domingo, 19 de dezembro de 2021

Por uma praxis científica que leve à consolidação de uma massa crítica!

 


Entre 1980 e 1985 desempenhei as funções de delegado de “informação” médica, ao serviço de um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo, de origem americana. Para além de “visitar” médicos nos seus consultórios privados, nas zonas que me eram atribuídas – urbanas ou de “província” – abordava os médicos das diferentes especialidades nos hospitais que, na época, nos recebiam com um misto de enfado e de respeito.

Os enxames de delegados de “informação” médica eram tão numerosos – e os laboratórios que representavam eram tantos – que algumas administrações hospitalares e de centros de saúde decidiram impor o sistema de “agendamento” prévio para que, diariamente, só pudessem ter acesso aos médicos daquelas instituições um limitado número deles. O postulado das direcções de marketing e de vendas dos laboratórios farmacêuticos determinava a visita regular a farmácias e aferiam a eficácia da acção daqueles trabalhadores com o aumento de vendas que se registasse no período após a sua passagem numa determinada área geográfica.

Nessa época, quando ainda existia “massa crítica”, era muito difícil que um médico ou farmacêutico se deixasse “encantar” com um discurso previamente incutido pelas direcções “clínicas” dos laboratórios farmacêuticos que, pelo menos de 3 em 3 meses faziam uma autêntica “lavagem ao cérebro” aos delegados de “informação” médica, elegendo, em cada um desses períodos, o ou os medicamentos que da sua longa lista de comercialização mais interesse revelassem para a estratégia comercial da empresa.

Já nessa altura, imperava a sedução, ela própria com um cunho de classe, determinada pela importância que cada um deles tivesse em influenciar a política de receituário de uma determinada instituição hospitalar ou especialidade médica. Pouca ou nenhuma influência seguramente só daria acesso a canetas e brindes promocionais menores e a algumas amostras. Já para médicos especialistas, à pala  da realização de “ensaios clínicos” de duvidosíssima utilidade, os “brindes promocionais” já teriam um valor superior e era uma prática corrente subvencionar-se, com os custos de passagem e alojamento, a sua deslocação a Congressos da Especialidade, quer a nível nacional, quer a nível internacional, o que incluía os custos da inscrição no evento. Os médicos “sénior” (autênticos papas da medicina), aqueles que eram a cabeça da prescrição num determinado serviço – que todos os restantes médicos eram obrigados a seguir -, para esses, as prebendas podiam ir, até, automóveis de topo de gama, férias pagas em destinos de luxo, etc.

Mas, chegados ao Século XXI, eis que se desvaneceu a “massa crítica” que levava a que muitos médicos e farmacêuticos se negassem a ser manipulados pela indústria farmacêutica, recusando-se, muitos deles, sequer, a ser “visitados” por delegados de “informação” médica e suas chefias. Essa “rebeldia” desvaneceu-se com o tempo e, hoje, ao que assistimos é à aceitação de um segmento maioritário da classe médica, onde se incluem os “especialistas” da treta e os governantes e direcções de saúde que tutelam, a falarem como se de delegados de “informação” médica se tratassem. Basta assistir ao discurso com o qual nos bombardeiam diariamente, criando um clima de terror pandémico que, segundo eles, justificaria todos os atropelos às liberdades individuais e à prática de uma verdadeira ciência que foi, e sempre será, a arte da curiosidade, do contraditório, do debate, que cimentam as sínteses que é necessário construir.

Assistimos a uma deserção total, por parte de um enorme sector da classe médica, de fazer assentar a sua acção nos princípio de OBSERVAR, DIAGNOSTICAR e TRATAR os seus doentes, deixando que entidades como a OMS ou a Direcção Geral de Saúde tutele e determine o que deve ser feito. O caso das vacinas anti-Covid e da vacinação que as farmacêuticas desejam perpetuar – à semelhança do que já havia sido feito para outras moléculas/medicamentos – é paradigmático.

Quem dispensar um mínimo de atenção ao assunto, facilmente se deparará com a realidade de um discurso comum, uma narrativa comum, influenciada pela BIG PHARMA, replicada por governantes, profissionais da saúde – onde se incluem os “especialistas” da treta – , segundo um guião fornecido por aquelas. Que não permite, como nos tempos em que eu fui delegado de “informação” médica, qualquer contestação. Quem contestar o guião e os guionistas é imediatamente classificado como “negacionista”. Mormente se os “negacionistas” insistirem em demonstrar quer a ausência de eficácia, quer a ausência de segurança, quer, e sobretudo, o risco de as chamadas vacinas – de facto terapias genéticas experimentais – serem responsáveis pelo actual pico de “infecções” e surgimento de novas variantes.


