Contra a economia de guerra reaccionária
10 de Maio de 2025 Robert Bibeau
Por Normand Bibeau e Robert Bibeau
" O PROLETARIADO NÃO TEM PÁTRIA " (Marx e Engels, Manifesto Comunista).
Este magistral ensinamento dos dois maiores ideólogos
revolucionários proletários que a humanidade produziu é traduzido em termos de
luta de classes pela sua antítese, que diz: "A BURGUESIA NÃO TEM PÁTRIA ". (Ver o artigo: A
explosão mundial dos gastos militares e a luta contra a guerra imperialista –
Les 7 du quebec
e https://les7duquebec.net/archives/299732 ).
A militarização da economia ou a economia
de guerra
Assim, quando uma facção da burguesia mundial, uma facção
de um Estado “nacional”, seja ele canadiano, alemão, francês, britânico,
americano ou outro, transfere o dinheiro público extorquido ao proletariado
através dos impostos, em benefício da Big Pharma e dos cartéis mundiais da
“saúde”, para os trusts mundiais de armamento. Este Estado limita-se a
transferir os seus créditos de um sector da economia para outro onde este
capital “público” proporciona melhores dividendos aos ricos. Trata-se de
esfolar o boi duas vezes: uma extorquindo-lhe impostos e outra pagando os
frutos dessas extorsões à indústria do armamento. Donald Trump não pode fazer
nada contra esta lei do capital.
Uma análise da estrutura accionista das empresas multinacionais do complexo militar-industrial mostra que ela é constituída por fundos de investimento de todas as “nacionalidades” e origens “étnicas, culturais e religiosas”, desde os cartéis bancários aos fundos financeiros, passando pelos fundos de pensões dos sindicatos patronais.
Assim, os capitalistas de cada Estado “nacional” participam na carnificina mundial dos fundos públicos, para estes carniceiros do “BU$$INE$$$ FIRST” e do “Money has no smell” (“o dinheiro não tem cheiro”), mesmo que venha da carbonização dos corpos dos palestinianos martirizados ou dos ucranianos e russos, tal como não veio da carbonização dos comunistas, dos sindicalistas proletários e dos ciganos durante a Segunda Guerra Mundial.
O World Socialist Web Site (WSWS) denuncia, com razão e com números, a transferência acelerada de fundos públicos dos sectores ditos “sociais” para os sectores ditos ‘militares’, na perspetiva da terceira guerra mundial, para repartir os mercados, nomeadamente os das matérias-primas “terras raras”, essenciais à revolução digital, informática e robótica em curso.
O WSWS tem toda a razão em apelar à “classe operária”
para que se mobilize maciçamente contra a transferência de dinheiros públicos
dos sectores sociais (saúde, educação, assistência pública) para o sector
militar e para que se oponha a que o Estado capitalista transforme o
proletariado de “carne para o patronato em carne para canhão”.
Onde o WSWS erra é na análise e explicação destes desvios de fundos públicos numa perspectiva “nacional”, quando estas somas colossais são essencialmente “investidas” na compra de armas e logística militar americana, como mostra o mercado mundial de exportação de armas de 2020 a 2024.
Os EUA representaram 43% do mercado mundial de exportação de armas; a França 9,6%; a Rússia 7,8%; a China 5,9%; a Alemanha 5,6%; a Itália 4,8%; o Reino Unido 3,6%; a Espanha 3%; a Coreia do Sul 2,2%; outros países 12% (Statista Research Département,12/03/2025).
Este domínio estratosférico do mercado de armas pelos americanos, o “xerife” capitalista do planeta, com as suas 800 bases militares espalhadas por 107 Estados da Terra, os seus 250.000 militares, os seus ninhos de espiões nas embaixadas, os seus serviços “secretos” e as suas falsas ONG subversivas (USAID), só irá aumentar em 2025.
“Em Dezembro de 2024, o volume de negócios das 100 maiores indústrias de armamento do mundo aumentou 4,2%, atingindo 632 mil milhões de dólares americanos” (SIPRI, Stockholm Peace Research Institute, 3/10/2025) e destas cem empresas: 41 são norte-americanas (para 43% do mercado mundial), incluindo as 5 primeiras, para mais de 40% do total das exportações de armas do planeta.
A classe social operária e a classe social proletária
O WSWS também comete um erro quando apela à mobilização da “classe operária”, quando essa mobilização deve ser dirigida a toda a classe proletária, independentemente da profissão ou do emprego. Em nenhuma parte da sua obra revolucionária Marx e Engels criaram uma distinção teórica entre os proletários das fábricas e os dos serviços: os proletários são definidos pela sua desapropriação dos meios de produção e pela sua condenação a ter de alugar a sua força de trabalho para sobreviver, o que faz deles escravos assalariados, ponto final, tudo o resto é “divisão” oportunista, estéril e contra-revolucionária.
Assim, o único critério marxista que diferencia as classes sociais é o critério científico da relação objectiva com a propriedade dos meios de produção, de troca e de comunicação: é-se proprietário desses meios e extrai-se deles mais-valia? Se sim, és um capitalista. Recebe um salário deles? Então é um proletário, um escravo assalariado! Qualquer outra distinção não é marxista, não é científica, não é materialista, dialéctica e histórica.
Quanto à pequena burguesia descrita por Marx e Engels, este sector da burguesia caracteriza-se pela posse dos “seus meios de produção”, que, sendo “pequenos”, não são menos reais do que uma profissão liberal, um comércio a retalho ou uma quinta.
