O
PIOR AUMENTO DA INFLACÇÃO DESDE 1991
Depois das eleições federais, os números reais saem. Gasolina+34,9%,
Auto+6,3%, Habitação+4,4%, Porco+10,4%, Óleos Comestíveis+21,8%, etc.
O ataque à classe operária é MUNDIAL! E a Esquerda, os sindicatos, os
grupos populares, os totós e os poetas estão a dormir na forma ?!? A isto
chama-se Individualismo Liberal, segundo Jean-Claude Michéa, um intelectual
francês. Lamenta o facto de os ideais modernistas burgueses terem engolido o
socialismo – um processo que analisa num dos seus ensaios, o IMPASSE ADAM SMITH (Campus-Flammarion).
Onde ele escreve que: "George Orwell é de certa forma o pai do
pensamento anti-totalitário. Agora que o anti-totalitarismo é hegemónico."
Lembre-se da Bastilha. Estamos a chegar lá! Quando não há mais nada no
frigorífico, sem mais empregos e sem mais casa... Teremos que lutar para
recuperar o pouco que tivemos! Os sindicatos, a Caixa Popular, a FADOQ, etc. Desiludiram-nos.
Todos infiltrados pelos 1%.
Bomba-relógio. Já não sou bem-vindo no restaurante local. A simpática
garçonete tornou-se uma policial fanática! Eu, que não gosto do McDonald's,
resigno-me a aceitar o óbvio ?!? Quero encorajar os loucos, mas não aceito ser
sacudido e tratado como um criminoso porque recuso a famosa vacina. Aprecio
esta experiência existencial. Não passo das ideias, mas de indivíduos concretos
e das suas vidas concretas para pensar no mundo comum. Talvez estejamos a viver
uma mutação antropológica que consagrou a vitória do indivíduo racional dos
liberais sobre o homem decente de Orwell? A longo prazo, é razoável hoje
afirmar construir decência comum numa moralidade partilhada?
Michéa diz-nos que este moralista, Orwell, previu que no século XX poucos
intelectuais terão pago tanto por tentarem dar as suas vidas às suas ideias.
Esta exigência moral é a base mais estável da dupla luta que tem constantemente
travado contra o indiferente moral dos liberais e contra o "espírito
reduzido ao estado do gramofone" que caracteriza os intelectuais
totalitários. No entanto, Orwell deve imediatamente acrescentar que a decência comum – a primeira
condição de qualquer revolta genuína – representava apenas para ele o ponto de
partida necessário para a política socialista. É certamente necessário
"confiar nele", escreveu, mas também e sobretudo para garantir o seu
"desenvolvimento infinito" sob pena de estar preso, de uma forma ou
de outra, no universo destrutivo do "comunitarismo" e do
nacionalismo. Recordemos que Orwell, ao contrário dos intelectuais de esquerda
de hoje, ainda sabia perfeitamente como distinguir este último do apego ao seu
país natal e devoção patriótica. O que está em jogo aqui, portanto, é mais uma
vez a eterna dialética do particular e do universal: neste sentido, qualquer
teorização socialista deve algo a Hegel, mesmo que Orwell, como um bom inglês,
tenha mostrado uma sólida indiferença ao trabalho deste último.
É só a Direita que faz cenas e que são organizadas? É um mundo de cabeça
para baixo, em queda livre; Como a economia! Estamos a registar o pior aumento
da inflacção desde 1991! E o que estão os nossos sindicatos a fazer? Nada,
nada! Se forem aos campos de golfe de elite, verão o presidente da empresa e o
presidente do sindicato a jogarem juntos. São membros do mesmo clube de golfe.
A caça aos homens, a caça às mulheres em hospitais e escolas. E há alguns
da nova Esquerda, que acham isto normal?
A história repete-se. Aqui estamos!
John Mallette
, o poeta proletário
Fonte: HAUSSE DE L’INFLATION – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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