sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

A posição dos comunistas sobre a abstenção e o voto nulo

 


Para os comunistas, a abstenção revela uma cobardia política e uma negação do princípio marxista de que a luta de classes é o motor da história. Abster-se, como fazem amiúde, sobretudo no parlamento burguês, os revisionistas do PCP e os social-democratas do BE, é uma forma de votar de forma (des)envergonhada a favor de matérias com as quais quer fazer crer, aos operários e trabalhadores assalariados – cujos interesses diz representar -, que não se sente "confortável".

Neste quadro, os abstencionistas querem fazer acreditar que existem medidas políticas apresentadas pela burguesia que não devem, ainda assim, passar por uma oposição - em nome de um tacticismo putrefacto e oportunista -  e combate claros por parte daqueles que, formalmente, se dizem opor a que elas venham a ser aplicadas.  Das duas uma; ou uma lei está a favor dos interesses da burguesia, ou representa aspirações manifestadas por quem só tem a sua força de trabalho para vender. 

Se extrapolarmos este princípio para o quadro da fraude eleitoral em curso, ao contrário de várias correntes oportunistas que sugerem a abstenção como “forma de luta”, os comunistas nunca sugeririam, portanto, a abstenção, em circunstância alguma.

A alternativa à abstenção, por outro lado, nunca poderia redundar, para os comunistas, numa traição ainda maior ao programa autónomo revolucionário do proletariado, face a uma autêntica farsa eleitoral que se desenrola perante os nossos olhos, indicando o seu apoio a um dos candidatos deste regime "floral" que apenas interessa à burguesia, porque apenas se preocupam em defender os seus interesses e se dispõem a cumprir os termos que o regime lhes autoriza.

O que os comunistas nunca escondem é ao que vêm. Por isso, o que os comunistas propuseram ficou bem claro. Que se fosse votar nas presentes eleições presidenciais, mas NULO!

Porque essa, no quadro de eleições que se processam sob a tutela da burguesia e do seu sistema político e económico dominantes, é a única atitude que, desde logo, é a única posição política coerente que pode constituir uma clara declaração de que os operários e os restantes trabalhadores assalariados não estão de acordo com o programa de nenhum dos candidatos que se apresenta a sufrágio.

Se, além de votar NULO, for inscrita, no boletim de voto, e a toda a diagonal, a frase VIVA A REVOLUÇÃO COMUNISTA tal traduzir-se-á, adicionalmente, num significado político enorme, já que quem o fizer demonstra, não só que sabe o que NÃO QUER, como, e sobretudo, evidenciará que sabe O QUE QUER!

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