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Pela primeira vez, Emmanuel Todd fala longamente sobre a situação em Gaza,
regressa à guerra na Ucrânia e analisa o estado do macro-lepenismo durante uma
entrevista excepcional a Aude Lancelin
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"Ser uma
democracia dá o direito de matar": Emmanuel Todd critica justificação
ocidental das guerras
Agência Anadolu – 20 de Setembro de 2024 – Ümit Dönmez
O historiador francês critica a ideia de que as democracias podem justificar a violência externa pelo seu regime político
Ile-de-France
AA / Paris / Ümit Dönmez
Emmanuel Todd, convidado do Quartier Général de quinta-feira com Aude
Lancelin, introduziu um conceito provocador a que chama “democracia 007”.
Segundo ele, este termo refere-se à ideia de que as democracias ocidentais,
como os Estados Unidos ou Israel, justificam o seu direito de intervir
militarmente com o pretexto de um debate democrático interno. “Licence to
kill”, uma expressão retirada do mundo de James Bond, ilustra esta ideia de um
direito auto-proclamado de matar.
Durante a entrevista, Todd criticou o argumento de que os Estados
democráticos podem legitimar as suas acções militares, citando o exemplo de
Israel no contexto do conflito em Gaza. “Tudo bem, 40.000 mortos em Gaza, mas
Israel continua a ser uma democracia”, ironizou, denunciando o que considerou
ser uma retórica hipócrita baseada numa visão racial da democracia israelita,
onde o casamento civil não existe. Segundo Todd, esta democracia torna-se um
pretexto para justificar agressões que seriam inaceitáveis noutros regimes.
Este discurso faz parte de uma crítica mais alargada ao Ocidente, em que
Todd vê um afastamento dos valores democráticos, em que ser uma democracia se
torna uma desculpa para a violência, em vez de uma garantia de paz.
Recorde-se que as tensões entre Israel e o Hezbollah se intensificaram nos
últimos dias, na sequência de uma vaga de explosões que atingiram aparelhos sem
fios “ICOM” em todo o Líbano, na quarta-feira, matando 25 pessoas e ferindo
450. Estas explosões seguiram-se a explosões semelhantes em beepers na terça-feira,
que mataram 12 pessoas, incluindo duas crianças, e feriram 2.800, 300 das quais
em estado crítico.
O Governo libanês e o Hezbollah responsabilizaram Israel pelas explosões e
ameaçaram-no com “graves consequências”. Israel não reagiu às explosões, que
ocorreram no âmbito de uma escalada da guerra transfronteiriça entre Israel e o
Hezbollah.
A guerra de Israel contra a Faixa de Gaza, lançada em 7 de Outubro de 2023
na sequência de um ataque transfronteiriço do Hamas, já causou cerca de 41 300
mortos, sobretudo mulheres e crianças.
Israel enfrenta também acusações de genocídio perante o Tribunal
Internacional de Justiça pelas suas acções na Faixa de Gaza.
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Nota 0 de do: estruturas familiares
É uma entrevista muito interessante. Mas não vou ao ponto de concordar que as revoluções comunistas se fazem graças ou por causa das estruturas familiares, que apenas podem desempenhar um papel, ainda que importante, mas obviamente secundário em relação à luta de classes.
Nota 1 de do: Sobre o "Pacto
Germano-Soviético"
Quanto ao chamado pacto “germano-soviético”, o seu verdadeiro nome é “Pacto de Não-Agressão”, e só foi assinado por Estaline porque a França e a Grã-Bretanha tinham assinado o Pacto de Munique cerca de um ano antes, em 1938, entregando a Checoslováquia e o seu poderoso exército a Hitler com o objectivo oculto (fazia parte do secretismo dos acordos) de que este destruísse a URSS.
Ao assinar o Pacto de Não-Agressão, Estaline esperava apenas atrasar a invasão alemã da Rússia o tempo suficiente para dar à Rússia tempo para se preparar para a guerra.
Pacto de não agressão: http://mai68.org/spip2/spip.php?article539
Nota 2 de do: As "elites" acreditavam nos
jornais?
Quando Emmanuel Todd nos diz que as elites foram enganadas pelos jornais, esquece-se de que os jornais são financiados por multimilionários e que dizem o que lhes é ordenado. Emmanuel Todd diz, nomeadamente, que é o Le Monde que tem andado a dizer disparates, esquecendo completamente que este jornal está nas mãos dos serviços secretos. Foram estes serviços que avaliaram mal a situação na Rússia.
O Le Monde
pertence aos serviços secretos franceses?
http://mai68.org/spip/spip.php?article5249
Extracto:
“Em 31 de Março de 2000, o Tribunal de Recurso de Paris julgou improcedente
a acção de difamação intentada por Jean-Marie Colombani, director do Le Monde,
e Jacques Isnard, especialista em defesa do jornal, contra Jean-Paul Gouteux e
o seu livro Un génocide secret d'État. A
França e o Ruanda 1990-1997.
“Durante todo o genocídio perpetrado de Abril a Junho de 1994 pelo “Poder
Hutu” contra a comunidade tutsi no Ruanda - graças à cumplicidade activa das
autoridades francesas - o Le Monde foi acusado por Jean-Paul Gouteux de ter
relatado a situação com parcialidade em relação às autoridades francesas.
“O segundo livro de Jean-Paul Gouteux, publicado em 1999, foi igualmente
contestado pelo Le Monde. Os tribunais reconheceram que o autor de Un génocide secret d'État agiu de boa
fé. O Tribunal de Grande Instância de Paris chegou mesmo a afirmar, preto no
branco, na sua argumentação, que os dois jornalistas [Jean-Marie Colombani e
Jacques Isnard] podiam ser justificadamente qualificados como correspondentes
honrados dos serviços franceses, liderados pela DGSE.
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Tudo de bom para vós,
do
http://mai68.org/spip3
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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