domingo, 2 de janeiro de 2022

PCTP/MRPP: Reveladas verdadeiras razões para a participação nas eleições burguesas!


 

Finalmente, no passado dia 30 de Dezembro de 2021, a dupla revisionista e social-fascista Cidália Guerreiro/ João Pinto, que tomou de assalto, a golpe, a direcção do PCTP/MRPP, fez publicar nas páginas do Órgão Central do Partido – o Luta Popular online – um comunicado onde tenta “justificar” as razões para a sua decisão de participar nas próximas eleições legislativas burguesas, que irão ocorrer no final de Janeiro de 2022.

Um texto profundamente reaccionário onde não se apresenta nenhum argumento político, mormente o de aproveitamento do período eleitoral, em que a burguesia é obrigada - para não perder de vez a sua face de falsa democracia – a dar espaço de opinião a todas as correntes políticas que se manifestam na sociedade.

Mas, tão só razões que se prendem com o “momento de reorganização e reforço das suas fileiras” (???) ou, tal como eu já havia denunciado no meu artigo “A Questão Nacional e a participação dos comunistas em eleições burguesas aceleraram o “golpe de estado” revisionista que ocorreu no PCTP/MRPP” - https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2021/12/a-questao-nacional-e-participacao-dos.html -, com uma “situação financeira bastante difícil” que o Partido atravessa.

Um texto profundamente reaccionário e oportunista que, no entanto, serve também para tornar mais clara a existência de duas linhas antagónicas – a linha burguesa e a linha operária revolucionária -  quanto ao papel que um verdadeiro Partido Operário Revolucionário deve assumir nas actuais condições políticas, que se caracterizam por um cada vez maior exacerbar da luta entre os dois blocos imperialistas mundiais, e que estratégia deve conduzir para defender os interesses autónomos da classe operária e restantes escravos assalariados.

O comunicado evidencia a existência de um “antes” e um “depois” das “Teses da Urgeiriça”, um texto magnífico do camarada Arnaldo Matos, em que este nos propôs uma brilhante síntese das razões históricas que levaram à derrota das Revoluções russa e chinesa, para de seguida nos traçar a linha estratégica e táctica que, face à situação política actual, o Partido deveria prosseguir e reforçar.

Segue-se, depois, um chorrilho de alarvices empíricas e pequeno-burguesas burocráticas e reaccionárias, que demonstram a falta de vergonha e de acerto da dupla revisionista e social-fascista Cidália/Pinto, quando estes reconhecem, expressamente, que o objectivo da participação nas próximas eleições legislativas burguesas não é, pois, político, nem tão pouco para a divulgação do programa político dos comunistas, mas tão só de “calendário” e ... “sobrevivência financeira”!

Esta gente revela-se profundamente oportunista e reaccionária. Para além de alegarem a “falta de tempo” para que se tomassem decisões – 36 dias -, como se fosse o tempo que estivesse em causa e não a componente política reaccionária da decisão, vêem com o “papão” da “sobrevivência” do Partido. Uma inversão total do método de análise materialista dialéctico.

Escamoteando que foi esta dupla social-fascista e revisionista, reaccionária, que levou à fragmentação que hoje se vive no Partido, promovendo o clima de golpe e assassinato de carácter de vários militantes e simpatizantes do Partido. Escamoteando que se a ilegalização ocorrer, isso se ficará a dever à irrelevância a que sujeitaram o Partido e não tanto à acção directa do poder burguês que tem neles o moço de recados para levar a cabo tal tarefa.

Esta gente quer-nos arrastar para paradigmas do passado. Apela às “tradições”, mesmo quando elas se tenham revelado contrárias ao progresso e à revolução. Refugiam-se no período do “antes” das “Teses da Urgeiriça”. E são, por isso, notoriamente reaccionários. Continuam no cenário da “frente de unidade democrática e patriótica”, assente na matriz política do “marxismo-leninismo-maoísmo”. Nada perceberam das análises que o camarada Arnaldo Matos nos apresentou e dos caminhos que nos propôs.

E mergulharam o Partido na agonia que vive, a resvalar para a sua dissolução, já que a classe operária compreendeu – primeiro do que eles – que a participação dos comunistas nas mascaradas eleitorais burguesas, apenas servem para a burguesia arregimentar, no seu seio, a matéria-prima viva necessária para servir de carne para canhão para as guerras inter-imperialistas que estão em preparação para assegurar a hegemonia de um dos blocos imperialistas sobre o outro.

Luis Júdice

 

 

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