23 de Abril de 2021 Oeil
de Faucon
Entrego-vos, em duas partes, este documento pouco conhecido de Engels. Foi publicado pela primeira vez pelo GIT LE COEUR e uma segunda pelas edições da NBE.
Para entender o "capital", documento, por Friedrich Engels
EDITORES…………………………………………………………3
O « CAPITAL » DE MARX……………………………………………5
EXTRACTO DO PRÉFACE AU
DEUXIÈME LIVRE DU « CAPITAL »………………………………………….13
RÉSUMÉ DU CAPITAL LE
PREFÁCIO DA PRODUCÇÃO DO CAPITAL (LIVRO PRIMEIRO)……..........................................................................................15
PREFÁCIO…………………………………….……………………………… 15
PRIMEIRA PARTE A MERCADORIA E O DINHEIRO ……….……….17
I. A mercadoria em si…………………………………….....................................17
II. Processo de troca da
mercadoria………………………………………………………….........................18
III. O dinheiro ou a circulação das mercadorias………………………………………20
SEGUNDA PARTE A TRANSFORMAÇÃO DO DINHEIRO EM CAPITAL.…………………………………..26
I. Fórmula geral do capital……………………………………………26
II. Contradição da fórmula geral ………………………………………………28
III. Compra e venda da força de trabalho……………………………………………30
O estudo do Capital de Marx apresenta algumas dificuldades. O imprevisto do método, a profundidade da análise, a multiplicidade de novos pontos de vista são confusos e, às vezes, requerem ao leitor pouco sofisticado um certo esforço.
É preferível iniciar o estudo da ciência marxista com obras mais acessíveis,
mas mesmo para aqueles que possuem os primeiros elementos dessa ciência, ler O
Capital requer alguma perseverança. Já é possível tornar mais fácil, tomando antes
do mais conhecimento dos comentários autorizados que devemos ao co-fundador da
doutrina, ao próprio Engels.
A colecção "Elementos do Comunismo" teve que se esforçar para preparar os alunos do marxismo para a elucidação do seu trabalho essencial. Para isso, reunimos quatro trabalhos de Engels relacionados com o estudo do Capital num folheto.
1. O artigo "O Capital de Marx" publicado,
em 21 e 28 de Março de 1868, no Demokratisches Wochenblatt em Leipzig, que
constitui uma exposição magistral do primeiro livro do Capital.
2. Um "Trecho do prefácio do segundo livro do Capital" dedicado
especificamente à descoberta do valor agregado.
3. O "Resumo do Capital", onde Engels, capítulo a capítulo, resume e
comenta a maior parte do primeiro livro do Capital. A escrita deste trabalho,
enriquecida por inúmeras notas explicativas, foi realizada pelos cuidados do
Instituto Marx-Engels-Lenine em Moscovo.
4. O "Complemento e Suplemento ao Terceiro Livro do Capital",
publicado em 1895 no The Social Becoming e que hoje não se encontra disponível.
Estamos a dar uma nova versão que foi cuidadosamente revista e melhorada. Este
trabalho é a introdução indispensável ao estudo do terceiro livro;
5. Em seguida, vem um estudo sobre "A Bolsa de Valores". Consiste em
observações adicionais sobre o terceiro livro do Capital. Damos este trabalho
de acordo com a cópia fotográfica do Instituto Marx-Engels-Lenine.
Achamos útil adicionar num apêndice um trecho do livro clássico de Franz Mehring: Karl Marx: Geschichte seines Lebens (Karl Marx, história da sua vida), no qual o grande propagandista expõe a génese do Capital e analisa o primeiro livro, e algumas passagens da mesma obra, atribuídas à caneta de Rosa Luxemburgo e na qual a famosa activista com a sua clareza habitual, nos dá a substância do segundo e terceiro livros.
Estamos convencidos de que, assim composto, este pequeno trabalho será
capaz de prestar reais serviços a todos eles que desejam realizar o estudo
sério do Capital.
Mais uma palavra. O "Resumo do Capital" não foi preparado por Engels para impressão; Por isso, era necessário um trabalho de desenvolvimento. Completamos as palavras abreviadas colocando a parte complementar em suportes []. Também demos em notas, in-extenso, muitas passagens de Marx analisadas por Engels.
No final de alguns parágrafos figuram três dígitos; o primeiro indica a
paginação da edição alemã do Capital utilizado por Engels; das duas figuras
entre parênteses, a primeira indica a paginação da moderna edição alemã do
Capital (Verlag f-r Literatur und Politik, Wien-Berlin S. W, 61, 1932), a
segunda refere-se à edição francesa que está a ser publicada pelas Editions
Sociales.
As notas não assinadas são de Engels.
As notas dos editores são assinadas (N.R.), tradutor (N.T.).
O "CAPITAL"
DE MARX
Desde que existem capitalistas e operários no mundo, não há nenhum livro que
fosse tão importante para os operários quanto este. A relação entre capital e
trabalho, o eixo em torno do qual todo o nosso sistema social de hoje gira, é
pela primeira vez cientificamente desenvolvida, e isso com uma profundidade e
nitidez possível apenas para um alemão. Por mais preciosos que os escritos de
um Owen, um Saint-Simon, um Fourier permanecerão, foi reservado a um alemão
atingir a altura a partir da qual se pode claramente abraçar, de relance, todo
o campo das relações sociais modernas, da mesma forma que aparece aos olhos do
espectador, de pé no pico mais alto, os locais mais baixos das montanhas.
A economia política até agora ensinou-nos que o trabalho é a fonte de toda a
riqueza e a medida de todos os valores, de modo que dois objectos cuja produção
custou o mesmo tempo de trabalho também têm o mesmo valor e que valores iguais
geralmente só são trocados entre eles, eles também devem necessariamente ser
trocados uns pelos outros.
Mas, ao mesmo tempo, ela ensina que há uma espécie de trabalho armazenado
que ela chama de capital; que esse capital, graças aos recursos que contém,
multiplica por cem e por mil a produtividade do trabalho vivo e exige por isso uma certa compensação, que
designamos por lucro ou benefício. Como todos sabemos, as coisas são realmente
as seguintes: os lucros do trabalho morto, acumulados, constituem uma massa
crescente, o capital dos capitalistas está a tomar proporções cada vez mais
colossais, enquanto os salários do trabalho vivo estão a tornar-se cada vez
mais minúsculos, e a massa de trabalhadores a viver apenas com salários cada
vez numerosos e cada vez mais pobres. Como resolver esta orientação?
Como pode sobrar um lucro para o capitalista se o trabalhador recebe o valor
total do trabalho que ele adiciona ao seu produto?
E ainda assim, como apenas valores iguais são trocados, este devia ser o
caso. Por outro lado, como os valores iguais podem ser trocados, como é que o
trabalhador pode receber o valor total do seu produto, se, como é concedido por
muitos economistas, este produto é compartilhado entre os capitalistas e ele?
A economia permanece até agora perplexa com essa contradição, escrita ou
gaguejada de fórmulas envergonhadas e vazias. Mesmo os críticos socialistas da
economia até agora não foram capazes de fazer nada para além de apontar essa
contradição; ninguém a resolveu até que, finalmente, Marx, perseguindo o
processo de formação desse lucro até ao seu local de nascimento, fez sobre o
todo luz total.
No desenvolvimento do capital, Marx parte do simples e notório facto de que
os capitalistas fazem valer o seu capital como meio de troca; eles compram
mercadorias com o seu dinheiro e, em seguida, revendem-nas por uma quantia
maior do que aquela que lhes custou. Um capitalista compra, por exemplo,
algodão por mil thalers e vende por 1.100 thalers, assim "ganhando"
100 thalers. É esse excedente de 100 thalers no capital inicial que Marx chama
de ganho de capital. De onde vem esse valor agregado?
De acordo com a hipótese dos economistas, apenas valores iguais são
trocados, e no campo da teoria abstracta, isso também é correcto. A compra de
algodão e a sua revenda não podem, portanto, fornecer mais valor agregado do
que a troca de um thaler de prata por 30 quantidades de dinheiro e uma nova
troca dessa moeda de conta pelo thaler de prata, uma operação na qual ninguém
fica mais rico ou mais pobre.
Mas o valor agregado também pode vir do facto de que os vendedores vendem
os produtos acima do seu valor, ou que os compradores os compram abaixo do seu
valor, pois cada um deles à vez, tanto pode ser comprador, como vendedor,
havendo, por consequência, lugar a uma compensação. Isso também não pode advir
do facto de que compradores e vendedores se exploram uns aos outros, porque não
produziriam novo valor ou ganho de capital, mas, pelo contrário, apenas
distribuiriam o capital existente entre os capitalistas de uma forma diferente.
Embora o capitalista compre e revenda as mercadorias pelo seu valor, ele retira
mais valor deles do que aquele que nelas colocou. Como é que isso acontece?
Nas condições sociais actuais, o capitalista encontra
no mercado uma mercadoria que tem essa propriedade particular que o seu consumo
é uma fonte de novo valor, cria um novo valor, e essa mercadoria é a força do
trabalho.
Qual é o valor da força de trabalho? O valor de cada mercadoria é medido
pelo trabalho necessário para a sua producção. A força de trabalho existe na
forma do trabalhador vivo que precisa, para viver, bem como para manter a sua
família, aquilo que garante a persistência da força de trabalho também após sua
morte, uma soma especificada de meios de subsistência. É, portanto, o tempo de
trabalho necessário para produzir esses meios de subsistência que representa o
valor da força de trabalho. O capitalista paga ao trabalhador uma semana e
compra o trabalho dele por uma semana. Os economistas concordarão connosco até
agora sobre o valor da força de trabalho.
