Dinheiro não é mais do que
expressão material duma relação social do homem com a natureza e a cultura.
Aniquilada a cultura e devassada a natureza, nem há dinheiro nem há
humanidade!
O dinheiro nasceu e cresceu por
força da troca de bens e de serviços dentro da mesma comunidade ou entre
comunidades diferentes. Para o efeito usaram-se mercadorias capazes de servirem
de equivalente geral como no caso do sal, que deu origem à palavra salário, ou
da prata e do ouro ainda nas caves dos bancos emissores apesar de hoje estarem
a perder tal carácter de moeda universal a favor do formidável desempenho das
forças produtivas a que se está chegando.
A principal contribuição da
prolongada revolução burguesa já completamente mundializada foi a de
simplificar todas as relações humanas com recurso ao dinheiro como omnipresente
e omnipotente intermediário no processo produtivo e distributivo. Ora se o
dinheiro não se bebe nem se come nem nele alguém se transporta, veste ou mora, o
facto é que tendo-o, a tudo se acede e tudo se transmuda, e, não o tendo, se
morre à míngua e ao frio.
Este é o grande problema da
actualidade a resolver.
Mas não é a burguesia que o
pode fazer, visto que o dinheiro como capital só pode é agravá-lo com a sua
feroz dinâmica de espoliação e saque do trabalho assalariado e aniquilamento e
monopolização empresarial. É a classe produtora desprovida de bens sustentados
constituída por quem procura um salário ou um subsídio para viver que pode
conceber a solução e lutar por ela, porque dinheiro para quem está nestas
condições é tão só para a obtenção do que deseja e lhe é necessário para a
vida.
O dinheiro não é exactamente o trunfo do bando de assassinos profissionais da política, de Putin a Netanyahu, de Biden e Bush ao Xi Jinping ou ao Aiatolá Khamenei, seus pares e respectivos acólitos, dinheiro, aliás, de que ardilosamente se servem para exercer o poder. O grande trunfo de todos esses paramentados déspotas e pressurosos lacaios são as elaboradas roupas com que disfarçam e enfeitam o dinheiro aos olhos dos povos para ocultar a sua cínica tarefa de chantagem com o progresso como panaceia com a qual iludem, exploram e matam dezenas, centenas, milhares e milhões de seres humanos ou mesmo com que põem em perigo as próprias condições da vida humana no planeta Terra. Para ajudar à confusão são operosos mestres os que tentam fazer o dinheiro ora como a mais divinal das criações à face da terra ora como origem dos males todos deste mundo para assim passá-lo como gato por lebre aos que não podem deixar de o utilizar para obter aquilo de que precisam.
Dinheiro como realização do valor de troca é portanto e muito
simplesmente um testemunho material da relação social do homem com a cultura e
a natureza – e o que resulta da depredação da natureza e do esmagamento da
cultura é não haver nem a produção que origina o dinheiro nem o almejado futuro
para a humanidade.
Quando lhe for plenamente compreendida a função o dinheiro será
apenas uma curiosidade histórica porquanto não mais o dinheiro será necessário
como intermediário para a salvaguarda da natureza e a progressão cultural. Mas
por agora usemo-lo, não para nos matarmos uns aos outros e destruirmos quanto
formos capazes à nossa volta, mas para conservarmos o que temos e construirmos
e fabricarmos o que precisamos.
Na guerra o alvo é o operário!
Não nos deixemos matar!
Controlo operário contra
controlo burguês!
Economia do produto e não do
sobre-produto!
Viva o internacionalismo
proletário!
Região Autónoma dos Açores - 24 Abril 2024
O comité de luta pela reconquista do Partido Comunista dos
Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP)
Pedro Pacheco - José Lourdes - António Vital
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