Para as urtigas foi o debate entre pares, a investigação científica caucionada por artigos científicos publicados em revistas científicas de referência, cujas conclusões e caminhos são validades pelos seus pares. O tridente – governo e instituições tutelares da saúde, comunicação social (incluindo as “redes sociais”) e BIG PHARMA – conduziu à situação presente de aparente falta de contestação das “verdades” absolutas a que a verdadeira ciência sempre foi alheia. Só é visível, para a “opinião pública” e a “opinião publicada”, quem assegure pautar o seu discurso pela narrativa anti-científica oficial. Os milhares de médicos e especialistas que defendem pontos de vista antagónicos – ou no mínimo diferenciados – daqueles que actualmente são impostos são, pura e simplesmente, votados ao ostracismo, tornando-se praticamente ... INVISÍVEIS!

Quem se atrever a opor-se ao terrorismo sanitário, ao modelo de gestão da crise pandémica, ao passe sanitário nazi, à obrigatoriedade vacinal, arrisca-se a ser atirado para o inferno do isolamento e confinamento sociais. Nem sequer, ao limbo! Ao inferno, directamente! E a hipótese de uma autêntica guerra cívil, entre “vacinados” e “não-vacinados” é já uma realidade, tanto mais quando estes últimos se começam a manifestar, a organizar e a demonstrar estar dispostos a travar um luta sem quartel contra quem promoveu e promove esta autêntica “guerra cívil”, assente na negação da ciência, da liberdade de opinião.

Para se aferir da prática anti-científica em que assentam as determinações oficiais e as opiniões e “conselhos” dos “especialistas” da treta dou, apenas um pequeno exemplo. A hidroxicloriquina, que é administrada de forma massiva em vários continentes – sobretudo aqueles que estão sujeitos a um clima tropical e cujas populações sofrem os horrores da malária/paludismo -, foi banida pela OMS, tal como a IVERMICTINA. Felizmente, quer porque a “solidariedade” vacinal dos países ricos ainda não se fez notar na vacinação da população desses países, mas sobretudo porque continuam com os programas de tratamento e prevenção da malária utilizando aquelas moléculas, os mesmos continuam a ser massivamente administrados, e com grande sucesso, às suas populações (com um custo de 2 cêntimos por tratamento, contra os 15 dólares por vacina, molécula que, tudo indica, a BIG PHARMA tudo está a fazer para perpetuar, pelo menos em campanhas de “reforço” da vacinação a decorrer de 6 em 6 meses).

Das duas, uma! Ou andaram a enganar-nos durante mais de 50 anos sobre as virtualidades, eficácia e segurança, quer da HIDOXICLORIQUINA, quer da IVERMICTINA , ou é agora que nos estão a enganar para substituir produtos que, para além de serem utilizados numa aplicação, com um custo de 0,2 cêntimos do dólar por tratamento, contra os 15 dólares, em média, por vacina). Pessoalmente, a HIDROXICLORIQUINA permitiu que me visse livre de recorrentes  e prostradoras crises palúdicas no início dos anos 70 do Século passado. Mais recentemente, aquando de uma deslocação a Angola, o Gabinete do Viajante do Instituto de Medicina Tropical (à Junqueira) instituiu-me um programa de tomas diárias de hidroxicloriquina (que devia prosseguir até 4 dias após o meu regresso). Onde estava a “convicção” dos “especialistas” da treta, que há ainda cerca de 4 anos elegiam a hidroxicloriquina como um medicamento de excelência, para agora concluírem que se trata, afinal, de uma “droga maldita”?

Enquanto existem numerosos trabalhos científicos, revistos por pares, de verdadeiros cientistas que não estão enfeudados à BIG PHARMA – a demonstrar que aqueles fármacos continuam a ser seguros e eficazes, onde estão os artigos “científicos” que advogam o seu oposto? E, a existirem, porque é que as duas correntes não se sentam a discutir, abertamente, aquilo em que divergem. Isso, sim, seria ciência a produzir-se, massa crítica a desenvolver-se. A não ser que os conflitos de interesses sejam tão imperativos e notórios que tal impeça uma das partes de aderir a um verdadeiro debate científico.

 

Luis Júdice

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