Neste momento, o capitalista coloca o seu operário a trabalhar. Num tempo
determinado, o operário terá entregue tanto trabalho quanto o seu salário
semanal representava.
Assumindo que o salário semanal de um operário representa três dias de
trabalho, o operário que começa na segunda-feira devolveu ao capitalista na
noite de quarta-feira o valor integral do salário pago. Mas então ele para de
trabalhar? De modo algum. O capitalista comprou o seu trabalho por uma semana,
e o operário ainda deve trabalhar nos últimos três dias da semana. Esse
sobre-trabalho do operário, para além do tempo necessário para substituir o seu
salário é a fonte da mais-valia, do lucro, do crescimento cada vez maior do
capital.
Não se diga que é uma suposição gratuita que o operário retira o salário
que recebeu do seu trabalho em três dias e que nos outros três dias trabalha
para o capitalista. Se ele precisa de apenas três dias para devolver o seu
salário, ou dois, ou quatro, isso é uma coisa completamente irrelevante aqui, e
também varia de acordo com as circunstâncias; mas o principal é que o
capitalista, além do trabalho que paga, ainda recebe trabalho que não paga, e
não há nenhuma suposição arbitrária aqui, porque no dia em que o capitalista
receber continuamente do operário tanto quanto lhe pagou de salário, nesse dia
ele fecharia as portas da sua fábrica, por todo o seu lucro voaria.
E eis que resolvemos todas essas contradições. A
formação da mais-valia (da qual o lucro do capitalista constitui uma parte
importante) é agora bastante clara e natural. O valor da força de trabalho é pago,
mas esse valor é muito menor do que o que o capitalista sabe derivar da força
de trabalho, e a diferença, o trabalho não remunerado, é precisamente a parte
do capitalista, ou mais precisamente, da classe capitalista. Porque mesmo o
lucro que, no exemplo mencionado acima, o comerciante de algodão retira do seu
algodão, deve necessariamente consistir em trabalho não remunerado se os preços
do algodão não tiverem aumentado. O comerciante deve ter vendido a um
fabricante de tecidos de algodão que, além desses cem thalers, ainda pode
lucrar com a sua manufactura, e que, portanto, compartilha com ele o trabalho
não remunerado que embolsou. É esse trabalho não remunerado que, em geral,
sustenta todos os membros da sociedade que não trabalham. É com ele que pagamos
os impostos do Estado e dos municípios na medida em que atingem a classe
capitalista, ao aluguer de terras dos proprietários, etc. É sobre ele que todo
o estado social existente repousa.
Por outro lado, seria ridículo supor que o trabalho não remunerado só era
formado nas condições actuais em que a produção é feita por um lado pelos
capitalistas e por outro lado pelos operários. Pelo contrário, a classe
oprimida sempre teve que fazer trabalho não remunerado. Durante o longo período
em que a escravidão era a forma dominante de organização do trabalho, os
escravos foram forçados a trabalhar muito mais do que aquilo que lhes era dado
sob a forma de meios de subsistência. Sob a dominação da servidão e até à
abolição da serventia camponesa, foi sempre o mesmo; e lá aparece, de forma
tangível, a diferença entre o tempo em que o camponês trabalha para a sua
própria subsistência e o tempo em que ele desenvolve sobre-trabalho para o
Senhor, porque essas duas formas de trabalho completam-se de forma separada. A
forma agora é diferente, mas a coisa permaneceu, e enquanto uma parte da
sociedade possui o monopólio sobre os meios de produção, o trabalhador, livre
ou não, é obrigado a acrescentar ao tempo de trabalho necessário para sua
própria manutenção um excedente destinado a produzir a subsistência do
proprietário dos meios de produção.1 Capital, t. 1, p, 231.
II
No artigo anterior, vimos que cada operário que é
ocupado pelo capitalista, faz um trabalho duplo: durante parte do seu tempo de
trabalho, ele devolve o salário que lhe é adiantado pelo capitalista, e esta
parte do seu trabalho é designada por Marx de trabalho necessário. Mas então
ele ainda tem que continuar a trabalhar e produzir durante esse tempo a
mais-valiao para o capitalista, cujo lucro constitui uma parte importante. Essa
parte do trabalho é designada por sobre-trabalho.
Suponha que o trabalhador trabalha três dias da semana para devolver o seu
salário e três dias para produzir mais-valia para o capitalista. Isso
significa, por outras palavras, que ele trabalha, num dia de doze horas, seis
horas por dia para o seu salário e seis horas para criar mais-valia. Mas nós
não podemos tirar da semana senão seis dias e mesmo adicionando os domingos,
apenas sete dias, enquanto todos os dias podemos retirar seis, oito, dez, doze,
quinze e ainda mais horas de trabalho. O trabalhador vendeu um dia de trabalho
ao capitalista pelo seu salário. Mas o que é um dia de trabalho? Oito ou
dezoito horas?
O capitalista tem interesse em fazer do dia de trabalho a jornada mais longa possível. Quanto mais tempo é, mais valor ele cria. O operário tem o justo sentimento de que cada hora de trabalho que realiza para além da restituição do seu salário lhe é tirado de forma ilegítima; é no seu próprio corpo que ele deve sentir o que significa trabalhar muito tempo. O capitalista luta pelo seu lucro, o trabalhador pela sua saúde, por algumas horas de descanso diário, a fim de poder, fora do trabalho, dormir e comer para se manifestar novamente, como um homem.
Deve-se notar de passagem que não depende da boa vontade dos capitalistas
considerados isoladamente se querem ou não envolver-se nesta luta, porque a
concorrência força os mais filantrópicos deles a juntarem-se aos seus colegas e
fazê-los realizar uma longa jornada de trabalho como estes.
A luta por essa fixação da jornada de trabalho data da primeira aparição
dos operários livres na história e dura até hoje. Em várias indústrias, existem
diversos costumes relativos à jornada de trabalho; mas, na realidade, raramente
são observados.
É somente aí onde a lei define a jornada de trabalho e controla a sua
conformidade, é só aí que podemos realmente dizer que há uma jornada de
trabalho. E até agora, este é quase apenas o caso nos distritos industriais da
Inglaterra. Lá, a jornada de trabalho é marcada às dez horas (10 horas e meia
durante cinco dias e 7 horas e meia no sábado) para todas as mulheres e para
meninos dos 13 aos 18 anos, e como os homens não podem trabalhar sem eles, eles
também caem sob a lei do dia das dez horas. Esta lei, os operários das fábricas
de Inglaterra, conquistaram-na através de longos anos de perseverança, pela
luta mais tenaz e teimosa contra os fabricantes, pela liberdade de imprensa,
pelo direito de aliança e reunião, bem como pelo hábil uso de divisões dentro
da própria classe dominante.
Tornou-se a salvaguarda dos operários ingleses, foi gradualmente estendida
a todas as grandes indústrias e estendida, no ano passado, a quase todas as
ocupações, pelo menos a todas aquelas onde mulheres e crianças estão empregadas.
Sobre a história deste regulamento legal da jornada de trabalho em Inglaterra,
o livro aqui contém documentação extremamente detalhada. O próximo
"Reichstag do Norte da Alemanha" também terá de discutir uma lei
industrial e, portanto, regular o trabalho nas fábricas. Esperamos que nenhum
dos deputados que deveram a sua eleição aos operários alemães, vá para a
discussão desta lei sem se ter anteriormente familiarizado completamente com o
livro de Marx. Podemos conseguir muito. As divisões nas classes dominantes são
mais favoráveis aos operários do que nunca foram em Inglaterra, porque o
sufrágio universal forçou as classes dominantes a procurar favores para os
trabalhadores. Nestas circunstâncias, quatro ou cinco representantes do
proletariado são um poder, se souberem como usar a sua situação, se souberem em
primeiro lugar do que se trata; o que os burgueses não sabem. E para isso, o
livro de Marx coloca nas suas mãos a documentação pronta.
Deixaremos de lado uma série de outras pesquisas muito boas de interesse
mais teórico e chegaremos ao capítulo final que trata da acumulação de capital.
Prova, em primeiro lugar, que o método de produção capitalista, ou seja,
realizado pelos capitalistas por um lado e pelos assalariados, por outro, não
só reproduz constantemente o seu capital ao capitalista, como produz também e
sempre ao mesmo tempo a miséria dos operários; para que garantamos que, de
forma constante e renovada, haja capitalistas, por um lado, que sejam os donos
de todos os meios de subsistência, matérias-primas e instrumentos de trabalho,
e, por outro lado, a grande massa de operários que são forçados a vender a sua
força de trabalho a esses capitalistas por uma certa quantidade de
subsistência. , na melhor das hipóteses, suficiente para mantê-los aptos a
trabalhar e a fazer crescer uma nova geração de proletários aptos para o
trabalho.
Mas o capital não se contenta em ser reproduzido: é continuamente aumentado
e ampliado e, com ele, o seu poder sobre a classe não possuidora de operários.
E ao mesmo tempo que reproduz em proporções cada vez maiores, o modo de produção
capitalista moderno também reproduz em escala cada vez maior, e em números cada
vez maiores, a classe dos operários que não possuem nada.
A acumulação do capital reproduz as
relações do capital a uma escala maior, mais capitalistas ou capitalistas
maiores para um polo, mais operários assalariados para outro... A acumulação de capital é, portanto, o
aumento do proletariado.
