quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A esquerda face à guerra sanitária

 

27 de Janeiro de 2021 Robert Bibeau  

 Da crise pandémica à guerra sanitária


Faz agora um ano que se escapava oportunamente um coronavírus do tipo SARS-CoV-2, fabricado num laboratório militar de segurança máxima chinês (pelo menos essa é a hipótese aceite nos círculos de espionagem). Desde então, a comunidade internacional, tanto de esquerda quanto de direita, teve muito tempo para fazer as suas camas e levantar as suas vozes no meio do que se tornou a pior crise sanitária, política, jurídica e económica dos tempos modernos. Foi pelo menos isso que fez a gestão incompetente da maioria dos governos burgueses fez e que estão reduzidos hoje a concentrar todas as suas esperanças em vacinas caras, desconhecidas, desenvolvidas à pressa, não validadas e arriscadas.

No meio de uma catastrófica cacofonia mundial, seria de esperar que a esquerda, ansiosa por tomar o poder totalitário do Estado, aproveitasse a oportunidade para puxar o tapete sob os pés da direita paralisada. Pelo contrário, na maioria dos países do mundo as esquerdas nem mesmo protestaram quando os assustados executivos nacionais se concederam poderes extraordinários, reservados para o tempo de guerra, a fim de forçar povos recalcitrantes a voltarem às fileiras dos confinamentos e quebrar a resistência popular às arbitrárias restrições. Mais uma vez, como em todas as grandes guerras, o povo encontra-se sozinho face à irmandade de lacaios políticos de esquerda e direita.

Concordamos sem pestanejar, com o que disseram Macron e outros líderes da comunidade internacional instável : "O mundo está em guerra". Ontem, era contra o terrorismo jihadista patente, hoje, é contra o terrorismo viral rebuscado. Ambas as ameaças terroristas são de envergadura mundial. Mas essa dimensão internacional não é o factor principal no desafio que essas ameaças representam para as populações nacionais. Voltaremos a isso.

A esquerda, constatando o amadorismo da gestão da pandemia confiada aos médicos ao serviço das grandes empresas farmacêuticas - tudo se desmorona no final deste reinado capitalista - a esquerda, dizíamos nós, preconiza aproveitar a oportunidade para aumentar a paralisia administrativa da ordem nacional à ordem internacional. Todo o poder para a OMS, Bill Gates, George Soros e para os outros bandidos da irmandade bilionária internacional. (1)

Em vez disso, devemos ler: “As novas variantes do vírus, que estão prestes a estragar os poucos avanços (sic) de uma situação que já é terrível, são o resultado directo do fracasso em fornecer uma resposta universal a um problema universal. O mundo da classe dominante com os seus instrumentos nacionais mais ou menos coordenados, sistemas de saúde mais ou menos sobrecarregados e mais ou menos insuficientes, não pode responder a uma pandemia desta envergadura mundial. Em nosso entender, a principal lição que o desenvolvimento da epidemia deixará aos trabalhadores é que as ameaças mundiais que enfrentamos como classe social são mundiais: o vírus, assim como a crise, não conhece fronteiras e o que está a acontecer em cada país afecta os outros países. Simplesmente não existem soluções nacionais. Não podemos nem mesmo esperar "coordenação" internacional; os interesses de cada capital nacional impedem que as classes dominantes forneçam soluções verdadeiramente mundiais. Eles serão sempre incitados a 'esperar um pouco mais', para nos empurrar para 'continuar com a vida normal' primeiro e, de seguida, invocar a 'responsabilidade individual', desde que não percam a sua posição competitiva. ”(2) Cabe à organização de esquerda concluir: "É o equivalente a travar guerras enquanto se espera pacientemente que elas acabem por elas próprias." É hora de aplicarmos no mundo inteiro o que já aprendemos a um custo imenso, de resistir à primazia dos investimentos e lucros sobre as vidas humanas e de impor o confinamento total e o encerramento de todas as atividades não essenciais ”(3).

Que malandragem demagógica, opondo assim os lucros dos plutocratas à vida das populações que contariam mais do que qualquer outra coisa aos olhos dos bilionários cosmopolitas e dos seus seguidores da esquerda hipócrita. O que responder diante de tanta filantropia obsequiosa? A esquerda, portanto, acredita e apoia a guerra sanitária que uma facção do grande capital está a travar contra outra facção, mantendo a população mundial como refém do seu conflito pela hegemonia ... custe o que custar ... ao povo.

Que se pode esperar desta guerra sanitária mundializada?

