11 de Dezembro de 2021 Robert Bibeau
Com um número de vendas recorde, os
gigantes mundiais do armamento foram
largamente poupados aos efeitos da crise económica causada pelo Covid. Mas são
sobretudo as empresas americanas que beneficiaram. O volume de negócios das
centenas de maiores grupos do sector da defesa atingiu um novo máximo de 531 mil milhões de dólares (470 mil
milhões de euros) em 2020, mais de metade dos quais foram gerados por empresas
americanas, segundo um relatório do Instituto Internacional de Investigação da
Paz de Estocolmo (SIPRI) publicado esta segunda-feira.
Isto representa um aumento homólogo de 1,3% nas
suas vendas de armas e serviços militares, ao mesmo tempo que a
economia mundial caiu mais de 3%, diz
a organização de investigação sueca, cujo trabalho é uma referência no terreno.
O volume de negócios dos cem maiores grupos de armamento tem vindo a aumentar
de forma constante desde 2015, com um aumento total de 17%, segundo a Sipri. No
entanto, o crescimento foi mais fraco em 2020 do que em 2019, quando o top 100
viu as vendas subirem 6,7%. Mas este aumento mundial não afecta todos os
exportadores. Assim, as empresas russas e francesas viram as suas vendas caírem
6,5% e 7,7%, respectivamente. Cinco gigantes norte-americanos monopolizam desta vez
novamente o topo do ranking mundial: Lockheed-Martin
(caças F-35, mísseis...) consolidaram o seu primeiro lugar com vendas de armas
de 58,2 mil milhões de dólares, à frente da Raytheon Technologies, nova número
dois após uma grande fusão, seguida pela Boeing, Northrop Grumman e General
Dynamics. A British BAE Systems é a primeira europeia (6ª) com a Airbus (11ª).
Os chineses Norinco (7º) Avic (8º) e CETC (9º) e os norte-americanos L3Harris
(10º) completam o top 10. Autor: APOIO ao Orçamento da RT França.
Segundo o Sipri, a resiliência das grandes empresas à
difícil situação económica em 2020 pode ser explicada, em particular, pelas
políticas de apoio orçamental tomadas face à pandemia e aos efeitos dos confinamentos. O instituto refere que o sector "tem
sido amplamente protegido pela manutenção da procura governamental de
equipamentos militares". O mercado de
armamento, caracterizado por encomendas espalhadas ao longo de vários anos, é
também menos sensível aos riscos cíclicos. Mas a indústria da defesa não tem
sido totalmente imune ao Covid, especialmente no aspecto industrial. "Em
muitos casos, as medidas tomadas para conter o vírus interromperam as cadeias
de abastecimento e atrasaram as entregas", nota o Sipri.
O relatório cita o caso da Thales, a primeira empresa
francesa – excluindo a Airbus – no ranking (14º), que atribuiu ao confinamento
a queda de 6% no seu volume de negócios para 2020. Contando com os países
europeus separadamente, a China é o segundo país e o Reino Unido em terceiro
(sete empresas, 7,1%), à frente da Rússia (nove empresas, 5%) e França (seis
empresas, 4,7%). "O
progresso da China como grande produtor de armamento tem sido impulsionado pelo
seu desejo de se tornar mais auto-dependente na sua produção e por ambiciosos programas de
modernização", escreve o Sipri.
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Saiba mais sobre a RT França: https://francais.rt.com/economie/93369-covid-19-geants-armement-ne-connaissent-pas-crise
Fonte: Covid-19: les géants de l’armement ne connaissent pas la crise économique – les 7 du quebec
Este
artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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