Mas, como na quantidade de produtos, menos trabalhadores são necessários
como resultado do progresso da maquinaria, da melhoria da agricultura, etc.,
como esse desenvolvimento, ou seja, esse excedente de trabalhadores cresce mais
rápido que o próprio capital, o que acontece com esse número cada vez maior de
trabalhadores? Formam um exército de reserva industrial que, durante períodos
de negócios maus ou medíocres, é pago abaixo do valor do seu trabalho e é
ocupado irregularmente ou fica ainda a cargo da assistência pública, mas é
indispensável para a classe capitalista para momentos de actividade empresarial
particularmente animada, como aparece de forma tangível em Inglaterra, mas que
, de em todo o caso, serve para quebrar a resistência dos operários
regularmente empregados para manter os seus salários baixos.
Quanto maior a riqueza social... maior a
relativa sobrelotação ou o exército da reserva industrial. Mas quanto maior for
esse exército de reserva em relação ao exército activo de trabalho [regularmente
ocupado] e mais massiva é a sobrelotação consolidada [permanente], ou seja, as
camadas de operários cuja miséria é inversa à dureza do seu trabalho. Enfim,
quanto maior for a camada da classe operária que compartilha o destino de
Lázaro e do exército da reserva industrial, tanto maior será o pauperismo
oficial. Esta
é a lei geral e absoluta da acumulação capitalista.
Estas são, comprovadamente científicas - e os economistas oficiais têm o
cuidado de não tentar apenas refutá-los - algumas das principais leis do
sistema social capitalista moderno. Mas com isso dissemos tudo? De modo algum.
Com a mesma nitidez que Marx enfatiza os aspectos maus da produção capitalista,
ele prova, tão claramente, que essa forma social era necessária para
desenvolver as forças produtivas da sociedade num nível que permite o mesmo
desenvolvimento verdadeiramente humano para todos os membros da sociedade.
Todas as formas sociais anteriores foram muito pobres para o fazer. Apenas a
produção capitalista cria a riqueza e as forças de produção necessárias para
esse fim, cria ao mesmo tempo, com a massa de operários oprimidos, a classe
social que, cada vez mais, é forçada a reivindicar o uso dessas riquezas e as forças
produtivas para toda a sociedade e não, como hoje, para uma classe monopolista.
(Demokratisches Wochenblatt, Leipzig, 21-28 de março
de 1868.)
EXTRACTO DO PREFÁCIO
DO SEGUNDO LIVRO DO "CAPITAL"
No final do século passado, prevalecia ainda, como
todos sabem, a teoria do flogisto (ou do
flogístico, teoria obsoleta sobre a combustão – NdT), segundo o qual a natureza
de toda a combustão consistia no corpo em chamas ser separado de outro corpo,
um corpo hipotético, um material combustível absoluto do qual o phlogiston
recebeu o nome. Esta teoria foi suficiente para explicar a maioria dos fenómenos
químicos então conhecidos, mas não sem, em alguns casos, violentar os factos.
Em 1774, Priestley produziu uma espécie de ar "que ele encontrou tão puro
ou livre de phlogiston que, em comparação, o ar comum já parecia velho"
Ele o designou por: ar deflogistisado. Logo a seguir, Scheele produziu o mesmo
tipo de ar na Suécia e provou que ele existia na atmosfera. Ele constatou
também que este desaparecia quando se queima um corpo no seu seio ou no ar
comum. Então ele o designou como "ar de fogo".
A partir desses resultados, concluiu que
a combinação que surge da aliança do flogista com um dos elementos do ar [ou
seja, na combustão], era apenas fogo ou calor a escapar do vidro.2
Priestley e Scheele produziram oxigénio, mas sem compreender o que tinham
entre mãos. Eles "não podiam slibertar-se das categorias "fologisticas",
tal como eles consideravam estarem
estabelecidas." O elemento que derrubaria toda a concepção fólogistica e
revolucionaria a química permaneceu, nas suas mãos, estéril."
Mas Priestley havia imediatamente comunicado a sua descoberta a Lavoisier, em
Paris, e este último, sobre este novo facto, submeteu a investigação toda a
química fálogistica; foi então que ele descobriu que o novo tipo de ar era um
novo elemento químico, que, na combustão de um corpo, não era o misterioso
flogista que escapou, mas sim esse novo elemento que combinava com o corpo, e
assim ele colocou a seus pés toda a química que, na sua forma fáloga, foi
virada de cabeça para baixo.
E embora não seja verdade, ao contrário do que ele mais tarde alegou, que
ele produziu oxigénio ao mesmo tempo que Priestley e Scheele e
independentemente deles, ele continua a ser o único que realmente descobriu oxigénio
em comparação com os outros dois que simplesmente o produziram, sem ter a
mínima ideia do que tinham produzido.
Marx é para os seus antecessores, quanto à teoria da mais-valia, o que
Lavoisier é para Priestley e Scheele. Muito antes de Marx, havia sido
estabelecida essa parte do valor do produto a que hoje chamamos mais-valia;
havíamos enunciado de forma mais ou menos clara no que é que consistia: a saber
no produto do trabalho para o qual o comprador não dá um equivalente. Mas não
fomos mais longe. Alguns, os economistas burgueses clássicos, estavam, no
máximo, a estudar a relação entre o produto do trabalho e o proprietário dos
meios de produção. Os outros, os socialistas, acharam essa distribuição injusta
e procuraram meios utópicos para acabar com essa injustiça. Nenhum deles foi
capaz de se libertar das categorias económicas que haviam encontrado
estabelecidas.
Então veio Marx. E ele tomou o contrapeso directo de
todos os seus antecessores. Onde eles tinham visto uma solução, ele viu apenas
um problema. Ele percebeu
que não havia "ar deslogistizado" nem "ar de fogo" aqui,
mas oxigénio; que esta não era uma mera observação de um facto económico, nem
do conflito deste facto com justiça eterna e verdadeira moralidade, mas um facto
chamado para perturbar toda a economia, e que, para a compreensão de toda a
producção capitalista, ofereceu a chave àqueles que sabiam como lhe dar uso.
Com base nisso, ele examinou todas as categorias existentes, assim como
Lavoisier partindo do oxigênio havia examinado as categorias existentes de
química fálogistica.
______________
2 ROSCOE-SCHORLEMMER: Manual completo de Química, Brunswick, 1877 I,
3-18 (nota Engels.)
RESUMO DO CAPITAL
O processo da producção de Capital (Livro Primeiro)
Prefácio para a edição
alemã
50 anos se passaram desde a morte de Karl Marx. Embora este período tenha sido suficiente para trazer as obras de escritores bem conhecidos pelos seus contemporâneos para o esquecimento, foi apenas uma marcha triunfante para o Capital de Karl Marx, em todo o mundo. O resumo deste trabalho de Engels, que podemos pela primeira vez fazer ler em língua alemã o proletariado alemão, é, portanto, de particular importância por esta razão.
Engels empreendeu este trabalho quando, a pedido de Marx, escreveu um artigo sobre o primeiro volume do Capital para a Fortnightly Review, uma revista liberal de esquerda publicada em Londres. Mas o editor da Revista Quinzenal encaminhou a primeira parte do artigo ao autor, e Engels parou de trabalhar nele.
Engels, que preparou o seu trabalho com muito cuidado,
começou a seguir as instruções precisas de Marx, tomando trechos do Capital; o
resumo que publicamos hoje é o resultado.
Em 17 de Abril de 1868, Engels escrevia a Marx:
“Com o tempo limitado de que disponho, a dissecação do teu livro dá-me mais
trabalho do que eu esperava; porque, finalmente, uma vez que entramos neste
trabalho, devemos pelo menos fazê-lo completamente e não apenas com este
objetivo especial.”
Este trabalho, Engels efectuou-o muito
provavelmente no primeiro semestre do ano de 1868 e não excedeu a quarta
parte. Produção
de Ganho de Capital Relativo, Capítulo XIII: "Maquinismo e
Grande Indústria", Sub-Capítulo 6. O resumo não foi concluído, porém,
mesmo nesta forma, prestará valiosos serviços ao proletariado, pois, com
maestria, resume nos seus próprios termos, as ideias fundamentais do Capital.
Engels mostra-nos o caminho a seguir para entrar nos ensinamentos do Capital.
Portanto, o resumo será um importante guia no estudo da economia política
marxista.
Este trabalho é, por vezes, difícil de entender. Não se destina a
substituir o estudo preliminar de obras económicas marxistas elementares, como
Trabalho Salarial e Capital, Salários, Preços e Lucros, como as partes económicas
do artigo sobre Karl Marx de Lenine e Anti-Duhring de Engels; só deve permitir
que o leitor proletário passe do estudo dessas obras facilmente compreensíveis
para a do Capital.
Apenas Engels, o genial colaborador de Marx, co-fundador do materialismo
histórico e do comunismo científico, que explorou ele próprio o campo da economia
política, poderia, no seu resumo, restituir o conteúdo do Capital de forma tão
clara e condensada. A sua arte de popularização baseia-se num domínio absoluto
do método do materialismo dialético. O resumo é um modelo de pesquisa e (3 em francês no texto (N.T.) espaço de exposição materialista. As categorias
económicas são mostradas no seu desenvolvimento histórico. Engels não omitiu,
no seu resumo, nenhuma das transições reveladas pelo Capital. Enquanto os
falsificadores idealistas do marxismo contestam a base material que serve de
base para as categorias marxistas da economia política, Engels, um
materialista, parte sempre das condições de producção. É por isso que o seu
resumo é uma arma contra a distorção menchevique da economia marxista no
sentido idealista.
