domingo, 31 de janeiro de 2021

É necessário dar luta sem quartel aos despedimentos colectivos!

A crise pandémica tem-se revelado, cada vez mais, o verdadeiro mecanismo de que a burguesia capitalista e imperialista se serve para romper com a aliança secular que mantinha com largos sectores da pequena-burguesia, classe que tem servido de tropa de choque no combate que move contra os proletários e demais escravos assalariados.

A presente crise pandémica tem servido, sobretudo, para que a burguesia proceda a uma “reinicialização” do seu modo de produção capitalista – em todo o mundo - , e ao sector tecnológico (BIG TECH) e farmacêutico (BIG PHARMA) impor-se ao sector, até agora dominante, da indústria tradicional de mercadorias.

Em Portugal, país que, no âmbito da “divisão internacional do trabalho” que o directório imperialista europeu lhe ditou – isto é, ter sido remetido para o papel de prestador de serviços -,  são já palpáveis as consequências do “Great Reset”. Relativamente a 2019, os despedimentos duplicaram,  superando o seu número os daqueles que foram registados no último ano da tróica germano-imperialista... 2014!

Bem demonstrativo da tendência mundial da concentração capitalista, os processos de despedimentos colectivos em Portugal ocorreram, sobretudo, em micro e pequenas empresas – 37%. Foram 698 as empresas onde esses despedimentos tiveram lugar, tendo sido “descartados” 8.299 trabalhadores, segundo números do próprio Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que, como é sabido, pecam sempre por defeito.

Podemos verificar, agora, que as “declarações de intenção” do governo de Costa e dos seus lacaios, não passaram disso mesmo. Apesar de anunciarem a “proibição” de despedimentos, apesar dos programas anunciados de “retoma”, dos apoios para manutenção dos contratos, no âmbito do lay-off, do incentivo à “normalização” de actividade, os despedimentos sucedem-se e agravam-se.

Tanta “generosidade” esconde – como sempre denunciámos – a precariedade em que assentam as relações contratuais entre patrões e assalariados. Basta perceber que aqueles, apesar de “impedidos” de despedir durante o tempo que durarem os apoios, podem não renovar os contratos a termo ou podem avançar com os despedimentos após o final dos mesmos. Ou seja, podem perpetuar a precariedade e os despedimentos colectivos ... “legalmente”!!!

Com o agravamento das medidas terroristas e fascistas do governo de Costa e dos seus lacaios, o que a classe operária e os restantes trabalhadores assalariados poderão esperar é um agravamento deste quadro de despedimentos colectivos – os trabalhadores da  Petrogal de Matosinhos que o digam, agora que enfrentam um massivo despedimento colectivo, para que possam emergir os interesses do sector da burguesia ligados às “energias renováveis” (BIG TECH), ou seja, ao hidrogénio.

O confinamento assassino a que estão a ser sujeitos, no quadro de uma luta intestina no seio da burguesia capitalista e imperialista, facilitará um desfecho favorável ao grande capital – basta observar o aumento que se tem registado das fortunas dos bilionários –, mas agravará o quadro de desemprego e miséria a que, quem apenas tem a sua força de trabalho para vender, está condenado.

Esta crise só pode ser vencida pela luta da classe operária pela destruição de um modo de produção caduco e mortal – capitalista e imperialista – e a construcção de um modo de produção comunista que liberte a humanidade da escravatura assalariada, da guerra, da morte, da miséria e da indignidade.

Para que tal possa suceder, os operários e demais trabalhadores assalariados têm de rapidamente ver-se livres das direcções sindicais e de outras organizações representativas – como as Comissões de Trabalhadores – que os têm traído miseravelmente e às suas lutas e desviado dos seus objectivos, desarmando-os quer política, quer organizativamente, impedindo-os de ter uma estratégia e uma táctica revolucionárias,  adequadas ao sucesso das suas lutas.









Sem comentários:

Enviar um comentário