sábado, 17 de maio de 2025

Canadá, o 51º estado da América? Se não fores convidado para o banquete de Trump, estás na ementa!

 


Canadá, o 51º estado da América? Se não fores convidado para o banquete de Trump, estás na ementa!

17 de Maio de 2025 Robert Bibeau


Por Normand Bibeau .

Sejamos francos, o Sr. Brandon Smith está a delirar e confunde a presa com a sombra. (Veja o artigo https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2025/05/e-possivel-uma-guerra-entre-os-estados.html  ). O Canadá é de facto o “51º estado dos EUA” com uma economia dominada pelo capital dos EUA: “Em 2022, os EUA foram, como sempre, o maior parceiro comercial do Canadá, com o comércio total entre os dois vizinhos a ascender a 960,9 mil milhões de CAD, representando 63,4% (76% dos quais são entradas em produtos acabados dos EUA) do comércio internacional total do Canadá de mais de 1,5 triliões de CAD”.

"A parte U$A do investimento estrangeiro directo no Canadá em 2021 foi de $500,7 mil milhões, ou 46,9% do investimento total. O investimento canadiano nos U$A foi de 744,9 mil milhões de dólares, ou seja, 47,9% do total do investimento canadiano no estrangeiro".

Em 2023, todos os dias, bens e serviços no valor de 3,6 mil milhões de dólares canadianos atravessarão a fronteira Canadá/EUA num sentido ou noutro.  Em 2023, 79% das exportações canadianas (754,1 mil milhões de dólares canadianos) e 49% das nossas importações (384 mil milhões de dólares canadianos) terão como destino os Estados Unidos.

A dominação capitalista da economia canadiana pelo capital estrangeiro é um dos segredos mais bem guardados da economia canadiana, porque prova, com números que o confirmam, que do ponto de vista da propriedade capitalista dos meios de produção, o Canadá é praticamente uma sucursal totalmente submetida aos interesses dos capitalistas estrangeiros.

Desde a Comissão Gordon ou “Comissão Real sobre as Perspectivas Económicas do Canadá”, em 1957, não houve um estudo exaustivo da composição orgânica, por país de origem, do controlo capitalista da economia canadiana.

Com efeito, em 1957, foi estabelecido que, desde 1900, 85% do capital estrangeiro investido no Canadá era britânico e 14% americano. Em 1955, a quota britânica tinha baixado para 17% e a dos Estados Unidos tinha aumentado para 77%", uma tendência que nunca mais parou.  Em 1980, 14 empresas estrangeiras, principalmente americanas, controlavam 82% da produção petrolífera canadiana.  Na sequência do “Pacto Automóvel” (1965), no final de 2024, 80% da indústria automóvel canadiana estava sob controlo estrangeiro, principalmente americano.

Além disso, “20 das 22 minas em funcionamento no Quebeque são detidas por estrangeiros”, uma realidade ligeiramente diferente do resto do Canadá, onde a propriedade estrangeira continua a dominar a indústria mineira.

Em conclusão, não é exagero dizer que mais de 80% da indústria canadiana é detida por estrangeiros e, em grande parte, por americanos.  Nestas condições, porque é que os capitalistas americanos se arriscariam a destruir os seus investimentos canadianos invadindo militarmente um país que já lhes está economicamente subjugado, como salienta o Sr. Brandon Smith?  Ver o artigo:

https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2025/05/e-possivel-uma-guerra-entre-os-estados.html  


O discurso provocador e totalmente delirante de anexação militar de um Canadá já anexado económica, financeira, cultural e ideologicamente é o de um Tr0mp e da sua facção “fascista de direita” do capital americano desesperado por fazer face à dívida estratosférica dos Estados Unidos e à sua incapacidade de pagar sequer os juros dessa dívida.

Falido e à beira do colapso, Tr0mp ameaça declarar falência, retirar o seu guarda-chuva militar, taxar os bens que os consumidores americanos extorquem aos produtores mundiais em troca de dólares de plástico, enquanto espezinha os tratados internacionais e comerciais que os governos dos EUA assinaram, levando a indecência e o desprezo ao ponto de propor “novos” tratados que só os idiotas serão obrigados a assinar, ao mesmo tempo que se concede o poder unilateral, iníquo, arbitrário e totalitário de os repudiar à vontade... Onde acha que estão os fascistas... em Moscovo ou em Washington? ??  Em ambas as capitais.

O mundo está numa encruzilhada e a iníqua, arbitrária, unilateral e injusta “ordem internacional regida por regras” ditada pelos Estados Unidos e pelo Ocidente colectivo “unipolar” (sic) está a ser repudiada por aqueles que vivem sob ela e a maioria dos governos está agora pronta para um confronto mundial.  O que o chamado eixo imperialista “multipolar” (sic) Moscovo-Pequim-Teerão-RICS gostaria de transformar em seu proveito, a partir da sua vitória na Ucrânia e daquilo a que a burguesia intelectual europeia designa por uma chamada “Nova Ordem Económica Mundial”. (sic) (sic) Veja https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2025/05/o-paradoxo-de-bretton-woods-quem-ganha.html


 


O volume de Robert Bibeau e Khider Mesloub acaba de ser publicado pela Éditions L'Harmattan em Paris:

"  DA INSURREIÇÃO POPULAR À REVOLUÇÃO PROLETÁRIA ". Colecção Edições Contemporâneas. 120 páginas.

Para encomendar: Da Insurreição Popular à Revolução Proletária – Robert Bibeau, Khider Mesloub


Uma revolução social é um movimento de classe em que a classe dominante de um modo de produção obsoleto é derrubada, as suas infra-estruturas económicas e materiais e as suas superestruturas sociais, políticas e ideológicas são destruídas, para serem substituídas por um novo modo de produção.

A Revolução Francesa foi uma autêntica revolução social em que a burguesia derrubou a ordem feudal para construir o modo de produção capitalista (MPC). Da mesma forma, a Revolução Russa derrubou a aristocracia czarista para iniciar a construção da sociedade capitalista-estatal soviética.  Até à data, nunca houve uma revolução social proletária vitoriosa na história da humanidade.

Insurreição, revolução social, capitalismo, imperialismo, eleitoralismo burguês, democracia, povo, classe social, luta de classes, marxismo, socialismo, comunismo, internacionalismo - todos estes são termos que fizeram manchetes nos últimos séculos. Estes termos foram utilizados de forma abusiva pela esquerda, os falsos amigos do proletariado, e pela direita, os inimigos declarados da classe proletária.

O nosso objectivo é recuperar o sentido dialético e materialista histórico destes termos para compreender melhor o que foram estas revoluções supostamente socialistas, mas certamente não proletárias.

O nosso objetivo final é identificar as condições objectivas e subjectivas da próxima revolução proletária internacionalista.

Para encomendar: Da insurreição popular à revolução proletária – Robert Bibeau, Khider Mesloub .

 

Fonte: https://les7duquebec.net/archives/299894?jetpack_skip_subscription_popup#

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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