17 de Setembro de 2024 Robert Bibeau
As 7 verdades que revelam a realidade do conflito
israelo-palestiniano
Por Mustapha STAMBOULI
Este artigo explora a complexidade do conflito israelo-palestiniano através de sete pontos, cada um revelando verdades fundamentais. Discute a dependência estratégica de Israel em relação aos Estados Unidos, bem como as violações das normas internacionais e as suas consequências humanitárias. O imperialismo americano é apresentado, destacando Israel como um peão num jogo geopolítico mais vasto. A falta de apoio dos países árabes à causa palestiniana e a ineficácia do sistema de governação mundial são também analisadas, assim como a hipocrisia das potências ocidentais. Por último, é analisado o silêncio da China sobre esta questão, apelando a uma acção colectiva para garantir um futuro de paz e justiça para o povo palestiniano.
(Veja a posição da resistência libanesa sobre este
assunto: https://les7duquebec.net/archives/294042
O ataque preventivo da Resistência Palestiniana em Gaza marcou um ponto de viragem significativo no panorama geopolítico do Médio Oriente, mergulhando a região num ciclo sem precedentes de violência e destruição. Esta guerra, para além do seu carácter militar, trouxe à luz verdades profundas e perturbadoras sobre as dinâmicas de poder regionais e internacionais, a dependência estratégica de Israel em relação aos Estados Unidos e o impacto desastroso na população civil de Gaza. A interacção entre actores regionais, a mobilização das forças da Resistência Libanesa e o envolvimento de outras potências, como o Iémen, sublinham a complexidade desta crise. No momento em que o mundo assiste a uma crise humanitária de proporções alarmantes, torna-se crucial questionar as responsabilidades dos actores envolvidos e as reformas urgentes necessárias para restaurar uma paz justa e duradoura.
11 meses após o lançamento do ataque surpresa da Resistência Palestiniana
em Gaza, que levou à captura de centenas de soldados israelitas, teve lugar uma
ofensiva que mergulhou a população civil no horror e destruiu mais de metade de
Gaza. Desde o início, a Resistência Libanesa esteve comprometida ao lado da
Resistência Palestiniana, lançando uma guerra de desgaste contra Israel e
mobilizando uma parte significativa do exército israelita no norte da Palestina
ocupada. O Iêmen também desempenhou um papel crucial no bloqueio de qualquer
aproximação marítima à entidade sionista com uma frota naval eficaz.
.
EX-PRIMEIRO-MINISTRO FRANCÊS Dominique
de Villepin expõe posição do governo francês no conflito nacional-anticolonial
palestino: https://www.mondialisation.ca/gaza-lancien-premier-ministre-francais-m-de-villepin-denonce-le-plus-grand-scandale-historique/5692330?doing_wp_cron=1726339400.0085721015930175781250
Esta guerra revelou verdades importantes que moldarão o futuro do Médio
Oriente e não só:
1. Israel demonstrou claramente as suas limitações ao depender fortemente
da intervenção dos Estados Unidos e de alguns membros da NATO para assegurar a
sua defesa, através do fornecimento de tropas, equipamento ofensivo e munições.
Sem este apoio externo fundamental, dificilmente esta entidade teria conseguido
resistir mais de um mês perante a determinação da resistência palestiniana e
libanesa. Esta dependência põe em causa a sua capacidade de travar conflitos na
região de forma autónoma e levanta dúvidas sobre a sua viabilidade a longo
prazo. De facto, ao depender excessivamente destas alianças para a sua
sobrevivência, a entidade sionista corre o risco de se tornar cada vez mais
vulnerável e de perder o seu papel de guardiã dos interesses dos EUA e a sua
legitimidade aos olhos da comunidade internacional.
2. A recente escalada
do conflito em Gaza expôs claramente ao mundo o carácter agressivo e ilegal da
entidade sionista, pondo em evidência a sua flagrante violação das normas
internacionais. Os bombardeamentos indiscriminados e a utilização de bombas
proibidas causaram dezenas de milhares de vítimas civis, a destruição total de
infra-estruturas vitais (água, electricidade, estradas, hospitais, escolas e
universidades, locais de culto, etc.), a devastação de terras agrícolas e o
massacre de gado. Para além disso, Gaza enfrenta um bloqueio que dificulta o
fornecimento de bens essenciais à sua população, já de si em dificuldades. Este
conflito armado não é apenas um confronto militar, tornou-se uma guerra de
angústia humanitária, na qual a população de Gaza está a ser deliberadamente
visada, com o objectivo de a privar de recursos vitais e de a condenar a uma
morte lenta por inanição. Estes actos desumanos têm de ser denunciados e os
responsáveis têm de responder pelos seus actos. É imperativo que a comunidade
internacional actue urgentemente para pôr termo a esta tragédia humanitária e
para assegurar a protecção dos civis inocentes apanhados neste conflito
devastador. É tempo de a paz e a justiça prevalecerem nesta região conturbada e
de os direitos fundamentais de todos os seres humanos serem respeitados.
3. Esta guerra revelou o verdadeiro papel dos Estados Unidos. Tornou-se
claro que a entidade sionista é apenas um peão no jogo do imperialismo
americano, que continua a actuar como o principal inimigo dos palestinianos.
Esta constatação deve agora ser tida em conta na elaboração da futura
estratégia do Eixo da Resistência. É imperativo que os actores envolvidos
compreendam plenamente esta realidade, a fim de avançarem de forma eficaz e
coerente na luta pela liberdade e pela justiça para o povo palestiniano.
4. Fora do eixo xiita,
os países árabes têm-se mostrado mais solidários com Israel do que com a
própria entidade, prestando serviços e fornecimentos para contornar o bloqueio
imposto pelo Iémen, a fim de apoiar a entidade sionista. Esta constatação leva-nos
a tirar conclusões sobre a obediência destes países às directivas dos EUA,
tornando-os potenciais alvos no futuro.
