No passado dia 2 de Janeiro, uma soez e cobarde personagem que dá pelo nome de António Serzedelo, e que é actualmente vereador na Junta de Freguesia de Arroios, onde exerce as funções de Cultura e Bibliotecas, Interculturalidade, Envelhecimento Activo e Desenvolvimento Sustentável, sem aviso prévio ou possibilidade de contraditório e defesa, escreveu o seguinte no seu mural de facebook:
PARA QUE CONSTE, O QUE UM HOMOFÓBICO GROSSEIRO, LIDER DO MRPP LUIS JUDICE ,
ESCREVEU NO MEU PERFIL :
Há dias, um tal Luis Júdice, intitulado líder do PCTP-MRPP um partido
NEO-fascista, fruto do esquerdismo, dito Maoista, mas que ia matando Abril,
escreveu no meu perfil :
"ISTO É TUDO UM PUTEDO"!.
Foi a propósito do Secretário de Estado que anunciou que era casado com um
homem!
Além da grosseria da expressão, "putedo", mostra um tipo
preconceituoso, fora do tempo, que não cresceu com ele ,nem sequer acompanha as
conquistas sociais de Abril.
E insulta o PS!
Já informei O PARTIDO do sucedido!
Um tipo destes tem de ser de denunciado publicamente . Por isso, e por ser
um "líder" partidário, DE UM "PARTIDO" QUE JÁ NÃO VALE NADA
!
Recordo que no ano passado ajudei o MRPP a fazer uma exposição pública
comemorativa do seu aniversário, na Junta !
A partir disto, que escreveu, não contem mais comigo, para nada!"
Alertado por um camarada meu, e ainda descrente de que o ataque pudesse ser dirigido à minha pessoa, telefonei de imediato para o personagem em questão que fez questão de, acintosa e cobardemente, desligar as sucessivas tentativas de chamada telefónica que lhe fiz.
Ao contrário do que fez comigo, ainda escrevi a seguinte resposta no seu mural:
,
não quero perder a consideração e estima que tenho por si. Por isso, e porque
decidiu tornar pública uma posição que constitui um autêntico assassinato de
carácter da minha pessoa - coisa que não esperava de si - lhe exijo que
publique o contexto em que fiz as afirmações que me atribui.
Todos
compreenderão, de imediato, que nunca, em tempo algum, me referi ao secretário
de estado nos termos que me atribui.
Mais,
sempre condenei como desprezíveis comportamentos homofóbicos, como se pode
facilmente comprovar por artigos escritos por mim e publicados no Luta Popular
online, órgão central de um verdadeiro partido marxista, o PCTP/MRPP, contra
esse tipo de comportamentos e outros - como o racismo - igualmente condenáveis.”
Da minha defesa me encarrego eu. A defesa do PCTP/MRPP
caberá, assim a sua direcção o entenda, ao próprio Partido.
A minha relação com a ILGA PORTUGAL, que me convidou para debates no âmbito das eleições
para o Parlamento Europeu onde fui candidato pelo PCTP/MRPP, fala por si. Tive,
inclusive, a oportunidade de falar com alguns dos seus dirigentes e
expressar-lhes que os debates que a ILGA promoveu e em que eu participei, foram
dos mais produtivos – por terem proporcionado um debate digno e elevado - em
que eu alguma vez já havia participado, mesmo tendo em conta outras campanhas eleitorais
onde havia sido, em representação do PCTP/MRPP, candidato.
O autor da expressão “ISTO É TUDO UM PUTEDO!” , foi o meu querido camarada Arnaldo Matos, tendo sido para evocar um ano sobre a sua morte que ocorreu a cedência de instalações da Junta de Freguesia de Arroios a que o António Serzedelo faz menção.
É uma expressão bem conhecida do povo em geral – que a acolhe com
agrado – e temida por tudo o que é lacaio político, membro de uma das muitas cadeias
de favores que há quase meio século se alcandorou no poder, vestindo a capa de
falsos democratas, e se locupleta com o dinheiro que é roubado a esse mesmo
povo.
Não sei qual é o passado político do António Serzedelo.
Sei como o apresentam, mas isso não quer dizer que seja isso que ele é. Já eu,
tenho um passado, uma história de luta, que pode ser, inclusive, consultada nos
ficheiros da PIDE que se encontram na Torre do Tombo. É preciso ter lata para
atacar quem, como eu, foi perseguido, espancado
e torturado pela polícia política da ditadura fascista de Salazar e Caetano antes
do 25 de Abril, precisamente para que pudéssemos hoje ter direito à liberdade
de opinião e de expressão.
No dia 25 de Abril de 1974 - e seguintes -eu estava na Rua António Maria Cardoso, à frente das
massas populares que, dirigidas pelo meu Partido (então MRPP), defendiam que “OS
PIDES MORREM NA RUA!” . E você, António Serzedelo, onde estava? Eu estive no
Forte de Caxias a exigir que a “Junta de Salvação Nacional” de Spínola
libertasse os presos políticos a quem o regime fascista havia privado da
liberdade.
Eu, estive sempre onde era necessário lutar pela
liberdade de TODOS e não apenas de alguns ungidos. Não estou de acordo com muitas
ideias que por aí se expressam – incluindo as do António Serzedelo -, mas darei
a vida para que elas se possam expressar e se defender, se abraçarem os
princípios universais da liberdade pelos quais sempre me bati, se não
acolherem princípios discriminatórios, racistas, homofóbicos e castradores da
liberdade religiosa.
Fui sempre frontal e leal para com os meus adversários e
nunca virei a cara ao debate de ideias. O que o António Serzedelo está a fazer
contra a minha pessoa constitui uma miserável e cobarde tentativa de
assassinato de carácter.
E, ademais, um acto de vil prepotência, ao valer-se do
seu cargo para fazer “favores”, desde que o “beneficiado” alinhe com aquilo que
ele considera “politicamente correcto”.
Apesar do seu comportamento absolutamente vil e cobarde, dei-lhe a oportunidade de se retratar do que escreveu, fazer a sua auto-crítica ou ter a coragem de responder ao repto que lhe dirigi no mural do seu facebook: “... exijo que publique o contexto em que fiz as afirmações que me atribui...”.
Lisboa (freguesia de Arroios), 06 de Janeiro de 2021
Luis Júdice
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