terça-feira, 16 de abril de 2024

Les maraudes (os saqueadores) de France-Soir – nova rúbrica sobre a vida real dos franceses

 


 16 de Abril de 2024  Robert Bibeau  


Em 2024, em França, o número de pessoas, para quem a vida quotidiana é dura, ultrapassou os 9,1 milhões em 2023. E tem vindo a aumentar constantemente desde 2000. Recorde-se que o limiar de pobreza, consoante esteja fixado em 50% ou 60% do rendimento mediano, situa-se entre os 965 e os 1158 euros mensais para uma pessoa solteira e entre os 2027 e os 2432 euros mensais para um casal com dois filhos menores de 14 anos. Dos 68,2 milhões de habitantes em França, 9,1 milhões de pessoas situar-se-iam abaixo do limiar da pobreza.

Fonte: Les maraudes de France-Soir – nova rúbrica sobre a vida real dos franceses | FranceSoir


Cada dia que passa é uma provação em si mesma, e que também traz a sua quota de provações. Pequenas e grandes provações mais ou menos difíceis de superar, especialmente porque a pobreza infantil em França também está a aumentar. França, um país onde as despesas e as taxas da segurança social estão entre as mais elevadas do mundo. Isto deve fazer-nos pensar.

 


Fonte: Relatório da UNICEF sobre a pobreza infantil.

E isso não é uma crítica. Não. É uma observação.

A adversidade é cruel e a falta de dinheiro é terrível. Como resultado, a fome faz-se sentir tanto no corpo como na mente. Sim. A má sorte agarra-se a esta gente corajosa, apesar de todos os esforços dos vários governos.

No entanto, estão a seguir em frente. Fazem o seu caminho através da vida, sorrindo. Não importa se é um sorriso fingido, algumas vezes ou mais, quando acordam de manhã, seguem em frente, orgulhosos e dignos, cada um à sua maneira, geralmente sozinhos, mas não exclusivamente, e com coragem e malícia, ou mesmo, para alguns, com ingenuidade.

E sempre dentro da lei. É importante denunciá-los.

O objectivo desta secção é prestar a devida homenagem a estas pessoas (uma história por episódio). Fazê-lo com a humildade e a simplicidade que os caracterizam, em consonância com as personagens coloridas que são todas estas pessoas, independentemente da sua cor de pele, homens e mulheres, franceses ou não, que "cheiram bem" em França.

Trazem ao país um sopro de liberdade e de abnegação que contrasta magnificamente com o ambiente sombrio, sinónimo de resignação, que os meios de comunicação social tentam demasiadas vezes impor aos leitores, ouvintes, telespectadores e internautas como sendo a vida real, a realidade no terreno em todo o país.

Por isso, obrigado. Sim, obrigado por mostrarem a todos aqueles que, como vocês, estão na penúria, que desistir não é a única opção possível, e que enfrentar com coragem e determinação os obstáculos que (erradamente) julgamos intransponíveis, significa que, seja qual for o resultado das competições, podemos ter competido com dignidade e honra, e com a suprema satisfação que sentimos quando demos o nosso melhor. A satisfação que sentimos quando demos o nosso melhor, a satisfação que sentimos em cada momento do percurso, tal como sentimos quando fazemos a vénia final e damos o último suspiro.

E isto é verdade qualquer que seja o teu estatuto social e qualquer que seja a "sorte" com que tenhas nascido.


Fonte: es maraudes de France-Soir – nouvelle rubrique sur la vie réelle des français – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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