O resumo concentra-se na teoria da mais-valia. Quando, em 1884, Deville
publicou em França o popular resumo do Capital, Engels repreendeu-o, em
particular, por nele ter colocado coisas "inúteis para a inteligência da
teoria da mais-valia e das suas consequências (e isso é precisamente o que
importa para um resumo popular)." Engels estuda com especial atenção as
leis da produção de mais-valia, pois a producção de mais-valia, a exploração
dos trabalhadores, desperta no proletariado as forças da indignação, da
revolta. Além disso, a producção de mais-valia resulta num tal florescimento das
forças produtivas que a estrutura do modo de producção capitalista se torna
muito estreita, que o derrube da burguesia, o estabelecimento da ditadura
proletária, a construcção do socialismo se tornam possíveis, e necessários.
É na
forma como Engels coloca a producção de mais-valia no centro da sua obra que o
personagem revolucionário aparece. Trata-se das contradições económicas da
producção de bens, desde a contradição entre o valor de uso e o valor de troca,
até à sua forma mais elevada no capitalismo.
Na contradição económica descobre a contradição de classe que mostra as classes
como apoio às contradições económicas. Seja por citações de Marx ou através de
formulações pessoais, Engels destaca com razão o lado revolucionário e
"revolucionador" do capitalismo:
A mais-valia é o sobre-trabalho cristalizado e apenas a forma da sua
extorsão distingue as diversas formações sociais. O capital, portanto, não se
importa de forma alguma com a saúde e a vida do trabalhador, a menos que a isso
seja forçado pela sociedade.
Engels ressalta que:
Perante os operários alinham-se os poderes espirituais do processo de
trabalho enquanto propriedade estranha e força que os domina.
Como parecem lamentáveis face ao resumo de Engels as inúmeras tentativas
feitas pelos economistas burgueses e social-democratas (Kautsky, Borchardt,
etc.) de popularizar e encurtar o Capital, ou seja, popularizá-lo - no pior
sentido da palavra - e falsificá-lo.
É lamentável que Engels não tenha
conseguido completar o seu trabalho. No entanto, mesmo sob esta forma
inacabada, ele será um guia indispensável para o leitor através do Capital.
O texto foi elaborado com base numa verificação cuidadosa do texto
original, com base em cópias fotográficas do Instituto Marx-Engels-Lenine. Os
nossos aditamentos, que são essencialmente limitados à explicação de palavras
estrangeiras, foram colocados entre parênteses. As indicações paginais dadas
por Engels referem-se à primeira edição alemã do Capital, Volume I, Edições
Otto Meissner; os números adicionados entre parênteses referem-se à edição
produzida pelo Instituto Marx-Engels-Lenine.
A edição do resumo que publicamos hoje foi preparada
por Horst Frochlich. INSTITUTO
MARX-ENGELS-LENINE
LIVRO 1
O processo da producção do capital
PRIMEIRA PARTE
MERCADORIAS E DINHEIRO
I.I. A mercadoria em
si
A riqueza das sociedades em que a producção capitalista reina consiste em bens.
A mercadoria é algo que tem um valor de uso; este último existe em todas as
formas de sociedade, mas na sociedade capitalista, o valor de uso é, ao mesmo
tempo, o apoio material do valor de troca.
O valor de troca pressupõe uma tertium comparationis 4 (a qualidade que têm em comum duas coisas que se comparam – NdT),
à qual é medida: trabalho, a substância social comum dos valores de troca, especificamente
o tempo de trabalho socialmente necessário que aí se materializa.
Assim como a mercadoria [é] um duplo aspecto do valor de uso e valor de
troca, de modo que o trabalho contido nela [é] duplamente determinado: por um
lado como uma actividade produtiva determinada, o trabalho do tecelão, o
alfaiate, etc., "trabalho útil", por outro lado, como um simples
gasto da força de trabalho humana, cristalizado, trabalho abstracto. O primeiro
produto do valor de uso, o segundo do valor de troca; sozinhos, este último é
quantitativamente comparável (confirma a distinção entre trabalho qualificado
[qualidade] e não qualificado, trabalho composto e trabalho simples).
[A] substância do valor de troca [é] portanto o trabalho abstracto. O seu
tamanho [é medido] pelo tempo usado. [Resta] ainda considerar a forma do valor
de troca.
1. x bens A - y bens B, o valor de uma mercadoria expressa no valor de
outro [bens] é o seu valor relativo 5.
A expressão da equivalência de dois bens é a forma simples de valor relativo.
Na equação acima, y mercadoria B é o equivalente. Nele, x mercadoria A recebe a
sua forma de valor em oposição à sua forma 6
natural, enquanto que y mercadoria B recebe ao mesmo tempo, na sua própria
forma natural, a propriedade de poder ser trocada directamente.
O valor
de troca está impresso no valor de uso da mercadoria por condições históricas determinadas.
Não pode, portanto, expressá-lo no seu próprio valor de uso, mas apenas no valor
de uso de outra mercadoria. É somente na igualdade de dois produtos concretos
de trabalho que o trabalho concreto contido num e noutro revela a sua qualidade
de trabalho humano abstracto; ou seja, uma mercadoria pode comportar-se como
uma mera materialização do trabalho abstracto, não em relação ao trabalho
concreto contido em si, mas mas em relação ao trabalho concreto contido noutro
tipo de mercadoria.
A equação x mercadoria A - y mercadoria B implica. necessariamente que x mercadoria A também pode ser expressa noutros bens, portanto:
2. x mercadoria A - y mercadoria B - z mercadoria C -v mimercadoria D - u
mercadoria E . etc., etc.
Esta é a forma desenvolvida de valor relativo. Aqui, x mercadoria A, como mera
materialização do trabalho nele contido, não se refere mais a uma mercadoria,
mas a todas. Mas por simples inversão, ela leva a
4 Termos de Comparação.
(N.T.)
5 Refere-se à frase "x
mercadoria A". (N.R.)
6 Refere-se à palavra
"bens". (N.R.)
3. a segunda forma pensativa de
valor relativo.
y mercadoria B - x mercadoria A
z mercadoria C - x mercadoria A v
mercadoria D - x mercadoria A u
mercadoria E - x mercadoria A etc.,
etc.
Aqui, as mercadorias recebem a forma de valor relativo generalizado, no
qual, como mercadorias, abstraiem-se do seu valor de uso para se identificarem,
como a materialização do trabalho abstracto, na [expressão] x mercadoria A. A
expressão x mercadoria A é a forma genérica do equivalente para todos os outros
bens, é o seu equivalente geral; o trabalho que aí se materializa é
simplesmente válido como um trabalho abstrato, como um trabalho geral. Mas
agora:
4. Cada mercadoria da
série pode assumir o papel de equivalente geral; mas, simultaneamente, elas só
podem tomar [como equivalente geral] um dos bens [na série] porque se todas as
mercadorias fossem equivalentes gerais, cada uma excluiria a outra novamente.
A forma 3 não é gerada pela x mercadoria A, mas por
outros bens, objectivamente. Assim, uma mercadoria específica tem que assumir o
papel [de equivalente geral] - pode mudar por enquanto - e essa é a única
maneira de fazer a mercadoria inteiramente mercadoria. Esta mercadoria em
particular, com a forma natural [da qual] a forma do equivalente geral se funde,
é o dinheiro.
A dificuldade da mercadoria reside no facto de que, como todas as categorias de producção capitalista, ela representa sob um invólucro material uma relação entre indivíduos. Os produtores relacionam os seus diversos trabalhos uns com os outros como trabalho humano geral, ao passo que relacionam os seus produtos duns com os outros como mercadorias, sem a mediação das coisas que não poderiam alcançar. A relação entre os indivíduos, portanto, aparece como uma relação entre as coisas.
Para uma sociedade onde a produção de bens predomina, o cristianismo, [e mais] especialmente o protestantismo, [é] a religião apropriada.
II. Processo de troca
da mercadoria.
NA troca, a mercadoria demonstra que é mercadoria. Os proprietários de duas mercadorias devem ter a vontade de trocar as suas mercadorias e, portanto, reconhecer-se uns mutuamente como proprietários privados. Essa relação jurídica, a forma de contrato, é apenas a relação de vontades, na qual se reflecte a relação económica. O conteúdo desta relação [de direito e de vontades] é dado pela própria relação económica, S. 45 (90/95).
Os bens são o valor de uso para quem não os possui, não são o valor de uso para o seu proprietário7. Daí a necessidade de troca. Mas todo o proprietário de mercadoria quer adquirir valores de uso que são especificamente úteis para ele - nesse sentido, a troca é um processo individual. Por outro lado, ele quer realizar os seus bens como valor, portanto em qualquer mercadoria, se a sua mercadoria [própria] for ou não de valor de uso para o proprietário da outra mercadoria. Nesse sentido, a troca é para ele um processo social geral. Mas o mesmo processo não pode ser para todos os proprietários de bens, tanto individuais quanto sociais em geral. Cada proprietário de mercadoria considera a sua mercadoria [própria] como o equivalente geral, e todos os outros bens como equivalentes particulares da sua. Como todos os possuidores de mercadorias fazem o mesmo, nenhuma mercadoria é equivalente geral: como resultado, nenhuma mercadoria assume a forma geral de valor relativo, na qual todos os valores corresponderiam e poderiam ser comparados como grandeza de valor. Portanto, não se relacionam uns com os outros como mercadorias, mas apenas como produtos. P. 47 [92/97].
_________________
7 Engels usa as palavras não-possuidor e não- valor de
uso e diz literalmente: "A mercadoria é o valor de uso para o seu não
possuidor, não é um valor de uso para o seu possuidor." (N.T.)
As mercadorias só se podem relacionar entre si como valores e, consequentemente, como bens, se todos se relacionam com qualquer outra mercadoria como equivalente geral. Mas só o facto social pode transformar uma determinada mercadoria num equivalente geral: o dinheiro.
