quarta-feira, 24 de abril de 2024

Dinheiro: fascínio a decifrar e a vencer!

 



Dinheiro não é mais do que expressão material duma relação social do homem com a natureza e a cultura. Aniquilada a cultura e devassada a natureza, nem há dinheiro nem há humanidade! 

O dinheiro nasceu e cresceu por força da troca de bens e de serviços dentro da mesma comunidade ou entre comunidades diferentes. Para o efeito usaram-se mercadorias capazes de servirem de equivalente geral como no caso do sal, que deu origem à palavra salário, ou da prata e do ouro ainda nas caves dos bancos emissores apesar de hoje estarem a perder tal carácter de moeda universal a favor do formidável desempenho das forças produtivas a que se está chegando.

A principal contribuição da prolongada revolução burguesa já completamente mundializada foi a de simplificar todas as relações humanas com recurso ao dinheiro como omnipresente e omnipotente intermediário no processo produtivo e distributivo. Ora se o dinheiro não se bebe nem se come nem nele alguém se transporta, veste ou mora, o facto é que tendo-o, a tudo se acede e tudo se transmuda, e, não o tendo, se morre à míngua e ao frio.

Este é o grande problema da actualidade a resolver.

Mas não é a burguesia que o pode fazer, visto que o dinheiro como capital só pode é agravá-lo com a sua feroz dinâmica de espoliação e saque do trabalho assalariado e aniquilamento e monopolização empresarial. É a classe produtora desprovida de bens sustentados constituída por quem procura um salário ou um subsídio para viver que pode conceber a solução e lutar por ela, porque dinheiro para quem está nestas condições é tão só para a obtenção do que deseja e lhe é necessário para a vida. 

O dinheiro não é exactamente o trunfo do bando de assassinos profissionais da política, de Putin a Netanyahu, de Biden e Bush ao Xi Jinping   ou   ao   Aiatolá Khamenei,    seus   pares   e   respectivos   acólitos, dinheiro, aliás, de que ardilosamente se servem para exercer o poder. O grande trunfo de todos esses paramentados déspotas e pressurosos lacaios são as elaboradas roupas com que disfarçam e enfeitam o dinheiro aos olhos dos povos para ocultar a sua cínica tarefa de chantagem com o progresso como panaceia com a qual iludem, exploram e matam dezenas, centenas, milhares e milhões de seres humanos ou mesmo com que põem em perigo as próprias condições da vida humana no planeta Terra. Para ajudar à confusão são operosos mestres os que tentam fazer o dinheiro ora como a mais divinal das criações à face da terra ora como origem dos males todos deste mundo para assim passá-lo como gato por lebre aos que não podem deixar de o utilizar para obter aquilo de que precisam.

Dinheiro como realização do valor de troca é portanto e muito simplesmente um testemunho material da relação social do homem com a cultura e a natureza – e o que resulta da depredação da natureza e do esmagamento da cultura é não haver nem a produção que origina o dinheiro nem o almejado futuro para a humanidade.

Quando lhe for plenamente compreendida a função o dinheiro será apenas uma curiosidade histórica porquanto não mais o dinheiro será necessário como intermediário para a salvaguarda da natureza e a progressão cultural. Mas por agora usemo-lo, não para nos matarmos uns aos outros e destruirmos quanto formos capazes à nossa volta, mas para conservarmos o que temos e construirmos e fabricarmos o que precisamos.

Na guerra o alvo é o operário!

Não nos deixemos matar!

Controlo operário contra controlo burguês!

Economia do produto e não do sobre-produto!

Viva o internacionalismo proletário!

 

Região Autónoma dos Açores  - 24 Abril 2024

O comité de luta pela reconquista do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP)

Pedro Pacheco - José Lourdes - António Vital

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