quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O barril de pólvora ucraniano e o rastilho OTANesco: Estão a preparar a sua guerra nuclear

 


 16 de Dezembro de 2021  Robert Bibeau  

Por Manlio Dinucci (revista de imprensa: il manifesto – 14/12/21)*

Roger Wicker, membro do Comité das Forças Armadas do Senado dos EUA, disse numa entrevista à Fox News (8 de Dezembro) que não descartou uma intervenção militar directa dos EUA contra a Rússia para "defender a Ucrânia" e, sem que o entrevistador lhe pedisse, acrescentou: "Sabe que não excluímos a acção nuclear como primeira opção. ", isto é, usar armas nucleares primeiro. Esta é uma mensagem transversal a Moscovo sobre a determinação dos Estados Unidos em apoiar um possível ataque de Kiev contra os russos em Donbass. Seria certamente apresentado como resposta a um ataque levado a cabo pelos russos em Donbass. Na mente de quem desde 2014 tem levado a cabo a estratégia de tensão contra a Rússia, este ataque seria, de qualquer forma, um acto vencedor.

Moscovo teria duas alternativas: não intervir militarmente em defesa dos russos do Donbas, deixando-os ser submergidos pelo ataque ucraniano apoiado pela NATO e forçados a abandonar a região para se refugiar na Rússia, uma decisão que seria traumática para Moscovo, especialmente no seu país; ou intervir militarmente para parar o ataque ucraniano, expondo-se à condenação internacional por agressão e invasão de um Estado soberano.

Os generais ucranianos avisaram que não seriam capazes de "repelir as tropas russas sem uma infusão maciça de ajuda militar do Ocidente". A infusão já começou: os Estados Unidos, que já deram 2,5 mil milhões de dólares a Kiev em ajuda militar, forneceram-lhe mais 88 toneladas de munições em Novembro, como parte de um "pacote" de 60 milhões de dólares, que inclui também mísseis Javelin já lançados contra os russos em Donbass. Ao mesmo tempo, os EUA enviaram mais de 150 conselheiros militares para a Ucrânia que, com os de uma dúzia de aliados da NATO ao seu lado, estão efectivamente a liderar as operações.

A situação é ainda mais explosiva porque a Ucrânia – agora parceira mas, na verdade, já membro da NATO – poderia ser oficialmente admitida como a 31.th Membro da Aliança: e, por conseguinte, com base no artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte, os outros 30 membros da NATO devem intervir militarmente na frente de Donbass em apoio da Ucrânia contra a Rússia. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo pediu à NATO para não admitir a Ucrânia, para não aumentar ainda mais a tensão militar e política na Europa, recordando que desde o fim da Guerra Fria a Rússia tem recebido repetidas garantias de que a jurisdição da NATO e as forças militares não avançarão um centímetro para leste, mas que estas promessas não foram cumpridas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo propôs então à NATO que abrisse negociações para acordos de longo prazo que impeçam a expansão da NATO para leste e a implantação de sistemas de armamento nas imediações do território russo. A proposta foi fortemente rejeitada em 10 de Dezembro pela NATO, através do Secretário-Geral Stoltenberg: "A relação da NATO com a Ucrânia será decidida pelos 30 membros da Aliança e pela Ucrânia, e por mais ninguém."

Imediatamente após, ontem, 13 de Dezembro, os Ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão) e o Alto Representante da União Europeia, que se reuniram em Liverpool, declararam estar "unidos na condenação do reforço militar da Rússia e da sua retórica agressiva em relação à Ucrânia" e que "a Rússia não deve ter dúvidas de que uma nova agressão militar contra a Ucrânia teria como resposta consequências massivas e custos graves".

Entretanto, a Finlândia, membro da UE e parceiro activo da NATO contra a Rússia, anuncia a compra de 64 caças F-35A à Lockheed Martin por um preço de 8,4 mil milhões de euros que, com as suas infraestruturas, atinge os 10 mil milhões, aos quais o governo irá adicionar mais 10 mil milhões de euros para a sua manutenção e modernização. Os 64 F-35A de ataques nucleares serão destacados para as fronteiras da Rússia, a apenas 200 km de São Petersburgo, de facto sob o comando dos Estados Unidos que, como recorda o Senador Wicker, não exclui primeiro o uso de armas nucleares.

 

*Fonte: Terça, Dezembro 14, edição de 2021 do il manifesto

https://ilmanifesto.it/la-polveriera-ucraina-e-la-miccia/

Traduzido do italiano por M-A P

Artigos de Manlio Dinucci sobre France-Iraque News : AQUI O barril de pólvora ucraniano e o pavio – France-Iraque News : notícias do Golfo ao Atlântico (france-irak-actualite.com)

 

Fonte: La poudrière ukrainienne et la mèche OTANesque: Ils préparent leur guerre nucléaire – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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