quarta-feira, 22 de outubro de 2025

“Saúde Mental” e luta de classes

 


“Saúde Mental” e luta de classes

 

Do camarada Ernesto Román reproduzo o texto que publicou no seu mural de Facebook a anunciar um debate que o Grupo Comunista e internacionalista BARBARIA vai levar a cabo no próximo dia 15 de Novembro do corrente sob um tema deveras importante para a saúde dos operários e de massa imensa de escravos assalariados: 

“Saúde Mental” e luta de classes

Apontamentos críticos sobre o sofrimento

Emocional como determinação social

 

“A medicina, como ciência aplicada para alcançar o que o capitalismo entende por «saúde», é uma forma de recuperar esses produtos danificados que podem ser reparados para consumo.

Na psiquiatria, essa capacitação para a adaptação do inadaptado é o que se costuma chamar de terapia ou intervenção terapêutica.

Na maioria dos casos, é acompanhada por tratamentos farmacológicos, tão nocivos (embora seja verdade que podem encobrir/aliviar sintomas dolorosos) quanto lucrativos para a indústria farmacêutica e, no fim das contas, tão inevitáveis, não pela ausência de outras terapias, mas pela presença de um contexto social que só pode reproduzir o sofrimento emocional.

O mundo do capital, o dos novos escravos acorrentados ao trabalho, o consumo absurdo, o conhecimento idiota, o mercado das emoções... é um mundo sem sentido, que causa danos directos àqueles que o sofrem, que apodrece um pouco mais a cada volta da crise histórica e cujas soluções tapam feridas que acabam por se abrir noutro lugar.

Não podemos esquecer que o capitalismo nos concebe como indivíduos isolados e democráticos, desligados da comunidade, da espécie, como entidades sem sentido histórico, singulares na medida em que somos presentes sem perspectiva nem passado.

A luta de classes e a militância revolucionária (seja ela expressa em movimentos de massa ou na minúscula militância quotidiana) deslocam a concepção do indivíduo isolado. O facto de nos ligarmos colectivamente uns aos outros, em projectos que vão além da própria subjectividade, ajuda-nos a enfrentar as separações do capital que geram tanto sofrimento emocional e aponta o caminho que, através da revolução, nos devolverá ao nosso eu como espécie. Um projecto de luta, como um projecto de transcendência além de tudo o que nos nega, mostra o poder do que o comunismo tornará realidade ao superar essas relações sociais.

Vimos e reconhecemos, em movimentos reais (ainda insuficientes, ainda longe da revolução), como greves ou mobilizações massivas, pessoas com diagnóstico fundirem-se com o conteúdo humano em processo, deixarem de ser contingentes...

Tradução da versão espanhola para Língua Portuguesa da autoria de Luis Júdice






Sem comentários:

Enviar um comentário