sexta-feira, 24 de outubro de 2025

[PHS] [Panfleto] Questões para a greve nacional de 2025 no Equador

 


[PHS] [Panfleto] Questões para a greve nacional de 2025 no Equador

 



Fonte em espanhol: https://proletariosrevolucionarios.blogspot.com/2025/10/volante-preguntas-para-el-paro-nacional.html


Como proletários que aderiram à greve desde o primeiro dia, mas que ainda não têm força para organizar acções revolucionárias em massa, e com base na nossa própria experiência das revoltas passadas neste país, tornamos públicas as seguintes questões, a fim de contribuir criticamente para a reflexão e a acção colectiva:

§  Aprendemos as lições das revoltas de Outubro de 2019 e Junho de 2022 ou continuaremos a repetir os mesmos erros nesta nova revolta? Mais precisamente: nesta greve nacional, vamos finalmente romper e superar o círculo vicioso de protesto-repressão-negociação? Além disso, é realmente uma revolta ou uma série prolongada de protestos legítimos, mas fracos, contra um governo nefastomas forte, que aprendeu as lições de revoltas passadas?

§  Como podemos ir além dos limites da revolta (exigências mornas, diálogo e negociação com o Estado, etc.) e como aumentar o seu potencial (solidariedade, autonomia e combatividade de classe em larga escala, etc.) para que não seja derrotado pelo Estado e, acima de tudo, que não se afunde?

§  Quando é que vamos compreender que os burgueses do sector dos transportes e do movimento indígena não têm os mesmos interesses materiais que os proletários do sector dos transportes e do movimento indígena, e que isso se aplica a todos os sectores sociais? Quando é que vamos romper com e superar o interclassismo, o populismo, o cidadanismo, o democratismo e o nacionalismo?

§  Quando é que  vamos entender que o proletariado não é fraco porque está dividido, mas que está dividido porque é fraco, e que superação dessa fraqueza e divisão não depende da "unidade da esquerda", mas só será possível quando o proletariado lutar pela revolução social, ou seja, para abolir as classes sociais e unificar a humanidade?

§  Quando é que vamos entender que lutar contra o alto custo de vida e contra o governo em vigor é necessário, mas não suficiente? O que faremos depois do "fora Noboa, fora" (Noboa é o presidente do Equador) e do "abaixo o pacotaço "? Mais claramente: quando é que vamos entender que não se trata de lutar contra o "neo-liberalismo" e o "fascismo", mas contra o capitalismo?

§  Quando é que vamos compreender que não devemos dialogar com os assassinos do «povo» nem defender uma constituição votando «não» num referendo, pois as negociações, as leis e as eleições apenas beneficiam e fortalecem o Estado capitalista? Quando é que vamos compreender, pelo contrário, que é preciso lutar fora e contra o Estado, porque o Estado não é «neutro» e não nos «abandonou», mas é o Estado dos capitalistas para administrar a sua violência económica e física sobre os trabalhadores, até nos matar de fome ou a tiro? Quando é que vamos compreender que, na realidade, a democracia é a ditadura da burguesia sobre o proletariado? Quando é que vamos compreender que o Estado democrático burguês é terrorista por natureza e que as manifestações pacíficas não o afectam minimamente? Quando é que vamos compreender, então, que só a acção directa e enérgica das massas é o método proletário para combatê-lo e golpeá-lo verdadeiramente?

§  Quando é que vamos entender que não se trata de lutar pelos nossos "direitos", mas de satisfazer as nossas necessidades vitais directamente ou sem o intermédio do dinheiro, e que o mercado (nenhuma empresa, mesmo "auto-gestionária") e o Estado (nenhum governo, mesmo "popular") jamais farão isso realmente, mas apenas nós mesmos, que produzimos tudo através do nosso trabalho, mas não o possuímos, assumindo controle dos meios de produção e distribuição (por exemplo, expropriando e comunizando as empresas do Grupo Noboa... e de toda a classe capitalista deste país)?

§  Quando é que vamos entender que o poder real não reside nas estruturas do Estado, mas nas relações de produção e propriedade? Quando é que os trabalhadores de sectores estratégicos da economia deste país participarão na revolta? Eles vão fazer isso? E se eles participarem, fá-lo-ão através de greves auto-organizadas e radicais?

§  Quando é que entenderemos que devemos ir além da espontaneidade da revolta e que a auto-organização do proletariado (fora, contra e além dos sindicatos, partidos, parlamentos, ONGs, etc.) é o primeiro acto da revolução (por exemplo, as assembleias territoriais no Chile e os conselhos de trabalhadores no Irão durante a revolta mundial de 2019)? Como construir, fortalecer e radicalizar a auto-organização proletária a partir de agora (grupos autónomos, assembleias auto-organizadas, cozinhas comunitárias, auto-defesa, media independente, etc.) para a revolução?

§  Como podemos garantir que as palavras "guerra de classes ", "insurreição", "revolução", "comunismo" e "anarquia" deixem de ser palavrões para a maioria da população e se tornem necessidades materiais imediatas?

§  Por quanto tempo vamos viver com medo de fome, balas ou depressão? Quanto tempo vamos trabalhar para pagar e pagar para viver? Por quanto tempo mais vamos aguentar essa vida de merda sob o capitalismo em crise? No final, por quanto tempo vamos lutar apenas por migalhas e não por pão e uma padaria para todos?

Admitimos que não temos as respostas exactas para todas essas questões. O que sabemos é que apenas a luta de classes responderá concretamente. E também que é hora de aprender com os erros e colocar em prática as lições aprendidas com as revoltas passadas e presentes. Sim: luta de classes... até a abolição da sociedade de classes!

Derrubar o governo Noboa e seu pacote de austeridade é necessário, mas não é suficiente.

Veja Otavalo, Latacunga, Quito, Cuenca, Guayaquil, etc. é necessário, mas não é suficiente.

É preciso expropriar e comunizar as empresas do grupo Noboa e de toda a classe capitalista deste país para satisfazer as necessidades colectivas directamente ou sem a intermediação do dinheiro.

É aí que se deve golpear a burguesia, pois é aí que isso a afecta.

Da mesma forma, é preciso destruir completamente o seu aparelho estatal e substituí-lo pelo poder comunal das assembleias territoriais.

Somente os proletários auto-organizados dentro e fora dos locais de trabalho, em todos os espaços sociais, antes, durante e depois da revolta, e com um programa revolucionário, podem conseguir isso.

Construamos e fortaleçamos a auto-organização revolucionária do proletariado.

Aprendamos e coloquemos em prática as lições das revoltas (2019, 2022, 2025) para transformá-las em revolução.

Se não for hoje, será amanhã (2028?… 2036?… 2049?).

Para a próxima vez, preparemo-nos e vamos até ao fim.

Proletarios Hartos de Serlo
[Proletários que estão cansados de ser proletários]
Quito, Outubro de 2025

Obrigado por ler, divulgar, discutir e traduzir.

 

Fonte: [PHS] [Tract] Questions pour la grève nationale de 2025 en Équateur » TŘÍDNÍ VÁLKA # CLASS WAR # GUERRE DE CLASSE

Este comunicado foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice

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