Finalmente, no passado dia 30 de Dezembro de 2021, a dupla
revisionista e social-fascista Cidália Guerreiro/ João Pinto, que tomou de
assalto, a golpe, a direcção do PCTP/MRPP, fez publicar nas páginas do Órgão
Central do Partido – o Luta Popular online – um comunicado onde tenta
“justificar” as razões para a sua decisão de participar nas próximas eleições
legislativas burguesas, que irão ocorrer no final de Janeiro de 2022.
Um texto profundamente reaccionário onde não se apresenta nenhum
argumento político, mormente o de aproveitamento do período eleitoral, em que a
burguesia é obrigada - para não perder de vez a sua face de falsa democracia –
a dar espaço de opinião a todas as correntes políticas que se manifestam na
sociedade.
Mas, tão só razões que se prendem com o “momento de reorganização e
reforço das suas fileiras” (???) ou, tal como eu já havia denunciado no meu
artigo “A Questão Nacional e a participação dos comunistas
em eleições burguesas aceleraram o “golpe de estado” revisionista que ocorreu
no PCTP/MRPP” - https://queonossosilencionaomateinocentes.blogspot.com/2021/12/a-questao-nacional-e-participacao-dos.html -, com uma
“situação financeira bastante difícil” que o Partido atravessa.
Um texto profundamente reaccionário e oportunista
que, no entanto, serve também para tornar mais clara a existência de duas
linhas antagónicas – a linha burguesa e a linha operária revolucionária - quanto ao papel que um verdadeiro Partido
Operário Revolucionário deve assumir nas actuais condições políticas, que se
caracterizam por um cada vez maior exacerbar da luta entre os dois blocos
imperialistas mundiais, e que estratégia deve conduzir para defender os
interesses autónomos da classe operária e restantes escravos assalariados.
O comunicado evidencia a existência de um “antes” e
um “depois” das “Teses da Urgeiriça”, um texto magnífico do camarada Arnaldo
Matos, em que este nos propôs uma brilhante síntese das razões históricas que
levaram à derrota das Revoluções russa e chinesa, para de seguida nos traçar a
linha estratégica e táctica que, face à situação política actual, o Partido
deveria prosseguir e reforçar.
Segue-se, depois, um chorrilho de alarvices
empíricas e pequeno-burguesas burocráticas e reaccionárias, que demonstram a
falta de vergonha e de acerto da dupla revisionista e social-fascista Cidália/Pinto,
quando estes reconhecem, expressamente, que o objectivo da participação nas
próximas eleições legislativas burguesas não é, pois, político, nem tão pouco
para a divulgação do programa político dos comunistas, mas tão só de
“calendário” e ... “sobrevivência financeira”!
Esta gente revela-se profundamente oportunista e
reaccionária. Para além de alegarem a “falta de tempo” para que se tomassem
decisões – 36 dias -, como se fosse o tempo que estivesse em causa e não a
componente política reaccionária da decisão, vêem com o “papão” da
“sobrevivência” do Partido. Uma inversão total do método de análise
materialista dialéctico.
Escamoteando que foi esta dupla social-fascista e
revisionista, reaccionária, que levou à fragmentação que hoje se vive no
Partido, promovendo o clima de golpe e assassinato de carácter de vários
militantes e simpatizantes do Partido. Escamoteando que se a ilegalização
ocorrer, isso se ficará a dever à irrelevância a que sujeitaram o Partido e não
tanto à acção directa do poder burguês que tem neles o moço de recados para
levar a cabo tal tarefa.
Esta gente quer-nos arrastar para paradigmas do
passado. Apela às “tradições”, mesmo quando elas se tenham revelado contrárias
ao progresso e à revolução. Refugiam-se no período do “antes” das “Teses da
Urgeiriça”. E são, por isso, notoriamente reaccionários. Continuam no cenário
da “frente de unidade democrática e patriótica”, assente na matriz política do
“marxismo-leninismo-maoísmo”. Nada perceberam das análises que o camarada
Arnaldo Matos nos apresentou e dos caminhos que nos propôs.
E mergulharam o Partido na agonia que vive, a
resvalar para a sua dissolução, já que a classe operária compreendeu – primeiro
do que eles – que a participação dos comunistas nas mascaradas eleitorais
burguesas, apenas servem para a burguesia arregimentar, no seu seio, a
matéria-prima viva necessária para servir de carne para canhão para as guerras
inter-imperialistas que estão em preparação para assegurar a hegemonia de um
dos blocos imperialistas sobre o outro.
Luis Júdice
Sem comentários:
Enviar um comentário