A semana terminou com o anúncio de que o governo havia decidido tornar operacional 90% de toda a frota de transporte público e privado convencionado com o Estado. Isto num contexto em que, devido a uma maior procura dos transportes públicos, antes da crise pandémica já se fazia sentir, para além dos efeitos de um depauperado serviço público de transportes, um manifesto desajustamento da oferta à procura.
Se não é criminoso deixar que apenas 40% da oferta de
transporte público funcione durante as 3 primeiras semanas de “desconfinamento",
então o que é isto? Criminoso! Sobretudo
quando fizeram ouvidos de mercador às críticas de que seria impossível travar
uma pandemia com transportes públicos a abarrotar de operários e trabalhadores
que, após mais de 3 meses de confinamento policial mortífero, regressavam aos
seus locais de trabalho para assegurar a venda da única mercadoria que possuem
– a sua força de trabalho – para poder sustentar as suas famílias.
António Costa e as
meninas histéricas da Direcção Geral da Saúde – Graça Freitas – e do Ministério
da Saúde – Marta Temido -, levaram a sabujice política que os tem caracterizado
ao cúmulo da indecência. Para escamotear a decisão de “poupar” nos transportes,
disponibilizando apenas 40% da frota,
elegeram os jovens como sendo os responsáveis pelo novo “surto pandémico” que
se regista actualmente na área de Lisboa e Vale do Tejo.
Apesar de ter tido algum eco, principalmente junto de uma
parte da população mais vulnerável à mentira e à manipulação, rapidamente a
mentira, que tem perna curta, ficou exposta através de centenas de fotos e
vídeos demonstrativos de como os operários e os trabalhadores eram
transportados que nem “sardinhas em lata”, nas suas deslocações para o local de
trabalho e respectivo regresso a casa.
Não basta â burguesia explorá-los até à medula, humilhá-los,
forçá-los a viver em bairros da periferia das grandes cidades – como é o caso
de Lisboa -, na maioria dos casos em situação de completa insalubridade e
desconforto, ainda lhes impõem transportes sem quaisquer condições de segurança
e conforto, com horários e regularidade de carreiras absolutamente
desajustados, criminosamente desajustados, no contexto da crise pandémica que
atravessamos.
Também, o que esperar de uma besta inculta como António Costa, que ainda ontem, no programa do humorista Ricardo Araújo Pereira, afirmou, sem hesitação ou desassombro, que a vacina assegura a imunidade contra o vírus, enquanto os antibióticos os ... matam!!! Para que servem, afinal, as reuniões com os especialistas no INFARMED?
Se não servem para “iluminar” o cérebro amorfo de Costa, só
podem servir para, lançando uma autêntica barragem de números indecifráveis
para a maioria dos operários e trabalhadores, escamotearem o que está em causa
e manipularem, a seu belo prazer, consciências sobre as políticas absolutamente
criminosas que este governo – e órgãos que tutela – têm vindo a impor, seja
sobre o sector da saúde, seja sobre o sector dos transportes, seja sobre o
sector da habitação, ou qualquer outro sector onde a resposta aos interesses de
quem trabalha é constantemente postergada.
Retirado de: http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/2745-transportes-publicos-urbanos-uma-politica-absolutamente-criminosa
Sem comentários:
Enviar um comentário