A imanente contradição dos bens como uma unidade directa de valor de uso e
valor de troca, como produto de trabalho privado útil... e como materialização
directa e social do trabalho humano abstracto, essa contradição não cessa até
que resulte na duplicação de bens em bens e dinheiro. S. 48 [92-93/97].
Todos os outros bens são apenas equivalentes particulares de dinheiro,
sendo o dinheiro o seu equivalente geral, elas comportam-se como mercadorias
particulares em relação ao dinheiro, uma mercadoria geral. O processo de troca
dá à mercadoria, que ele transforma em dinheiro, não o seu valor, mas o seu valor-forma.
S. 53 [97-98/100].
Fetichismo:
uma mercadoria não parece tornar-se dinheiro porque outras mercadorias nela expressam
os seus valores, mas esta, pelo contrário, parece expressar os seus valores
nela porque é dinheiro.
III. Moeda ou movimentação de
mercadorias.
A. Medição dos valores (ouro - suposta
moeda) 8
A moeda como medida de valor é a forma sob a qual se
manifesta necessariamente a medida do valor imanente das mercadorias: tempo de
trabalho. A simples expressão do valor relativo das mercadorias em dinheiro, x
A-y-dinheiro, é o seu preço. S. 55 [99-100/105].
O preço das mercadorias, a sua forma dinheiro, é
expresso em moeda ideal; por isso é apenas o dinheiro ideal que mede valores.
P. 57 -101/105].
Uma vez alcançada a transformação do valor em preço, torna-se tecnicamente necessário desenvolver ainda mais a medição dos valores para alcançar o padrão de preço; ou seja, é fixada uma quantidade de ouro que serve como medida para as várias [outras] quantidades de ouro. O todo é essencialmente distinto da medição dos valores que, eles mesmos, dependem do valor do ouro; quanto a este último, é indiferente à medição dos preços. P, 59 [l05-106/108].
Uma vez
que os preços são formulados em denominações aritméticas de ouro9, o dinheiro serve [então] de moeda de
conta.
Se o preço, como expoente da quantidade de valor da mercadoria, é o expoente da
sua relação de troca com a moeda, não se segue reciprocamente que o expoente da
relação de troca com a moeda seja necessariamente a relação da sua grandeza de
valor.
Supondo que as circunstâncias permitem ou exijem que uma mercadoria seja vendida acima ou abaixo do seu valor, estes preços de venda, se não corresponderem ao seu valor, são, no entanto, o preço da mercadoria, porque são:
1. a forma do seu valor, o dinheiro, e 2.
Os expoentes da sua relação de troca com o dinheiro.
A possibilidade de discordância quantitativa entre preço e grandeza de valor é, portanto, dada na própria forma de preço. Isso não constitui um defeito nesta forma; pelo contrário, torna-se, assim, a forma adequada de um modo de producção no qual a regra só pode prevalecer como lei média, uma acção cega, da irregularidade.
A forma de preço pode entretanto [também] ocultar [uma]
contradição qualitativa, de modo que o preço cesse, de uma forma geral, de ser
uma expressão de valor... Consciência, honra, etc., pode... pelo seu preço
adquirir a forma de mercadoria. 60-61 [107/112].
A medição dos valores em dinheiro, a forma preço, implica a necessidade de alienação [venda]; a medida de preço ideal [envolve] a [medição] real. Daí a circulação.
B. Meios de circulação.
a) A metamorfose das mercadorias.
Forma simples: M-A-M (mercadoria-dinheiro-mercadoria),
cujo conteúdo material é M-M. Abandono do valor de troca, apropriação do valor
de uso.
___________
8 O texto de Marx diz, mais claramente: "Para
efeito de simplificação, assumimos que o ouro é a mercadoria que cumpre as funções
do dinheiro". (N.T.)
2.Quer-se dizer em nomes monetários; libra, franco, ducado... (N, T.)
1.
Primeira fase: M-A = venda, com duas contingências: a do não-sucesso [da venda]
ou a da venda abaixo do valor ou abaixo do preço de custo, se o valor social da
mercadoria mudar.
A divisão do trabalho transforma o produto do trabalho em mercadoria e, assim, requer a sua transformação em dinheiro.
Ao mesmo tempo, adia aleatoriamente o sucesso desta trans-substanciação. S. 60-67 [111-113/115-116]. Para considerar aqui o fenómeno em si, M-A pressupõe que o proprietário do A (caso ele não seja um produtor de ouro) já tenha trocado outros M pelo seu A (a posse dos resultados A para ele da venda anterior de outros M): para o comprador, o fenómeno não é apenas o oposto - A-M, mas [novamente] pressupõe da sua parte uma venda anterior, etc., de modo que nos encontremos numa série infinita de compras e vendas.
2. A mesma coisa acontece na segunda fase, A-M. Compra, que ao mesmo tempo é uma venda para o outro participante.
3. O processo geral é, portanto, um ciclo de compras e
vendas. Circulação de mercadorias.
Este último [é] bastante diferente da troca directa de produtos; por um lado,
os limites locais e individuais de troca directa de produtos são quebrados, a
permutação do trabalho humano [é]desenvolvida; por outro lado, já aparece aqui
que todo o processo está condicionado por relações sociais naturais
independentes das pessoas envolvidas nessas operações. P. 72 [117/120].
A simples troca acabou no único acto de troca em que cada um [dos parceiros] trocou o valor de não uso pelo valor de uso; [mas] a circulação continua indefinidamente.
P. 73 [118/121]. Aqui está um falso dogma económico: A movimentação de mercadorias exigiria necessariamente o equilíbrio de compras e vendas, com cada compra a ser vendida e vice-versa - o que significaria que cada vendedor traz o seu comprador [próprio] para o mercado.
1. A compra e a venda constituem, por um lado, um acto idêntico de duas pessoas polarizadas opostas, e por outro lado, dois actos polarizados opostos de uma [ mesma] pessoa. A identidade entre a compra e a venda implica, portanto, que os bens são inúteis, quando não são vendidos, e, portanto, que essa possibilidade pode surgir.
2.M-A como parte do processo é ao mesmo tempo um
processo independente e implica que o comprador do A pode escolher quando é que
ele vai transformar este A novamente em M. Ele pode esperar. A unidade interna
dos processos independentes, M-A e A-M, move-se, justamente pela independência
desses processos, em contradições externas, e quando a tendência desses
processos dependentes de se tornarem independentes atinge um certo limite, a
unidade é imposta por uma crise, daí a possibilidade [ser] aqui dada. Como
intermediário da circulação de mercadorias, o dinheiro é um meio de movimento.
b) Movimento do dinheiro
Cada mercadoria individual entra e sai da circulação
através do dinheiro; a moeda fica sempre lá. Embora, como resultado, a movimentação
do dinheiro seja apenas a expressão do movimento das bens, esta última, no
entanto, aparece como resultado do movimento do dinheiro. Como o dinheiro está
constantemente na esfera de circulação, surge a questão quanto à quantidade de
dinheiro nele contida.
______________________________________________
10 letras gregas no texto de Engels. (N.R.)
A massa de dinheiro a circular é determinada pela soma dos preços das mercadorias (para um valor constante da moeda), e essa soma dos preços pela massa de mercadorias em circulação. Como essa massa de mercadorias é assumida, a massa de dinheiro a fluir varia de acordo com flutuações no preço das mercadorias. A mesma moeda usada para concluir um certo número de casos num determinado tempo, tem-se por um determinado período de tempo:
a soma
dos preços das mercadorias por número de ciclos de uma peça da moeda-massa da
moeda a operar como um meio de circulação. P. 80 [125/126].
Como resultado, o dinheiro em papel pode destituir o ouro quando é lançado numa circulação saturada.
Como na movimentação do dinheiro aparece apenas o processo de movimentação
de mercadorias, a velocidade desse movimento revela também a das suas
metamorfoses [as metamorfoses do movimento das mercadorias], a sua
desaceleração [revela] a separação entre compra e venda, o abrandamento das trocas
sociais. A circulação não nos diz a causa dessa desaceleração; ela só nos
mostra o fenómeno. O filisteu explica isso pela quantidade insuficiente de
meios de circulação. S. 81 [125-126/126-127].
Ergo1:
1. À medida que os preços das matérias-primas
permanecem constantes, a massa de dinheiro circulante aumenta à medida que a massa
de mercadorias em circulação aumenta ou o movimento da moeda desacelera; e
diminui vice-versa [quando a massa de mercadorias em circulação diminui ou o
movimento da moeda acelera].
2. À medida que os preços das mercadorias sobem em geral, a massa da moeda
circulante permanece constante se a massa de mercadorias diminuir ou se a
velocidade de movimento aumentar na mesma medida.
3. Os preços das mercadorias caem em geral, inverso de 2.
No geral, há uma média bastante consistente para a qual apenas convulsões, por
assim dizer, causam interrupções significativas.
c) Dinheiro. Sinal de valor.
O padrão de preço é definido pelo Estado, assim como o
nome dado à moeda de ouro - dinheiro e sua fabricação. No mercado mundial, os
respectivos uniformes nacionais são removidos (o tesouro acumulado da Casa da
Moeda é excluído aqui), de modo que dinheiro e lingotes12 são distinguidos apenas pela forma.
Mas o dinheiro desgasta-se em circulação, o ouro como
meio de circulação difere do ouro como padrão de preço; dinheiro está a
tornar-se cada vez mais [o] símbolo do seu conteúdo oficial.
Isso dá origem à possibilidade latente de substituir o dinheiro metálico por fichas ou símbolos. De onde:
1. Moeda de cobre ou prata transfronteiriça, cuja fixação contra a moeda real do ouro é impedida pela limitação do montante em que constitui uma proposta legal13. O seu conteúdo puramente arbitrário [é] fixado por lei e a sua função de dinheiro torna-se, assim, independente do seu valor. Daí o possível progresso em direcção a sinais absolutamente inúteis.
