A partir das imagens ofensivas exibidas pela comunicação
social, a conclusão parece óbvia: "Temos
que admitir que há um problema de violência policial em França e nos Estados
Unidos, em Hong Kong e em toda parte em democracia liberal", afirma o
jornalista. atordoado https://les7duquebec.net/archives/255621.
O jornalista esquece que a polícia, as prisões e os
tribunais são os órgãos da violência legal do Estado, que tem o dever de fazer
cumprir a lei e a ordem do capital. Dizer que a polícia é violenta é uma
tautologia associada a um pleonasmo. Esta instituição é o primeiro muro protector
da ditadura dos ricos. O segundo baluarte da protecção da lei e da ordem é
constituído pelo exército, ao qual os Estados burgueses recorrem apenas como
último recurso – impõe-se que o Pentágono lembre a Donald Trump o xerife com o gatilho demasiado
rápido.
O que leva a comunicação social a transformar o caso de George
Floyd no espantalho da media que conhecemos? O que leva a pequena
burguesia a manifestar-se por "justiça, igualdade, equidade";
conceitos incompatíveis com a sociedade capitalista dividida em classes
sociais, uma delas minoritária e dominante, a outra maioritária e dominada?
Assim, justiça, igualdade, equidade para
a classe dominante, que possui os meios de produção e comercialização,
significa injustiça, desigualdade e iniquidade para a classe dominada, que possui apenas a sua força
de trabalho para sobreviver.
É porque, aprofundando-se a crise económica mundial -
principalmente por causa do confinamento assassino – as minorias, os pobres, os
trabalhadores imigrantes, os proletários, bem como a pequena burguesia, correia
de transmissão e cão de guarda da ordem estabelecida , passam agora pelas
situações humilhantes ( Les Fourches
Caudines – Nota do tradutor) do sistema em falência.
O pequeno-burguês, um agente importante pelo seu papel de colaborador do grande
capital; e pelos seus recursos humanos sob capitalismo, simplesmente não
compreende que o seu mestre, o plutocrata e o seu Estado, possam despedi-lo,
empobrecê-lo e proletarizá-lo, destruindo assim o contrato social republicano
que sempre o protegeu do destino das minorias, dos precarizados, dos imigrados
e dos proletarizados. Os pequenos burgueses da classe média, com as cabeças
ainda cheias das ilusões de igualdade, justiça e equidade cívica, que
constituíram a base da democracia republicana, protestaram contra o destino que
lhes era reservado na nova sociedade reformada, e ameaça conduzir a populaça
sobre as barricadas do protesto.
Cuidado,
a pequena burguesia da classe média não
deseja derrubar o sistema que é a causa da sua proletarização e
empobrecimento. Ela entende que a sua salvação de classe está no sistema que
nostalgicamente ela gostaria de reformar para garantir um lugar bem guardado,
num ministério ou numa ONG subsidiada, enfim, para retornar como antes, aos
bons velhos tempos do Estado providência tão clemente para ele, o bobo. Note que ela já se rebelou contra o seu
mestre, ameaçando sublevar a populaça sobre o tema do chauvinismo e da
independência nacional (sic); sobre o tema do meio ambiente - a fractura
climática e outros disparates naturalistas. Mas a receita não foi aceite e o
proletariado, a quem foi proposto fechar fábricas, oficinas e estaleiros de
obras, não mordeu esse anzol grosseiro. Desta vez, a pequena burguesia está a
tentar renegociar a sua submissão aos temas cidadãos de justiça, igualdade e
fraternidade ... sob o Estado policial.
Desta vez, a burguesia desafiou o córtex reptiliano de sobrevivência animal do hominídeo. Diante um vírus invisível e ameaçador, o confinamento mortal da polícia foi apresentado como a única resposta apropriada para a plebe aterrorizada. Um golpe de génio da pequena burguesia mediática ... mas ela avaliou mal o impacto dessa paralisia da economia sobre o conjunto do proletariado mundial e do grande capital.
A pequena burguesia tenta hoje usar a raiva populista contra
o sistema falido, agitando o pano vermelho do racismo e da violência policial,
dois subprodutos da opressão sistémica sob capitalismo. Nunca houve e nunca haverá
justiça, igualdade ou equidade num sistema baseado na "justiça" dos
ricos, sobre as desigualdade e a iniquidade mundializada. A pequena burguesia
aprenderá às suas custas - não se pode reformar esse modo de produção ou criar
uma Nova
Ordem Mundial sobre os fundamentos da antiga sociedade capitalista
mundializada.
A actividade política dos proletários conscientes deve expor as tácticas da pequena burguesia que procura uma vez mais (como no tempo da Frente Popular, como em Maio de 68 e como no tempo dos Coletes Amarelos https://les7duquebec.net/archives/253109) lucrar com a sua colaboração de classe e liquidar o nosso combate pela construção de um novo modo de produção, um modo de produção que possa atender às necessidades humanas.
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