segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Nome de um cachimbo!


6 de Fevereiro de 2023  Olivier Cabanel  

OLIVIER CABANEL — Golpe de tabaco sobre os cigarros: numa altura em que os sucessivos governos denunciam o perigo dos cigarros, continuando a colher lucros vergonhosos graças aos impostos que cobram, uma nova informação revela outra verdade.



É bem sabido, o tabaco mata, é perigoso para a saúde, tudo isto parece por causa de um veneno que contém: nicotina.

65 000 mortes por ano devido a cigarros em França, 45 000 mortes por álcool (e 200 000 no espaço europeu), cerca de 5 000 devido a acidentes rodoviários, isso não é nada.

No entanto, os alcatrões e as nicotinas culpadas como as causas do cancro estão constantemente a diminuir:

Passaram de 38 mg (alcatrão) para 12 mg, e de 2,7 mg de nicotina para 0,95 mg,

O número de mortes não está a diminuir.

O suposto único morto devido à canábis deve estar a sorrir na sua sepultura...

Mas não é só essa a questão.

Com efeito, os recentes pareceres de peritos provam formalmente que a quantidade de tabaco contida nos nossos queridos (muito caros) cigarros seria cada vez menos importante.

Num documento recente (Tobacco Atlas), a Organização Mundial de Saúde, mostrou que o peso das folhas de tabaco (calculadas em libras) por mil cigarros baixou de 2,3 para menos de 1.

http://www.who.int/tobacco/statistics/tobacco_atlas/en/

No entanto, os cigarros ainda pesam o mesmo.

Então, o que substituiu estas folhas de tabaco?

Agentes aromatizantes, para criar um vício a esta ou aquela marca, acetona, cianeto (lembrem-se: o gás utilizado nas câmaras de gás Nazi), monóxido de carbono (o mesmo que sai dos exaustores dos nossos motores a gasolina), ddt, arsénico...

Por vezes é também adicionado tabaco reconstituído (uma amálgama de detritos e vários restos da fase de debulha ou das linhas de produção). Estas aparas são aglomeradas, quer passando por uma solução aquosa que é depois evaporada sob vácuo parcial, quer misturando com uma substância aglutinante como a metilcelulose.

Uma vez feita a composição, esta é humedecida antes de passar à fase de "molho", o que permitirá dar ao cigarro aromas e sabores particulares que se destinam a "desenvolver a lealdade do consumidor".

Tornando-os assim dependentes.

Existem quase 4000 compostos químicos num cigarro, e cada vez menos tabaco.

http://www.la-cigarette.com/composition.html

Existe outro perigo, e não o menor, o papel de cigarro.

Os fabricantes de cigarros descobriram que um fumador que esquece o seu cigarro tem de o reacender a todo o momento

Por isso, fuma muito menos.

Assim, encontraram uma solução.

Incorporaram no papel citratos e outros acetatos, delicadamente chamados "agentes de combustão" ou mesmo "aceleradores de combustão".

O objectivo é obter um cigarro que nunca se apague.

Para verificar isto, basta pegar fogo a uma folha de tabaco de enrolar, soprar em cima dela e esta queimar-se-á rapidamente.

Repita a experiência com uma folha de papel de um cigarro que tenha esvaziado anteriormente, pode soprar o quanto quiser, o papel, tal como o papel arménio, vai arder completamente.

Como pode imaginar, estes aceleradores de combustão não são bons para a saúde dos fumadores.

Talvez um dia, tal como acontece com o amianto, o consumidor se volte contra os fabricantes que são deliberadamente responsáveis pelos cancros que causaram, ou mesmo se volte contra o Estado que "os deixou fazê-lo", enquanto recolhe fortunas reais dos impostos sobre o tabaco.

Entretanto, continuamos a apontar o dedo à nicotina como a principal causa dos cancros dos fumadores.

Pois como um velho amigo africano costumava dizer:

"Quando o sábio aponta para a lua, o tolo olha para o dedo".

 

Fonte: Nom d’une pipe! – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice






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