2. Dinheiro em papel, ou seja, dinheiro em papel
estatal com preço forçado (a moeda de crédito ainda não será processada aqui).
Na medida em que esse dinheiro em papel realmente circula no lugar da moeda de
ouro, está sujeito às leis de circulação monetária. Apenas a razão pela qual este
papel substitui o ouro pode ser objecto de uma lei especial, ou seja: a emissão
de dinheiro em papel deve limitar-se à quantidade em que o ouro que ele simboliza
realmente circularia.14 É verdade
que o grau de saturação da circulação oscila, mas em todos os lugares a
experiência mostra um mínimo abaixo do qual nunca cai. Esse mínimo pode ser
emitido. Além disso, quando o grau de saturação é reduzido ao mínimo, alguns
[do dinheiro em papel] tornam-se supérfluos. Nesses casos, porém, a quantidade
total de papel no mundo das mercadorias simboliza apenas a quantidade de ouro
determinada pelas suas leis imanentes, sendo assim a única capaz de ser
simbolizada.15 [Se] a massa de papel
[constitui] o dobro da massa de ouro absorvida, cada pedaço de papel deprecia
[e cai] para metade do seu valor facial. Assim como se o ouro tivesse sofrido
uma mudança na sua função de medição de preços, no seu valor. S. 89
(133/133-134).
______________
11 Então. (N.T.)
12 Barras de ouro e ouro cunhadas. (N.T.)
13 Método legal de pagamento. (N.R.)
C. Dinheiro ou dinheiro-moeda.
a) Acumulação.
Com o primeiro desenvolvimento do movimento de
mercadorias desenvolve-se a necessidade e a paixão de reter o produto do M-A, o
A. Em vez de simplesmente servir como um intermediário de trocas, essa
metamorfose torna-se um objectivo em si mesmo. O dinheiro petrifica, torna-se
tesouro, e o vendedor transforma-se num
acumulador. S. 91 [135-136/135-136].
Essa forma predominante [predomina] precisamente nos primeiros dias do movimento das mercadorias. Ásia. Com o desenvolvimento do movimento de mercadorias, cada produtor de mercadorias deve garantir o nervus rerum16, a garantia social de força, as reservas A constituem-se assim por todo o lado17. O desenvolvimento do movimento de mercadorias aumenta o poder do dinheiro, sempre disponível e forma absolutamente social de riqueza. S. 92 [1.36-137/136-138]. O instinto de acumulação é inerentemente ilimitado. Em termos de qualidade ou forma, o dinheiro não tem limites e continua a ser o representante geral da riqueza material, pois pode transformar-se directamente em qualquer mercadoria. Mas do ponto de vista da quantidade, qualquer quantia real é limitada e, portanto, tem, como meio de compra, apenas uma acção limitada. Essa contradição conduz sem cessar o acumulador de volta ao seu trabalho como Sísifo da acumulação.
Além disso, o acúmulo de ouro e prata lisa 18, [constitui] ao mesmo tempo [um] novo mercado para esses metais,
e [uma] fonte latente de dinheiro.
A acumulação serve como um canal abdutor e adutor de dinheiro a circular
nas oscilações permanentes do grau de saturação de circulação. S. 93 [139-140/139].
____________
14 No texto de Marx "A emissão de dinheiro em
papel deve ser proporcional à quantidade de ouro (ou prata) da qual é o símbolo
e que deve realmente circular." (N T)
15 No texto de Marx: O dinheiro em papel é, portanto, um sinal de valor apenas
enquanto representa quantidades de ouro que, como todas as outras quantidades
de mercadorias, também são quantidades de valor. (N.T.)
16 O nervo das coisas. (N.T.)
17 Tesouros. (N.T.)
18 objectos preciosos. (N.T.)
b) Meio de pagamento
O desenvolvimento da circulação de mercadorias traz
novas condições: a alienação das mercadorias pode ser separada cronologicamente
da realização do seu preço.
A produção das diversas mercadorias requer várias durações; Elas são feitas em
diferentes estações; muitas mercadorias devem ser enviadas para mercados
distantes, etc. X 19 pode, portanto,
ser um vendedor antes que Y, o comprador, seja solvente. A prática regula as
condições de pagamento da seguinte forma: X torna-se credor, Y devedor, o
dinheiro torna-se meio de pagamento. A relação entre o credor e o devedor já é
antagónica. (Isso pode ser assim independentemente do movimento das
mercadorias, por exemplo, na antiguidade e na Idade Média.) S. 97
-[140-141/1140-141].
Nesta relação, o dinheiro funciona:
1. como medida de valor para determinar os preços das mercadorias vendidas;
2. como um meio ideal de compra.
Enquanto tesouro, A tinha havia sido subtraído aqui à circulação, enquanto
meio de pagamento 20, A entra em
circulação, mas só quando M saiu. O comprador-devedor vende para poder pagar ou
correr o risco de ser penhorado. A torna-se, assim, o próprio propósito da
venda, por uma necessidade social decorrente das próprias condições da
circulação. 97-98 [141-142/141].
A não simultaneidade das compras e vendas, que dá origem à função do
dinheiro como meio de pagamento, traz,21
ao mesmo tempo, uma economia de meios de movimentação, a concentração de
pagamentos num determinado local.
(Transferências para Lyon, na Idade Média, uma espécie
de casa de compensação onde apenas [o saldo de reivindicações recíprocas] era
pago. S. 98 [;143/ 142].
Enquanto os pagamentos estiverem a oscilar, a moeda só funciona, idealmente como uma moeda de conta ou medida de valor. Assim que os pagamentos reais são necessários, ele não se apresenta mais como um meio de circulação, como uma mera forma efémera usada como intermediária para o comércio; torna-se a personificação individual do trabalho social, a realização independente do valor de troca, uma mercadoria absoluta. Essa contradição directa eclode, durante as crises industriais e comerciais, na época chamada crise monetária. Só ocorre aí, onde a cadeia gradual de pagamentos e um sistema artificial de equilíbrio entre eles se desenvolveram completamente. Este mecanismo sofre, por alguma razão, perturbações de ordem geral, o dinheiro abruptamente e sem transicção renuncia à sua forma ideal de moeda de conta para se tornar dinheiro vivo. Não pode mais ser substituído por bens vulgares. S. 99 [143-144/143].
Quando a produção de mercadorias atinge um certo nível e extensão, a função da moeda-meio
depagamento vai além da esfera do movimento das mercadorias, torna-se a
mercadoria geral dos contratos. A partir de pagamentos em espécie, anuidades,
impostos, etc., transformam-se num pagamento de dinheiro. Veja a França de Luís
XIV (Boisguillebert e Vauban), por outro lado Ásia, Turquia, Japão, etc. P. 102
[146/145].
A transformação do dinheiro num meio de pagamento requer - um acúmulo de
dinheiro para os dias de vencimento - acumulação, que desaparece em desenvolvimento
social contínuo como uma forma independente de enriquecimento, e é novamente
restabelecido como um fundo de reserva de meios de pagamento. P. 103 [148/147].
_____________________________________________
19 No texto de Engels, o
comprador e o vendedor são designados por A e B. Substituímos por X e Y para
evitar confusão com dinheiro A (G. em alemão) (N.T.)
20 Marx escreve: "Os meios de
circulação transformaram-se num tesouro, porque o movimento da circulação havia
parado no seu primeiro semestre. Os meios de pagamento entram em circulação,
mas somente depois que a mercadoria sair dela" (N.T.)
21 No manuscrito de Engels.: dar e
trazer. (N-T.)
c) A moeda universal
Na circulação universal, as formas locais de dinheiro,
moeda transfronteiriça, sinais de valor são despojados e apenas a forma de
prata [metal] em barras serve como moeda universal. É apenas no mercado mundial
que o dinheiro funciona plenamente como a mercadoria cuja forma natural é, ao
mesmo tempo, a realização social imediata do trabalho humano em abstracto 22. O seu modo de ser torna-se adequado
ao seu conceito. S. 103-104 (Detalhes, 105) [148. Detalhes149-151/147-150].
22
Em geral. (N.S. T.)
PARTE DOIS
A TRANSFORMAÇÃO DO DINHEIRO EM CAPITAL
I. Fórmula geral do capital.
O movimento das mercadorias é o ponto de partida do
capital. A produção de mercadorias, sua circulação e desenvolvimento, o
comércio, estão, portanto, em todos os lugares os factores históricos que dão
origem ao capital. A história moderna do capital data da criação do comércio
moderno e do mercado mundial no século XVI. S. 106 (153/151).
Para não considerar apenas as formas económicas geradas pela movimentação de mercadorias, [descobrimos que] o seu último produto é o dinheiro e esta é a primeira forma do surgimento do capital. Historicamente, o capital fica sempre à frente da propriedade da terra sob a forma de riqueza monetária, capital comercial ou capital usurário, e, ainda hoje, qualquer novo capital entra em jogo na forma de dinheiro que deve ser convertido em capital através de processos determinados.
Dinheiro como dinheiro e dinheiro como capital são distinguidos em primeiro
lugar apenas pela forma da sua circulação. Ao lado de M-A-M também vem a forma
A-M-A, comprar para vender. O dinheiro, que descreve neste movimento esta forma
de circulação, torna-se capital, já está contido em si próprio, quer dizer,
pelo seu destino, do capital.
O resultado de A-M-A é A-A, troca indireta de dinheiro, por dinheiro. Eu
compro 100 libras de algodão, que eu vendo por 110 libras; no final eu troquei
100 libras por 110, dinheiro por dinheiro.