5. No rescaldo da Segunda Guerra Mundial, o sistema de governação mundial
estabelecido revelou-se inadequado e ineficaz para lidar com a crise na região
de Gaza. O Conselho de Segurança ficou paralisado devido ao abuso do veto por
parte dos Estados Unidos, deixando o mundo sem qualquer recurso efectivo para
resolver o conflito. Até mesmo as decisões da justiça internacional foram
bloqueadas, ameaçadas pela influência dos Estados Unidos e pela recusa da
entidade sionista em implementá-las.
Esta situação suscitou sérias preocupações quanto à capacidade das nações
do mundo para chegarem a uma resolução pacífica e justa da situação em Gaza.
Interesses geopolíticos e lealdades políticas conflituantes têm dificultado os
esforços para fazer cumprir as decisões dos organismos internacionais, criando
um clima de impunidade para os envolvidos.
Tornou-se evidente a necessidade de reformas para garantir uma governação
mundial mais equitativa e eficaz, em que os interesses de todas as partes
interessadas sejam tidos em conta de forma justa. É imperativo promover um
diálogo aberto e construtivo entre todas as partes interessadas, a fim de
encontrar soluções duradouras e pacíficas para os conflitos mundiais.
6. A guerra de extermínio dos palestinianos levada a cabo pela entidade sionista não só pôs a nu a hipocrisia do Ocidente, que se orgulha de promover a democracia, os direitos humanos e a paz mundial, como também pôs em evidência o seu apoio incondicional a esta barbárie. Esta situação levanta questões fundamentais sobre a coerência entre os valores proclamados e as acções concretas. Ao recusarem-se a condenar estas atrocidades, as potências ocidentais são cúmplices de crimes contra a humanidade, pondo em causa a sua própria credibilidade na cena internacional. É imperativo que a comunidade internacional actue de forma decisiva para pôr termo a esta violência e reafirmar o seu empenhamento nos princípios fundamentais da justiça e do respeito pelos direitos humanos.
7. O papel de espectador da China neste conflito contra a existência dos palestinianos é profundamente decepcionante. É inegável que a China possui os recursos e a capacidade para parar esta máquina de destruição e impedir a aniquilação do povo palestiniano. O silêncio da China sobre esta questão põe em causa a sua posição enquanto actor mundial responsável e empenhado na justiça e nos direitos humanos. Esta falta de acção levanta dúvidas sobre a fiabilidade e a credibilidade da China como parceiro nos assuntos internacionais e na preservação da paz mundial. É fundamental que a China reconsidere a sua atitude passiva e tome medidas concretas para promover a paz e a justiça na região.
Em conclusão, a actual situação no Médio Oriente, exacerbada pela aniquilação de Gaza e da sua população pelo eixo sionista do mal, põe em evidência questões complexas e interligadas que transcendem as fronteiras nacionais e envolvem uma multiplicidade de intervenientes. Tornou-se claro que as dimensões histórica, geopolítica, humanitária e ética do conflito criam uma imagem perturbadora mas reveladora dos desafios persistentes que a região enfrenta.
No seu conjunto, estes desafios sublinham a necessidade de uma consciência colectiva e de uma acção coordenada por parte da comunidade internacional. O silêncio prolongado perante as violações dos direitos humanos e as crises humanitárias não só está moralmente falido, como também constitui um obstáculo a uma paz duradoura. O empenhamento das potências ocidentais, muitas vezes ambíguo, exige uma reavaliação dos valores que proclamam, nomeadamente em termos de justiça e de equidade.
No início de um novo capítulo da história da resistência palestiniana e das relações no Médio Oriente, resta a esperança de um futuro em que a dignidade humana e a justiça prevaleçam. Para que isso aconteça, é essencial que os poderosos do mundo se unam para promover a paz, evitar uma escalada do conflito e apoiar reformas abrangentes que tenham em conta as legítimas aspirações de todas as partes envolvidas, em particular as do povo palestiniano. Este caminho para uma co-existência pacífica que respeite os direitos de todos exige não só uma acção imediata, mas também um compromisso a longo prazo para um futuro melhor para toda a região.
Para encerrar este texto, ofereço este poema, que traz um toque de esperança e resiliência:
Na sombra de Gaza,
Os gritos de uma
história silenciosa,
Esperanças feridas,
Sob céus atormentados,
A dignidade vacila,
Os muros erguem-se,
Mas a humanidade
anseia.
Perante a injustiça,
O silêncio pesa,
Uma falência moral,
Vozes abafadas,
Ecos de um apelo à
unidade,
Para uma paz há muito
esperada,
E a justiça
restaurada.
No coração desta luta,
Os sonhos tomam forma,
Um futuro a construir,
Unidos na resistência,
As pessoas estão à
procura,
Um caminho de luz,
Para quebrar as
correntes,
E restaurar a
esperança.
Escutai, ó poderosos,
O grito da Terra,
Das paixões legítimas,
Unam as nossas forças,
Para curar as feridas,
Evitar a escalada,
Cultivar um futuro,
Onde os direitos são
protegidos,
Onde cada vida conta.
Numa busca pela paz,
A sua resistência
ergue-se,
Uma canção pela
dignidade,
Para cada ser humano,
A esperança persiste,
Determinados,
Por um mundo de
justiça,
E convivência
sustentável.
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Mustapha STAMBOULI
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https://www.legrandsoir.info/les-7-verites-qui-devoilent-la-realite-du-conflit-israelo-palestinien.html
Fonte: La guerre nationaliste et coloniale asymétrique israélo-palestinienne – les 7 du quebec
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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