariado está em marcha



1 de Junho de 2020 Robert Bibeau





O assassinato do trabalhador George Floyd

 O assassinato do trabalhador George Floyd pela polícia de Minneapolis, Minnesota, na segunda-feira, 25 de maio, causou uma onda de choque nos Estados Unidos em crise económica, política e social profunda e insolúvel. Protestos a denunciar a repressão estatal eclodiram em mais de 100 cidades ao redor do mundo, incluindo New YorkLos Angeles; Toronto; MashhadMilanColumbus, Ohio ; DenverDes Moines; Houston; Louisville; Memphis; Charlotte, Caroline du NordOaklandPortland, OregonSan José; Seattle; frente à Maison Blanche (Casa Branca – NdT) em Washington; em Nashville; e em muitas outras cidades. (1)

George Floyd foi um dos 36 milhões de trabalhadores americanos que perderam o emprego após o confinamento letal decretado pelo estado americano como táctica para supostamente impedir a propagação da bomba viral (Covid-19) que escapou ou foi exfiltrada de um laboratório virológico militar chinês ou americano (?) que ainda não sabemos ... mas seja como for, esta enésima bomba viral marca o início de um novo confronto entre o poder hegemónico americano e o pretendente chinês.

O estado dos ricos e da comunicação social a seu soldo desenvolve grandes esforços para conter esta revolta social e liquidá-la, apresentando este movimento como uma demonstração anti-racista contra os policias americanos de triste reputação. A questão racial tem muito pouco a ver com este movimento de revolta popular. As origens sociais dos manifestantes testemunham isso. O governador de Minnesota confirma isso mesmo: "A situação em Minneapolis não está mais ligada ao assassinato de George Floyd", indicou  o governador Walz. Trata-se de atacar a sociedade civil, incutir o medo e perturbar as nossas grandes cidades ". (2) O governador Walz, procura assim recuperar a pequena burguesia para salvar o seu governo, mas o governador está certo, a situação nos Estados Unidos vai muito para além da questão racial e apresenta-se como uma revolta social que pode, a qualquer momento, atear fogo a toda a América e ao mundo inteiro.

Como todos estes manifestantes indignados, George Floyd era um trabalhador precário e de baixos salários, endividado como centenas de milhões de trabalhadores nos Estados Unidos (3), vítima da crise económica sistémica recorrente que abala o capitalismo moribundo há anos. É por isso que este assassinato de um trabalhador assalariado leva a esta onda de revolta através das Américas desesperadas. 4)

Esta revolta popular assemelha-se em alguns aspectos à revolta dos Coletes amarelos franceses - https://les7duquebec.net/archives/253109 (5). A reacção dos estados burgueses é idêntica: “Pelo menos duas mortes estão ligadas às manifestações; milhares de pessoas foram presas e a polícia usou bastões, balas de borracha e spray pimenta para repelir multidões em algumas cidades. ” (6) É normal que estas guerras de classes sejam semelhantes, as condições de vida precárias, as condições de trabalho inqualificáveis, os salários irrisórios, as condições sociais e de saúde degradadas, sob austeridade, são as mesmas para os proletários de todos os países capitalistas avançados e elas harmonizam-se com aquelas dos trabalhadores assalariados dos chamados países emergentes, cujo grande capital mundializado se opõe à "aristocracia operária" dos países do Norte ... Portanto: "quer nos países da América Latina , quer na maioria dos países emergentes, o mercado de trabalho é precário e informal. O trabalho à distância (tele-trabalho – NdT) é apenas uma possibilidade para uma pequena fracção dos trabalhadores mais instruídos. Para a grande maioria, confinamento significa que não existe nenhuma entrada de dinheiro. Sejam trabalhadores domésticos, trabalhadores agrícolas ou vendedores ambulantes, estes milhões de pessoas ficaram da noite para o dia sem rendimento como resultado do confinamento ”(7).

Acabar com a "aristocracia operária" ... nós somos todos proletários. E se nos Estados Unidos a resposta dos trabalhadores à crise sistémica e aos preparativos para a guerra toma a forma de manifestações populares e destruição urbana, na América do Sul e na Europa assume a forma de ataques militantes contra o encerramento selvagem de fábricas : “Uma vaga mundial de encerramento de fábricas e empresas começou. A Boeing anunciou 7.000 demissões somente nos Estados Unidos. Na Argentina, já estão a preparar o caminho. Em Espanha, após mais de um ano a solicitar subsídios estatais, a Alcoa anunciou a demissão de 534 trabalhadores. A Nissan, após negociar com o governo, decidiu fechar a sua fábrica em Barcelona de forma permanente, atirando 3.000 trabalhadores para a rua. No Canadá, a Air Canada, a Bombardier e o Cirque du Soleil imploram por subsídios estatais antes de fecharem, o mesmo para as empresas de petróleo. Em França, biliões de euros foram prometidos a empresas afectadas pelo confinamento. Estes são exemplos de um fenómeno que se produz no mundo inteiro. ” (8)

O futuro do modo de produção capitalista está traçado. A pandemia de Covid-19 e a táctica de confinamento policial são programas temporários, uma forma de condicionamento para o desenvolvimento de uma economia de guerra, antes do início de um conflito mundial envolvendo novas armas letais. Enquanto os clãs do grande capital mundial contam as suas armas virais, nucleares e convencionais, o proletariado internacional não deve perder a oportunidade de confrontar o aparato estatal dos ricos. Longe vão os tempos em que a carne para o patronato era considerada como carne para canhão. Somos todos proletários e deveríamos transformar esta guerra reaccionária  em guerra revolucionária (9).


NOTAS

3.      Os estragos do confinamento mortal na América Latina.  https://les7duquebec.net/archives/255385
5.      AUTOPSIA DO MOVIMENTO DOS COLETES AMARELOS - https://les7duquebec.net/archives/253109
7.      Os estragos do confinamento mortal na América Latina. https://les7duquebec.net/archives/255385




1 comentário:

  1. Para quem diz que não há razões sociais para a revolta social..., aqui está ela! O racismo através da pobreza e da desigualdade social.

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