terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Vai-te encher de moscas, Raquel Varela!

 

Sempre denunciei a Raquel Varela como uma imbecil, armada ao pingarelho, a fazer-se passar por intelectual, cientista e outros encómios de auto-satisfação e auto-adulação pequeno-burguesa.

Esta animália pseudo-intelectual, uma oportunista chapada,  enreda-se em contradições próprias de quem elegeu o empirismo como método de análise, apesar de ter a boca cheia de ciência. No caso da alegada pandemia de coronavírus veio agora afirmar que, em Março do corrente ano, como lhe disseram que o confinamento serviria para “aplanar a curva”, defendeu a medida terrorista e fascista sem reservas porque “...só (o) equacionava por 15 dias, tempo para requisitar hospitais e laboratórios privados”!!!

Ou seja, em vez de se juntar à voz da denúncia daqueles que afirmavam que o confinamento assassino se destinava, primacialmente, a escamotear o caos a que o Serviço Nacional de Saúde havia chegado, fruto da política de sucessivos governos - do PS e do PSD, a sós, ou coligados – de desinvestimento na saúde, com vista a preparar as condições para a sua privatização, Raquel Varela preferiu juntar-se ao sector que impôs o confinamento!!!

E, num exercício de auto-suplicio e auto-flagelação, tipicamente medieval, preferiu optar por aquilo que ela própria classifica como sendo “...medidas aplicadas...na Idade Média.” Tudo isto apesar de reconhecer que “...o grande avanço do Renascimento foi afirmar, pela voz de corajosos cientistas, que o Homem é uma aventura única no planeta”, sem contudo explicitar quem é este homem, a que classe pertence, para se possa determinar e entender qual a classe que impõe o confinamento assassino e terrorista e qual a classe que é forçada a sujeitar-se a ele.

Nem a referência a Eduardo Galeano safa esta figura menor da intelectualidade nacional. Haverá quem, entre o Homo sapiens sapiens não se sujeite e domine a natureza. Não é certamente o caso de Raquel Varela que nunca se alcandorará ao patamar de Homo imaginosus, pois não percebe como se pode projectar o futuro quando não entende patavina do que se passa no presente, ou do que se revelou no passado.

Que fique claro. Raquel Varela apoiou o confinamento terrorista e assassino. E isto dito por si própria. Caucionou a suspensão da “democracia”, dos direitos, liberdades e garantias que a Constituição burguesa instituiu e que a burguesia rasgou em mil pedaços para satisfazer o seu projecto de “reinicialização” do sistema capitalista (“Big Reset”). E fê-lo por oportunismo, ingenuidade, imbecilidade, por seja o que for, contra os interesses da classe operária e dos trabalhadores assalariados.

É, por isso, tão responsável como António Costa e o seu governo de lacaios da burguesia por, “à espera da vacina”, se ter deixado um “...lastro de mortos por outras doenças, a doença mental, as falências, a erosão do SNS, a desagregação social...” que essa medida, enquadrada nas sucessivas Leis de Emergência Nacional e de recolher obrigatório, implicou.

Será que esta alegada historiadora e cientista de pacotilha não conseguiu antever que o resultado da “opção pelo encerramento de serviços (porque a indústria, coração da produção de valor, onde há altas concentrações de trabalhadores  - parece que a Raquel tem nojo em dizer operários -, não parou)...” iria, num quadro de “...concorrência entre empresas e Estados...” levar à falência “...as empresas mais frágeis e os Estados mais periféricos...”?!!!

Representante de uma pequena-burguesia em pânico pelo fantasma da sua proletarização, já que, o que esta crise sistémica mundial, agravada pela crise sanitária de Covid-19, levou à quebra da aliança secular entre a burguesia, o grande capital, e esta classe cobarde e poltrona, Raquel Varela, chega agora à conclusão de que “...sendo a interacção social tão vital à vida como a alimentação ... a opção pelo confinamento é inconsequente e cruel...”

E, ainda assim, o tiro sai ao lado. Para a classe operária, para os assalariados, seja em Portugal, seja no mundo inteiro, a interacção social é importante, não como um valor empírico e romanceado – como gosta de se lhe referir esta pequena-burguesia diletante – mas, para se organizar, lutar e elevar nos combates contra o sistema capitalista e imperialista a sua consciência de classe e o papel que tem na transformação da sociedade e na libertação do homem das grilhetas da escravatura assalariada.

É verdade que “...o confinamento foi imposto por um sector que tem casas confortáveis, salário seguro e redes de apoio”, o quadro perfeito para caracterizar a razão pela qual Raquel Varela apoiou o confinamento assassino e terrorista. É verdade que ele “...foi imposto a uma população que já vivia só...ou sem redes familiares densas...e que sempre trabalhou numa fábrica ou empresa, usou transportes públicos e está obrigada a regressar a um pequeno apartamento onde tem de estar fechado, com crianças, no meio da ansiedade de perder o emprego”.

Tudo isto é verdade, como o é, também, a evidência de que o confinamento “foi e é ... insensível à vida real da maioria da população...”, imposto por um sector que, tal como a Raquel Varela, vive em “...casas confortáveis, salário seguro e redes de apoio...”

Vai-te encher de moscas, Raquel Varela!            

1 comentário:

  1. Resposta Intervenção de Raquel Varela no programa "O Último Apaga a Luz "- RTP, 13 de Novembro de 2020....

    Quero recordar, à Dr.ª Professora Raquel Varela:
    Que o MRPP nunca fez parte do sistema, como sempre fez o PCP, como é do conhecimento geral -,estiveram presos nas cadeias portuguesas, simpatizantes e militantes, antes e depois da "Revolução do Cravos"!
    Eu sei, que não tem grande simpatia pelo MRPP, mas isso não a impede, de um dia destes vir a fazer, uma só referência a um partido que combateu o fascismo e social-fascismo de Barreinhas Cunhal, e foram presos e torturados antes e depois do 25 de Abrl...

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