Para os
comunistas, a abstenção revela uma cobardia política e uma negação do princípio
marxista de que a luta de classes é o motor da história. Abster-se, como fazem
amiúde, sobretudo no parlamento burguês, os revisionistas do PCP e os
social-democratas do BE, é uma forma de votar de forma (des)envergonhada a favor de
matérias com as quais quer fazer crer, aos operários e trabalhadores
assalariados – cujos interesses diz representar -, que não se sente "confortável".
Neste
quadro, os abstencionistas querem fazer acreditar que existem medidas políticas
apresentadas pela burguesia que não devem, ainda assim, passar por uma oposição - em nome de um tacticismo putrefacto e oportunista - e combate claros por parte daqueles que, formalmente, se dizem opor a que elas venham a ser aplicadas. Das duas uma; ou uma lei está a favor dos interesses da burguesia, ou representa aspirações manifestadas por quem só tem a sua força de trabalho para vender.
Se
extrapolarmos este princípio para o quadro da fraude eleitoral em curso, ao
contrário de várias correntes oportunistas que sugerem a abstenção como “forma
de luta”, os comunistas nunca sugeririam, portanto, a abstenção, em
circunstância alguma.
A alternativa à abstenção, por outro lado, nunca poderia redundar, para os comunistas, numa traição ainda maior ao programa autónomo revolucionário do proletariado, face a uma autêntica farsa eleitoral que se desenrola perante os nossos olhos, indicando o seu apoio a um dos candidatos deste regime "floral" que apenas interessa à burguesia, porque apenas se preocupam em defender os seus interesses e se dispõem a cumprir os termos que o regime lhes autoriza.
O que os comunistas nunca escondem é ao que vêm. Por
isso, o que os comunistas propuseram ficou bem claro. Que se fosse votar nas
presentes eleições presidenciais, mas NULO!
Porque essa, no quadro de eleições que se processam sob a
tutela da burguesia e do seu sistema político e económico dominantes, é a única
atitude que, desde logo, é a única posição política coerente que pode constituir uma clara declaração de que os
operários e os restantes trabalhadores assalariados não estão de acordo com o
programa de nenhum dos candidatos que se apresenta a sufrágio.
Se, além de votar NULO, for inscrita, no boletim de voto,
e a toda a diagonal, a frase VIVA A
REVOLUÇÃO COMUNISTA tal traduzir-se-á, adicionalmente, num significado
político enorme, já que quem o fizer demonstra, não só que sabe o que NÃO QUER, como, e sobretudo, evidenciará
que sabe O QUE QUER!
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