sexta-feira, 26 de abril de 2024

Mísseis hipersónicos do Irão estabelecem dissuasão através do terror (Scott Ritter)

 


 26 de Abril de 2024  Robert Bibeau  

Por Alfredo Jalife-Rahme.

Apesar de a ofensiva de propaganda israelita persuadir os meios de comunicação ocidentais de que a resposta iraniana não causou danos, a verdade está a emergir. Teerão não procurou atacar a população civil israelita, mas sim testar as defesas das FDI. Pela primeira vez, utilizou mísseis hipersónicos que nem os aliados de Israel nem o seu exército foram capazes de interceptar.

A retaliação iraniana esperada tinha sido amplamente telegrafada com 72 horas de antecedência e até calibrada, segundo o Financial Times, por receio da subida dos preços do petróleo.

Larry Johnson, antigo agente da CIA, salientou que, apesar da insistência do Ocidente no fracasso do Irão - o cântico dos “noivos” ocidentais, cuja multimédia é largamente controlada pelo “lobby de Israel” -, o Irão fez o que planeava fazer a Israel e demonstrou uma capacidade notavelmente sofisticada, com ogivas manobráveis [1]... (ver On the Path to World War: https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/04/a-guerra-mundial-como-o-culminar-da.htmlhttps://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2024/04/depois-do-hamas-e-da-burguesia.html ).

O jornal mais popular de Israel, o Yediot Aharonot, criticou o fracasso estratégico de Israel, enquanto o Washington Times denunciou o "fracasso da dissuasão" do governo Biden na prevenção de um conflito entre o Irão e Israel.

Hayman Tamir, director do think tank israelita Institute for National Security Studies (INSS), disse que o Irão foi capaz de causar danos a Israel sem que os Estados Unidos se envolvessem num contra-ataque – algo que o primeiro-ministro Netanyahu teria desejado fortemente [3].

Ilya Tsukanov, do Sputnik – um meio de comunicação da Rússia, uma das duas superpotências quando se trata de mísseis hipersónicos, em uníssono com a China – relata que o multimédia iraniano confirma o uso de mísseis hipersónicos indetectáveis.

Quanto ao canal iraniano PressTV, mostrou, com apoio de vídeo, que todos os mísseis hipersónicos utilizados conseguiram atingir os seus alvos: as importantíssimas bases aéreas de Nevatim, onde estão instalados os F-35, e Ramon, muito perto da central nuclear clandestina de Dimona [4].

A PressTV afirma que o Irão está entre os poucos países que possuem a tecnologia para produzir mísseis hipersónicos que podem viajar a velocidades impressionantes e atingir os seus alvos com alta precisão [5].

Outras fontes iranianas afirmam que os seus mísseis hipersónicos (Fattah 2) atingiram uma base militar secreta do Mossad nos Montes Golã sírios, que pertence à Síria e foi anexada por Israel – alegadamente custando a vida a 44 (sic) espiões – e chegaram mesmo a atingir um edifício do Mossad em Telavive.

Para além da guerra de propaganda dominada pelo "lobby de Israel" no Ocidente, que alardeia a proeza de Israel, auxiliado pelos Estados Unidos, Reino Unido, França e até pela Jordânia, de ter abatido 99% (sic) do conjunto de drones/mísseis de cruzeiro/mísseis balísticos do Irão, o ex-oficial de espionagem da Marinha dos EUA Scott Ritter – que se distinguiu por desmascarar o disparate das armas de destruição maciça de Baby Bush e Saddam Hussein que nunca "O Irão restabeleceu a dissuasão" (do latim deterrere, para dissuadir através do terror) para manter Israel e os Estados Unidos sob controlo, quando Israel pensava que poderia lançar um ataque contra o Irão sem ter de sofrer as consequências. Isto já foi feito, mesmo que o Irão deliberadamente não tenha infligido uma acção excessivamente letal a Israel [6]. Foi uma mensagem de dissuasão, não um ataque!

O conhecido analista militar russo Andrey Martyanov ([7] explicou que Israel era um tigre de papel face ao imenso triunfo estratégico do Irão, que é agora o principal líder do mundo muçulmano de 1,8 mil milhões de pessoas. Mas eu qualificaria esta afirmação dizendo que o Irão não tem bombas nucleares, uma invenção continuamente repetida por Israel, que tem mais de 300 bombas nucleares clandestinas em Dimona (segundo o antigo Presidente Carter).

No dia 14 de Abril, o Médio Oriente acordou para uma nova equação geopolítica, em que o Irão entrou em cena com a panóplia de nove mísseis hipersónicos lançados, que mantinha em segredo, embora ainda não utilizasse o seu arsenal tecnologicamente avançado.

O Irão mantém em reserva a sua verdadeira arma económica: o encerramento do Estreito de Ormuz, que provocaria uma crise mundial com a subida irreprimível do preço do petróleo.

Enquanto Israel repete o seu mantra “olho por olho e dente por dente”, o coronel Douglas McGregor teme que o primeiro-ministro Netanyahu lance as suas bombas nucleares contra o Irão. [8].

Alfredo Jalife-Rahme

Tradução
Maria Poumier

Fonte
: La Jornada (México)


Notas

[1"Apesar da insistência ocidental de que o Irão falhou, o Irão fez o que planeava fazer em Israel", Larry Johnson, Um filho de uma nova revolução americana, 15 de Abril de 2024.

[2"Dissuasão fracassada: ataque do Irão a Israel um segundo fracasso do governo Biden em parar o conflito", Bill Gertz, The Washington Times, 16 de Abril de 2024.

[3"EUA, 'Israel' não conseguiram impedir o Irão de atacar: INSS", Al-Mayadeen, 14 de Abril de 2024.

[4"Press TV exclusive: All hypersonic missiles used in Iran's strikes against Israel hit targets", Press TV, 15 de Abril de 2024.

[5"¿Cómo Responderá Israel? ¿Usará sus Clandestinas 300 Bombas Nucleares ? Alfredo Jalife, YouTube, 16 de Abril de 2024.

[6"Scott Ritter: Iran's Retaliatory Attack 'Reestablished Deterrence' to Hold Israel, US in Check", Svetlana Ekimenko, Sputnik, 14 de Abril de 2024.

[7"Broken Arrow", SmoothieX12, YouTube, 16 de Abril de 2024.

[8"Col. Douglas Macgregor: Will Israel Go Nuclear?", Juiz Napolitano, YouTube, 17 de Abril de 2024.

 

Fonte: Les missiles hypersoniques iraniens instaurent la dissuasion par la terreur (Scott Ritter) – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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