terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Confinamento terrorista - Ensaio sobre a manipulação!

 


Após o primeiro fim de semana de confinamento e no quadro de um agravamento da crise pandémica, assiste-se a uma barragem mediática sem precedentes, ao serviço do governo e dos interesses que este defende – os do grande capital e do imperialismo, os da indústria farmacêutica e da rede de saúde privada – querendo fazer acreditar que se trata de egoísmo puro o facto de a população não estar a encarneirar, como esperava o poder, no medo e no pânico que este, desde o início da alegada pandemia lhe quer incutir para o paralisar.

Até órgãos da comunicação social que até agora se tinham remetido a alguma “neutralidade” quanto a esta matéria – como é o caso da Rádio Comercial e o seu programa da manhã – se prestam a dar voz a relatos, incluindo, supostamente, de médicos, que se queixam do “egoísmo” das pessoas que não entendem o drama que estes profissionais da saúde vivem nas urgências, pelo facto de terem de ser confrontados com a decisão de priorizar quem deve, ou não, ter direito à vida, isto é, a um ventilador.

Esta cantilena abjecta – que já havia sido ensaiada durante o primeiro confinamento, em Março de 2020 – coloca a nu a verdadeira natureza da crise pandémica que atravessamos, O caos a que os sucessivos governos da burguesia – incluindo, ou sobretudo, o de Costa – que, no seu afã de destruitrem o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, assim, privilegiar a saúde privada, levaram o SNS ao caos em que hoje se encontra, incapaz de dar uma resposta adequada  a qualquer situação de emergência que ocorra.

O ano passado, durante a primeira ordem de confinamento, a desculpa era a de que não havia ventiladores e outros equipamentos e materiais. Hoje, quando existem esses equipamentos e materiais (alguns ainda por desempacotar), a desculpa passou a ser que não existem suficientes profissionais no mercado para os operacionalizar!!! Admite-se, assim, que são justas as críticas e reivindicações que as várias Ordens – Médicos, Enfermeiros e Farmacêuticos - , bem como sindicatos representativos dos diferentes sectores dos profissionais de saúde, fazem desde há muito. Ou seja, que são necessários:

·         mais médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde para assegurar cuidados de saúde que vão de encontro às necessidades da classe operária e de todos os trabalhadores assalariados;

·         que é necessário dar a estes profissionais da saúde condições salariais e de progressão de carreira dignas e que proporcionem a sua fixação ao mesmo tempo que assegurem o fim da precariedade contratual

·         que são necessários mais hospitais, com maior número de valências e com maior capacidade, não só para intervenções cirúrgicas como para tratamento e seguimento de diferentes patologias e realização de consultas externas de diferentes especialidades

·         que é necessária uma gestão de recursos e equipamentos que cuide adequadamente da logística – humana e material – que assegure a sua rentabilidade

·         que é fundamental assegurar que a rede privada hospitalar – incluindo a designada rede social de saúde (Misericórdias, etc.)-  é de uma vez por todas integrada e tutelada pelo SNS e deve responder a crises emergentes sempre que para tal for solicitada sendo, contudo, impedida de se aproveitar da situação para praticar custos especulativos.

 Qualificar de egoístas aqueles que não aceitam ver coartadas as suas liberdades para fazer um frete a um governo que tudo tem feito para o privar dos cuidados de saúde a que tem direito, é escamotear, para além do mais, a responsabilidade de quem na realidade deixou a situação chegar ao caos em que se vive actualmente e fazer o jogo de Costa e dos seus lacaios de tentar sacudir para outros responsabilidades que só a eles podem ser assacadas.

Não temos qualquer ilusão quanto à natureza de classe deste governo e do Presidente da República que o tutela e ampara. Eles defendem os interesses da burguesia, dos grandes grupos farmacêuticos, dos grandes Grupos privados da saúde. Não defendem os interesses da classe operária e dos restantes trabalhadores assalariados. Não querem, não têm vontade política, de criar as dinâmicas que assegurem uma saúde verdadeiramente ao serviço de quem trabalha, de quem é explorado, quer pelo patronato, quer pelo sistema político sanitário que o serve.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com o comentário. É precisamente o que penso....recuso o confinamento, o medo é a Ditadura Sanitária.

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  2. Atenção: O próprio termo "Pandemia" serve para os governos escamotearem o facto de o virus dum modo geral, mata as pessoas maltratadas por falhar do Sistema Nacional de Saúde, que há séculos anda a ser rapado. O termo correcto é "SINDEMIA"!

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