Se esse processo resultasse no mesmo valor monetário que foi nele lançado inicialmente - 100 libras [de] 100 libras -
isso seria absurdo. Mas, quer das suas 100 libras o comerciante retire 100, 110
ou apenas 50 libras, o seu dinheiro, no entanto, descreveu um movimento
particular, bastante diferente do fluxo de mercadorias M-A-M. A análise das
diferenças na forma que distinguem esse movimento de M-A-M também nos permitirá
discernir a diferença de conteúdo.
As duas fases do processo são as mesmas do M-A-M, respectivamente. Mas há
uma grande diferença como um todo. Em M-A-M, o dinheiro é o intermediário, a
mercadoria o ponto de partida e o acabamento; aqui, é M quem é o intermediário,
no ponto de partida e o resultado final. Em M-A-M, o dinheiro é definitivamente
gasto, em A-M-A, ele só é avançado e deve ser encontrado. Ele volta ao seu
ponto de partida - então [há] aqui já uma diferença perceptível e palpável
entre a circulação de dinheiro como dinheiro e dinheiro como capital.
Em M-A-M o dinheiro só pode fluir de volta
ao seu ponto de partida através
da repetição de todo o processo, pela venda de mercadorias frescas,
[novas]; o refluxo é, portanto, independente do processo em si. Em A-M-A, por
outro lado, é condicionado antecipadamente pela própria estrutura do processo,
que está incompleta se não tiver sucesso. P. 110 [156/153].
M-A-M, tem o objectivo final do valor de uso, A-M-A, o valor da troca em
si.
Em M-A-M, os dois extremos têm a mesma forma económica 23. Ambos são mercadorias do mesmo valor. Mas, ao mesmo tempo, são valores de uso qualitativamente diferentes e o processo é o conteúdo do intercâmbio social. Em A-M-A, a operação parece à primeira vista tautológica, vazia de conteúdo. Parece absurdo trocar 100 libras esterlinas por 100 libras esterlinas, e por um desvio para o excedente. Uma soma de dinheiro não se pode distinguir de qualquer outra, senão pela grandeza; A-M-A não recebe o seu conteúdo senão pela diferença quantitativa dos extremos. Mais dinheiro está a ser tirado de circulação do que foi deitado fora. Algodão comprado a 100 libras é vendido, por exemplo, a 100 libras + 10 libras; o processo toma a forma de A-M-A', onde A' - A - A. Esse A, esse incremento [aumento] é mais-valia. O valor inicialmente avançado não só permanece em circulação, mas também aumenta com mais-valia, valoriza-se, e esse movimento transforma dinheiro em capital.
Em M-A-M pode, naturalmente, existir uma diferença de valor entre os
extremos, mas é puramente fortuita nesta forma de circulação e o M-A-M não se
torna absurdo quando os extremos têm valor idêntico - pelo contrário, é mesmo a
condição de um funcionamento normal.
A repetição do M-A-M encontra a sua medida
e a sua razão de ser para um fim fora da venda, e que é o consumo, a satisfação
das necessidades específicas. Em A-M-A, pelo contrário, o começo e o fim são os
mesmos - dinheiro - e só isso, o movimento é indefinido. No entanto, A-A é uma
quantidade diferente de A, mas, no entanto, uma quantidade limitada de
dinheiro; se fosse gasto, deixaria de ser capital; se fosse removido da
circulação, ele [permaneceria] parado na forma de poupança.24 Uma vez dada a necessidade de aprimoramento de valor, ela existe
tanto para A' quanto para A e o movimento do capital é ilimitado porque no
final do processo o seu objectivo é tão pouco alcançado quanto no início. P. 111
[1b6-159/153-156]. Como apoio a esse processo, o dono do dinheiro torna-se um
capitalista.
Se na circulação de mercadorias o valor de troca vem no máximo para uma
forma independente [a do dinheiro] em relação ao valor de uso da mercadoria,
aqui ele aparece de repente como uma substância processiva 25, dotada de um movimento próprio e para a qual mercadorias e dinheiro
são meras formas; mais do que isso, como valor original, ele difere de si mesmo
considerado como mais-valia. Torna-se dinheiro processual 26 e, como tal, capital. P. 116 [162/158].
A-M-A' parece, é verdade, ser uma forma de capital
comercial sozinho. Mas o capital industrial também é o dinheiro que se
transforma em mercadoria e, através da venda [das mercadorias], é convertido numa
maior soma de dinheiro. Actos que podem acontecer entre a compra e a venda,
fora da esfera da circulação, não mudam nada. Finalmente, no capital portador
de juros, o processo apresenta-se, directamente [na forma] A-A', um valor que é
ao mesmo tempo maior do que ele
mesmo. P. 117 [162-163/158-159].
_______________________________
23 Marx usa apenas a
palavra "forma" Engels usa Formbes limmtheit. difícil de traduzir:
certeza, precisão de forma, a ideia sendo rigorosamente a mesma forma (N.T.)
24 Marx escreve: "Se forem
roubados da circulação, eles -[essas somas] petrificam-se em forma de poupança
e não crescem mais até o julgamento-último" (N. T.)
25 Engels reproduz aqui a palavra
usada por Marx: prozessierende Substanz, ou seja, uma substância no processo, em
movimento contínuo. (N.T.)
26 idem que 25 27
Marx escreve: "Finalmente, em relação ao capital usuário, a forma é
reduzida aos seus dois extremos sem meios termos; ela resume-se, ao estilo
lapidário, em A', dinheiro que vale mais dinheiro, valor que é maior do que ele
mesmo. (N.T.)
II. Contradição da fórmula geral.
A forma de circulação pela qual o dinheiro se torna
capital contradiz todas as leis desenvolvidas acima relacionadas à natureza das
mercadorias, ao valor, ao dinheiro e à própria circulação. Foi a diferença
puramente formal na ordem de sucessão [das duas fases opostas, a venda e a
compra inversa] que poderia ter produzido esse resultado?
Mais ainda, essa inversão só existe para uma das três pessoas [para um dos três contratantes]. Capitalista, eu compro mercadorias de A e vendo para B, A e B simplesmente intervêm como comprador e vendedor de mercadorias. Em ambos os casos, sou um mero possuidor de dinheiro ou uma mera posse de mercadorias em relação a um [ajo] como comprador ou dinheiro, no que diz respeito ao outro como vendedor ou mercadoria, mas em relação a qualquer um, não sou capitalista ou representante de algo que seria mais do que dinheiro ou mercadoria. Para A o negócio começou com uma venda, para B, terminou com uma compra, portanto exactamente como na circulação de mercadorias. Da mesma forma, se eu basear o direito aos ganhos de capital em cada uma das séries isoladas 28, A poderia vender directamente para B, e a possibilidade de ganhos de capital cairia.
Suponha que A e B comprem mercadorias directamente. Em termos de valor de uso, ambos podem ganhar. A pode até produzir mais da sua mercadoria do que B poderia produzir ao mesmo tempo e vice-versa, de modo que ambos ganham. Mas [é] diferente com o valor da troca. Aqui, magnitudes de valores iguais são trocadas, mesmo quando o dinheiro intervém como meio de circulação. P. 119 [164-165/161].
Do ponto de vista abstracto, na simples circulação das mercadorias, além de substituir um valor de uso por outro, há apenas uma mudança na forma [metamorfose] das mercadorias. Na medida em que ele [o movimento das mercadorias] só leva a uma mudança na forma do seu valor de uso, ele [faz] causa, quando esse fenómeno é realizado em toda a sua pureza [que] uma troca de equivalentes. Embora as mercadorias possam ser vendidas a preços diferentes do seu valor, somente quando a lei da troca de mercadorias for violada. Em sua forma pura, é [esta troca] uma troca de equivalentes; [não representa portanto], um meio para enriquecer. P. 120 [165-166/162].
Daí o erro de todas as tentativas de derivar a mais-valia da circulação de
mercadorias. Condillac, 121. [166/162-163]. Newmann, 122 [167/163].
Mas vamos admitir que a troca não ocorre na sua forma pura, que
não-equivalentes são trocados. Digamos que cada vendedor vende a sua mercadoria
10% acima do seu valor. Tudo permanece igual, o que todos ganham como vendedor,
ele perde como comprador. Assim como se o valor do dinheiro tivesse mudado em
10% - assim como os compradores estavam a comprar 10% abaixo do valor. S. 123
[168169/164] (Torrens).
O pressuposto de que a mais-valia
decorre de um aumento nos preços pressupõe que existe uma classe que compra sem
vender, ou seja, consome
sem produzir, [uma classe] para a qual o dinheiro flui constantemente, gratuitamente.29 Vender mercadorias acima do preço
para esta classe é recuperar em parte, por meios fraudulentos, dinheiro que
tinha sido dado sem receber nada em troca. (Ásia Menor e Roma). No entanto, o
vendedor está sempre frustrado e não consegue, dessa forma, enriquecer,
produzir mais-valia.
Vamos tomar como exemplo o caso da
fraude. A vende a B vinho que vale 40 libras para trigo que vale 50 libras. Um
ganha 10 [libras]. Mas A e B juntos têm apenas 90. A tem 50 e B [tem] apenas
40. O valor foi deslocado, mas não criado. No seu conjunto, a classe capitalista
de um país não pode lesar-se a si própria. P. 126 [170/166].
28 A série aqui são as duas transacções: comprar as mercadorias de A e vender as mercadorias para B. (N. T.)
29 Marx escreve que "o dinheiro com o qual uma tal
classe compra constantemente deve retornar constantemente dos cofres dos produtores
para o seu, gratuito, sem troca, voluntariamente ou em virtude de um direito
adquirido". (N.T.)