Qualquer pessoa que analise cientificamente a composição das classes sociais observará que os quadros superiores das empresas capitalistas são constituídos por “cripto-assalariados” que são ‘pagos’ em acções da empresa em que trabalham, o que gera mais-valias isentas de impostos (até 250.000 CAD por ano) ou com imposto reduzido sobre as mais-valias, o que faz destes “cripto-assalariados” capitalistas no sentido marxista.
Além disso, a burguesia, na sua instintiva rapacidade de classe, assume cada vez mais posições “remuneradas” dentro das empresas capitalistas de que é proprietária, a fim de escapar “legalmente” ao sistema de imposto sobre o rendimento que impõe com todo o peso da lei aos verdadeiros escravos assalariados que explora.
Na prática, a grande indústria manufactureira capitalista do início da Revolução Industrial, com a sua concentração maciça de escravos assalariados e condições de exploração particularmente duras, criou um proletariado denominado “operário”, mais combativo e militante no século XIX (Primeira Internacional Comunista) e no início do século XX (Terceira Internacional Comunista). O desenvolvimento da maquinaria (robotização e digitalização) e a divisão internacional da exploração capitalista do trabalho modificaram esta realidade objectiva e uniformizaram as condições de exploração do proletariado em todo o mundo, tornando estas distinções obsoletas. A esta evolução global - mundial - da mão de obra assalariada chamam “mundialização” os intelectuais burgueses que querem voltar atrás no tempo, regressar ao capitalismo nacionalista primitivo, isolacionista e reaccionário... o que nunca acontecerá.
(Ver o nosso volume): https://les7duquebec.net/archives/296348 e DA INSURREIÇÃO POPULAR À REVOLUÇÃO
PROLETÁRIA – les 7 du quebec ).
Para encomendar o volume: Da Insurreição
Popular à Revolução Proletária – Robert Bibeau, Khider Mesloub
O movimento revolucionário proletário encontra-se num momento decisivo da sua evolução histórica, enquanto a burguesia mundial prepara as suas armas e planeia “contra-revoluções coloridas” sobre “contra-revoluções coloridas”, “ataques terroristas de falsa bandeira sobre ataques terroristas de falsa bandeira”, genocídio atrás de genocídio, preparando uma Terceira Guerra Mundial genocida apocalíptica para repartir os mercados e destruir a produção excedentária do seu sistema decadente, convencido da sua superioridade de classe e obcecado pela sua sede insaciável de mais-valia a extrair do sangue e da carne dos seus escravos assalariados.
A burguesia mundial descartou e espezinhou as poucas lições e a moral que lhe foram ditadas pelos dramas desumanos das duas últimas guerras mundiais, com os seus 74 milhões de mortos, centenas de milhões de feridos, órfãos, viúvas e viúvos, um mundo devastado e em ruínas.
A “ordem internacional regida por regras” da ‘canhoneira’ (re: Jacques Baud, entrevista em Espoir et Dignité, 5 de Maio de 2025) da burguesia mundial, que derrubou o “mundo regido pelo direito internacional nascido dos tratados e da ONU”, resume-se a guerras locais e regionais intermináveis; o monstruoso genocídio de palestinianos mártires, árabes, houthis, amanhã iranianos bombardeados pelos seus mercenários SIO-NAZIS, U$ e tiranos ocidentais; a limpeza étnica da Europa de Leste de língua russa; a tomada do poder nos Estados capitalistas por idiotas exuberantes do tipo Tr0mp, agentes de negócios dos trusts financeiros à la Macron, à la Merz, à la Carney, à la Melonie, à la Starmer e todos os fantoches delirantes cujos únicos iguais na história recente da humanidade foram Mussolini, Hitler, Tojo, Estaline, Churchill, Eisenhower e todos os burgueses decadentes, ignorantes e histéricos que conduziram a humanidade à Guerra Mundial.
O proletariado mundial tem o dever histórico imperativo de se mobilizar e derrubar o sistema capitalista e de atirar este sistema obsoleto e canibal para o caixote do lixo da história. Para o fazer, não tem outro meio senão armar-se com a invencível ferramenta ideológica do materialismo dialético e histórico, tal como foi trazido à luz por Marx e Engels: o MARXISMO, e pelos ideólogos revolucionários que o desenvolveram e actualizaram desde então.
DA INSURREIÇÃO POPULAR À REVOLUÇÃO PROLETÁRIA – os 7 de Quebec
Como Marx escreveu nos seus Manuscritos de 1844: “O que distingue o arquitecto mais desajeitado da abelha mais experiente é que ele tem um plano quando se põe a trabalhar para construir”. O que distingue a classe proletária mais desajeitada da burguesia mais experiente é que o proletariado tem um plano quando se põe a trabalhar para transformar o mundo, e esse plano invencível é o MARXISMO.
É dever absoluto dos revolucionários proletários armar a sua classe com o
seu PLANO invencível e utilizar este PLANO para a mobilizar para a Revolução
Proletária, a sobrevivência da humanidade depende disso.
PROLETÁRIOS
DE TODO O MUNDO, UNI-VOS E ARMAI-VOS COM O VOSSO PLANO INVENCÍVEL!
Fonte: https://les7duquebec.net/archives/299821?jetpack_skip_subscription_popup
Este
artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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