Da nossa parte, vemos isso apenas como uma histeria médico-política alimentada pelo mundo farmacêutico e empresas digitais (Big Pharma e Big Tech), que veem isso como uma oportunidade de ouro para fazer fortuna com novos medicamentos, vacinas e serviços online à custa dos seus concorrentes. Antecipamos a falência garantida para centenas de milhares de pequenas e médias empresas e para milhares de empreendedores autónomos, criando milhões de desempregados em todo o planeta e especialmente nos países pobres do terceiro mundo. Já na Índia e em África, em França e no Canadá, os suicídios de camponeses endividados contam-se aos milhares. Enfim, vemos que se aproxima o fortalecimento do estado burguês totalitário que prepara as condições para uma terceira guerra mundializada. (4)

Prossigamos a enumeração do custo social, económico e político do confinamento, do recolher obrigatório e outras restrições imaginadas pelos torcionários do Estado totalitário.

O custo económico e social do confinamento em relação à mortalidade efectivamente observada é absolutamente insano, suicida e injustificável.

Um princípio de precaução levado ao absurdo desprovido de qualquer vestígio de racionalidade. Abandonado, entretanto, face à disseminação de vacinas de RNA mensageiro não validadas.

O sistema de saúde francês ou canadiano e a maioria dos países ainda não estão saturados, apesar dos alarmes dos criadores de medo. Criamos camas, evacuamos para hospitais menos sobrecarregados. É mais um problema de logística do que de capacidade absoluta, apesar dos cortes orçamentais e das políticas de austeridade.

O excesso de mortalidade associado ao não confinamento, sendo todas as outras coisas iguais, parecem sempre ser zero (sem “perdas de oportunidade”).

O excesso de mortalidade associado ao confinamento de Ehpads (lares de reformados - ndt) e CHSLDs, por outro lado, parece real.

Os traumas e a violência doméstica e social associados ao confinamento também são muito reais e dramáticos, mesmo que as elites não tenham absolutamente nada a ver com eles, já que dispõem de meios para viver em confinamento confortável.

As inúmeras sequelas que irão assombrar os nossos filhos confinados, privados da escola e do convívio fraternal.

O sistema de atestados fraudulentos é, nem mais nem menos, um abuso policial.

Em França, como no Canadá, o confinamento faz parte de uma "lei" de Estado de emergência sanitária que decorre de um abuso de poder inaceitável e perigoso, o que o penalista Raphaël Kempf designa por "lei celerada" (5). O mesmo se aplica a todos os países que elaboraram cada um o seu próprio “Sanitary Patriot Act”. https://les7duquebec.net/archives/261671

A esquerda confinada e desligada da realidade do proletariado oprimido

A III Guerra Mundial está em marcha e não creio que as massas populares se devam colocar atrás da pequena burguesia reformista ou de esquerda.

Já faz um século que a esquerda mantém o proletariado sob controle com a promessa de que as reformas vão melhorar as condições de vida e de trabalho, e que vão ajudar a aumentar a consciência política dos trabalhadores, quando na realidade as reformas ainda são medidas destinadas a consolidar a escravidão assalariada. Essas reformas são promovidas pelos lacaios da esquerda que, uma vez no poder, fazem a política dos capitalistas.

A traição não reside no facto destes fantoches políticos serem de esquerda ou de direita ... estes servem os seus senhores. A traição começa no dia em que um activista de esquerda proclama que os líderes da esquerda oferecem uma alternativa proletária através de reformas políticas e económicas desejadas pelo capital. A esquerda compromete-se, assim, em apoiar os esquemas do capital e sofre hoje as consequências. O que é que há de surpreendente no facto de o proletariado fugir de todas as seitas da esquerda e de todas as facções da direita? O proletariado retirou toda a credibilidade a todos os fantoches da esquerda e também da direita, manifestando assim a sua consciência de classe.

" É na luta - classe contra classe - que a consciência de classe se aguça. O movimento de Resistência Popular à Guerra Sanitária que nos foi imposto indica o caminho a seguir de Amsterdão a Atlanta passando por Paris e Montreal.https://les7duquebec.net/archives/261626



Notas

 

  1. Louis Fouché. A corrupção da medicina. https://www.facebook.com/100028301435413/posts/757230411897000/?sfnsn=scwspmo
  2. https://en.communia.blog/covid-mutations-and-the-inability-of-the-system-to-respond-to-a-pandemic/
  3. https://en.communia.blog/covid-mutations-and-the-inability-of-the -system-to-respond-to-a-pandemic/
  4. A 3e guerra mundial está aí : https://les7duquebec.net/archives/261662
  5. https://www.lemonde.fr/idees/article/2020/03/24/raphael-kempf-il-faut-denoncer-l-etat-d-urgence-sanitaire-pour-ce-qu-il-est-une-loi-scelerate_6034279_3232.html
  6. Stop de lockdown (Pays-Bas) : https://les7duquebec.net/archives/261626


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