Então, se você trocar equivalentes, não há ganho de capital; se
não-equivalentes forem trocados, não há mais mais-valia. A movimentação de
mercadorias não cria um novo valor.
É por isso que deixamos de lado aqui as formas mais
antigas e populares de capital, capital comercial e capital usurário. Se não
queremos explicar o desenvolvimento do capital comercial pela simples fraude,
devemos recorrer a muitos termos intermediários que ainda faltam aqui. Ainda
mais para o capital usurário e o capital que rende juros. Posteriormente, ambos
aparecerão como formas derivadas; [também veremos] por que é que eles aparecem
historicamente diante do capital moderno.
A mais-valia não pode ser gerada a partir da circulação.
Mas fora dela. Além dele, o proprietário de mercadorias é um mero produtor das
suas mercadorias, cujo valor depende da quantidade - medida de acordo com uma
determinada lei social - do seu próprio trabalho contido nela; esse valor é
expresso em moeda de conta, por exemplo, num preço de 10. Mas esse valor não
vale ao mesmo tempo 11 libras; o seu trabalho cria valores, mas nenhum valor
que cresça por conta própria.30 Ele pode
agregar valor a um valor existente, mas apenas adicionando trabalho. O produtor
de mercadorias não pode, portanto, produzir ganhos de capital, fora da esfera
da circulação, sem entrar em contacto com outros proprietários de mercadorias.
O capital deve, portanto, surgir tanto na circulação
de mercadorias quanto fora dela.31 P. 128 [173/168].
Assim, a transformação do dinheiro em capital, deve
ser desenvolvida com base nas leis imanentes à troca de mercadorias, de modo
que a troca de equivalentes sirva de ponto de partida. O nosso possuidor de
dinheiro, que existe apenas no estado da crisálida capitalista, deve comprar as
mercadorias pelo seu valor, vendê-los pelo seu valor e, no entanto, retirar no
final do processo mais valor do que aquele que investiu. A sua metamorfose numa
borboleta deve ocorrer na esfera da circulação e ao mesmo tempo fora dessa
esfera. Estes são os dados do problema. Hic Rhodus, snag salta!32. S. 129
[173174/168-169].
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30 Engels usa a palavra marx sich verwerlende Werte,
"valores que se destacam" (N. T.)
31 Marx escreve: "O capital não
pode, portanto, resultar da circulação, nem pode ser o resultado da circulação.
Deve surgir tanto nele como fora dele. Um resultado duplo foi alcançado."
Esta passagem não existe na tradução de Roy. (N.T.)
32 Aqui é Rhodes, aqui salta! Ou seja, aqui você tem a oportunidade de mostrar os
seus talentos (N.R.)
III. Compra e venda da força de
trabalho.
A mudança do valor do dinheiro, que deve ser
transformado em capital, não pode ocorrer nesse próprio dinheiro, pois ele não
alcança na compra senão o preço da mercadoria; além disso, enquanto houver
dinheiro, o seu valor não muda e, na venda, a mercadoria apenas se transforma
da sua forma natural na sua forma dinheiro.
A transformação deve ocorrer, portanto, na mercadoria
[durante] o [processo] A-M-A, mas não com o seu valor de troca, uma vez que os
equivalentes são trocados; ela [essa transformação] só pode surgir do seu valor
de uso [das mercadorias] como tal, ou seja, do seu consumo [do seu uso]. Para
isso, é preciso ter uma mercadoria cujo valor de uso tenha a propriedade de ser
uma fonte de valor de troca, e essa mercadoria existe: [é] a força de trabalho. S. 130 [174-175/170].
Mas para o detentor do dinheiro encontrar a força de trabalho como uma mercadoria no mercado, ela deve ser vendida pelo seu próprio proprietário, ou seja, deve ser uma força de trabalho livre. Mas como tanto o comprador quanto o vendedor são, como contratantes, pessoas legalmente iguais, a força de trabalho deve ser vendida apenas temporariamente, pois, na venda a granel 33, o vendedor não permanece vendedor e torna-se uma mercadoria. Mas então, em vez de ser capaz de vender bens onde o seu trabalho é materializado, o proprietário deve ser capaz de vender a sua força de trabalho como uma mercadoria. S. 131 [175-176/1711.
A transformação do dinheiro em capital exige,
portanto, que o detentor do dinheiro encontre no mercado o trabalhador livre,
livre de um ponto de vista duplo. Primeiro, o trabalhador deve ser capaz de
dispor, pessoalmente, da sua força de trabalho como mercadoria que lhe pertence,
depois ele não deve ter outras mercadorias para vender e que, livre em todos os
sentidos da palavra, ele não tem nenhum dos objectos necessários para realizar a
sua força de trabalho. P. 132 [176/172].
Deve-se notar, aliás, que a relação entre o dono do
dinheiro e o possuidor da força de trabalho não é uma relação natural ou comum
em todos os momentos, social, mas uma relação histórica, produto de muitas
transformações económicas.
Assim, as categorias económicas consideradas até agora
também carregam o seu cunho histórico. Para se tornar uma mercadoria, o produto
não deve ser fabricado como meio imediato de subsistência; a massa de produtos
só pode assumir a forma de mercadorias dentro de um modo específico de
produção, o modo capitalista, embora a producção de mercadorias e circulação já
possa ocorrer onde a massa de produtos nunca se torna mercadoria. O dinheiro propriamente
dito 34 pode existir em todos os
momentos que atingiram um certo nível de movimentação de mercadorias; as formas
particulares de dinheiro, desde o simples equivalente à moeda mundial,
pressupõe diferentes estágios de desenvolvimento; no entanto, um movimento
muito fragilmente desenvolvido de mercadorias pode produzir todos elas. Por
outro lado, o capital só surge quando a condição definida acima é dada, e essa
condição abrange [todos] um período da história universal. S. 133
[177-178/173].
A força de trabalho tem um valor de troca, que é determinado, como o de todos as mercadorias pelo tempo de trabalho necessário para a sua producção, assim como a sua reprodução. O valor da força de trabalho é o valor dos meios de subsistência necessários para a preservação do seu proprietário, para a sua preservação num
________________________________
33 em francês no texto. (N.T.)
34 Paralelamente. (N.T.)
estado em que mantenha uma capacidade normal de trabalho. Esta julga-se segundo o clima, as condições naturais, etc., bem como pelo padrão de vida 35, dado historicamente em cada país. Elas [essas condições] variam, mas são fixadas para um determinado país e um período especificado. Ela [a soma dos meios de subsistência necessários] também inclui os meios de subsistência dos homens substitutos, ou seja, crianças, para que a raça desses possuidores particulares de mercadorias seja perpetuada. Além disso, para um trabalho hábil, ele [o mesmo] também inclui custos de aprendizagem. P. 135 [178-180/174475].
O limite mínimo do valor da força de trabalho é o
valor dos meios de subsistência fisicamente indispensáveis. Se o preço da força
de trabalho cair para esse mínimo, ele cai abaixo do seu valor, pois este
último pressupõe uma qualidade normal e não reduzida da força de trabalho. S.
136 [180-181/175-176].
A natureza do trabalho implica que a força de trabalho só é consumida após
a celebração do contrato e como, para tais mercadorias, o dinheiro é o meio de
pagamento mais frequente, ele [a força de trabalho] é pago, em todos os países
do modo de producção capitalista, somente após ser fornecido. Em todos os
lugares, portanto, o trabalhador credita ao capitalista.36 S. 137
[181-182/176-177].
O processo de consumo da força de trabalho é, ao mesmo
tempo, um processo de producção, mercadorias e mais-valia e esse consumo ocorre
fora da esfera da circulação. P. 140
[183-184/178].
_____________________________________
33 em francês no texto. (N.T.)
34 Idem. (N.T.)
35 Padrão de vida. (N.T.)
36 Marx escreve: "Em todos os
países onde prevalece o modo de producção capitalista, a força de trabalho só é
pavimentada quando já funcionou por um determinado tempo fixado pelo contrato.
O trabalhador, portanto, avança o valor usual da sua força em todos os lugares
para o capitalista; ele permite que ele seja consumido pelo comprador antes que
ele obtenha o preço; em suma, ele dá-lhe crédito em todos os lugares. (N.T.)
MAIS NA PRÓXIMA SEMANA
TERCEIRA PARTE A PRODUÇÃO DA MAIS-VALIA ABSOLUTA.........32
I. Processos de trabalho e processos de valorização.......32
II. Capital constante e capital
variável............ 33
III. A taxa de mais-valia................34
IV. O dia do trabalho............ 35
V. Taxa e massa da mais-valia ..................37
QUARTA PARTE A PRODUÇÃO DE MAIS-VALIA RELATIVA.................. 39
I. Noção da mais-valia
relativa.............................39
II. A cooperação............................39
III. Divisão de Trabalho e Manufactura..........................42
IV. Maquinaria e grande indústria.........................45
V. Novas pesquisas sobre a producção de
mais-valia
SUPLEMENTO E COMPLEMENTO DO LIVRO III DO
"CAPITAL"................................................................................................................52
1. LEI DE VALOR E TAXA
DE LUCRO. "PROFIT RATE"......................52
2. A BOLSA...........................................................................................................62
FRANZ MEHRING: “O
CAPITAL” .....................................................65
I. AS DORES DA INFÂNCIA
..............................................65
II. O PRIMEIRO LIVRO...............................................................................67
ROSA LUXEMBURGO
.........................................................................76
III. O SEGUNDO E
TERCEIRO LIVROS.........76
NOTA DOS EDITORES
Fonte: ENGELS: Pour comprendre « le capital », document – les 7 du quebec
Traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice
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