CONTRA A EUTANÁSIA
28
de Maio de 2025 Robert Bibeau
ALGUNS
ARGUMENTOS CONTRA A EUTANÁSIA
1.
Os abusos
que alguns temem não são riscos, mas realidades observadas nos países que já
adoptaram a eutanásia legal. Esses
riscos incluem...
2.
A incerteza quanto ao consentimento dos pacientes; poder-se-ia dizer que o “público”
preferido para este tipo de prática seria precisamente aquele que, em geral, é
menos capaz de dar o seu consentimento.
3. Alargamento do âmbito de aplicação da eutanásia:
·
Do sofrimento físico insuportável ao
sofrimento moral;
· Dos adultos aos adolescentes e mesmo às crianças.
Um exemplo: um adolescente sofre de desgosto amoroso, quer suicidar-se e vai a um psicólogo, que emite um certificado que lhe dá o “direito” de “ajudar a morrer”.
4.
Pressão dos herdeiros impacientes para que aceitem a eutanásia como um
“sacrifício razoável”.
5.
Lamentações dos pais que
deram o seu consentimento à morte assistida e que, uma vez cometido o acto,
dirão a si próprios para o resto da vida “matei o meu pai” ou “matei a minha
mãe”.
6.
Um risco particularmente sórdido é o de um
desentendimento entre os pais.
7.
A ideia de que deveria ser possível pôr
fim a sofrimentos insuportáveis está
a perder actualidade com o desenvolvimento dos cuidados paliativos, cuja rede
ainda não está completa.
8.
Ser “morto” por injecção letal ou de outra
forma, como um cão ou um gato, é o oposto de “morrer com dignidade”. Este trabalho deve ser reservado aos
veterinários. Pode dizer-se que a vida é uma longa luta contra a morte. A
verdadeira dignidade significa travar esta batalha até ao fim, mesmo quando já
não há esperança.
9.
Se a prática da eutanásia se generalizar,
longe de “morrer com dignidade”, os
idosos envelhecerão com a angústia de serem “eutanasiados”, tendo em conta
as incertezas que rodeiam a noção de consentimento e os abusos que são
demasiado conhecidos.
10. Muitos viverão com medo de ir ao hospital: uma lei sobre a eutanásia transformaria
cada prestador de cuidados num assassino potencial.
11. Os serviços de cuidados
paliativos são geridos por prestadores de cuidados admiravelmente dedicados. O seu trabalho reduz consideravelmente
o desejo dos doentes de pôr termo à sua vida. São quase unânimes em afirmar que
o seu trabalho não terá qualquer significado se o suicídio assistido for
desenvolvido paralelamente.
12. Num momento de crise
sem precedentes no sector hospitalar, é inimaginável que uma tal reforma
seja implementada contra a vontade da grande
maioria dos profissionais de saúde.
13. O facto de a eutanásia ter sido praticada de forma
irregular, nomeadamente durante a epidemia de COVID, não pode ser utilizado como argumento. Muitas pessoas não
obedecem aos semáforos, mas isso não significa que eles devam ser abolidos. A
legalização desta prática conduziria ao seu desenvolvimento ilimitado.
14. A promoção da eutanásia faz parte de um plano mundial de redução dos custos da saúde e das pensões. O numerus clausus para os médicos e as restricções aos recursos hospitalares fazem parte da mesma tendência. 50% das despesas de doença ocorrem no último ano de vida. Acabemos com isso! Jacques Attali é muito claro sobre este assunto. Incrível os activistas “progressistas” que num dia se manifestam contra a reforma das pensões e no dia seguinte elegem apoiantes da eutanásia!
À escala mundial, menos despesas de saúde e menos pensões significam menos contribuições patronais e mais lucros. Esta evolução é vista como uma necessidade por aqueles que receiam o envelhecimento da população. Os apoiantes da eutanásia raramente apoiam as políticas familiares.
15. Em vez de moral, deveríamos estar a falar de antropologia. A moral é o conjunto de regras que uma tribo ou uma nação se impõe para “perseverar no seu ser”, para continuar a existir (Spinoza). Desde há muito tempo, todas as religiões têm um tabu relativamente ao suicídio, assistido ou não. Este tabu foi reforçado nas sociedades herdadas da Bíblia: “Escolhe a vida” (Deuteronómio 30, 19). Pode ser contestado com o argumento de que certas sociedades parecem tê-lo praticado no passado, mas porque não contestar também o tabu do canibalismo?
Neste sentido, a legalização da eutanásia constituiria uma grande “ruptura antropológica”.
16. Ao oficializar uma nova forma de assassínio, a
eutanásia levar-nos-ia a dar um passo em frente na cultura da violência, cujos efeitos destrutivos vemos todos os
dias. Existe uma relação entre todas as formas de morte.
17. A eutanásia faz parte de um tropismo suicida cada vez mais presente nas sociedades ocidentais: diminuição da demografia, fascínio pela guerra e pelo espectro da confrontação nuclear, decrescimento, malthusianismo, anti-humanismo. A actual “depressão” da Europa insere-se neste contexto.
Nenhuma das grandes potências: os Estados Unidos (excepto 7 dos 50 Estados), a Rússia, a China e a Índia autorizaram a eutanásia. Só os pequenos países, numa Europa em plena decadência, é que se lançaram na prática.
Para uma certa ecologia extremista, o homem é um incómodo que deve ser reduzido ao máximo para “salvar o planeta”.
Freud distinguiu o instinto de vida e o
instinto de morte como as duas formas fundamentais da libido. O desejo de
consagrar a eutanásia na lei faz claramente parte do instinto de morte que
paira sobre as nossas sociedades. (RH).
Fonte: https://les7duquebec.net/archives/300102#
Este artigo foi traduzido para Língua
Portuguesa por Luis Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário