14 de Setembro de
2024 Robert Bibeau Sem comentários
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A incursão ucraniana na região russa de Kursk está a chegar ao fim.
O comando ucraniano tinha enviado para a região as suas melhores tropas e equipamento. Chegou mesmo a enviar as suas últimas reservas motorizadas para a operação. Na semana passada, reforçou o contingente. Mas quatro semanas de bombardeamentos russos e de ataques de artilharia tiveram o seu preço.
Fosse qual fosse o objectivo da
incursão, não foi alcançado. Por breves instantes, a moral ucraniana foi
reforçada, mas esse efeito já se desvaneceu.
O preço foi elevado. Metade das tropas e
do equipamento investidos na incursão desapareceram.
A Rússia parece
acreditar que já não tem muito a ganhar com esta armadilha e começou a
fechá-la. Ontem, um rápido ataque de fuzileiros navais e pára-quedistas russos
libertou dez cidades e aldeias das forças ucranianas. Hoje, pelo menos mais
três cidades foram libertadas.
A maior parte dos tanques e veículos blindados de combate que os ucranianos tinham trazido para a batalha desapareceram. Terão de se retirar em qualquer veículo que encontrem. E terão de o fazer sob bombardeamentos constantes. Dentro de duas ou três semanas, os ucranianos que sobreviveram estarão provavelmente de volta às suas próprias fronteiras.
O Secretário de Estado norte-americano Blinken está hoje em Kiev. Provavelmente informará os ucranianos de que estão agora autorizados a utilizar armas americanas, em particular mísseis de longo alcance, contra alvos na Rússia.
Colocam-se duas questões:
- Quantos mísseis americanos de longo alcance é que a Ucrânia ainda possui?
- Quantos alvos militares na Rússia ainda não foram evacuados ou receberam protecção adicional?
Penso que estes dois números são baixos.
A administração Biden tem discutido esta questão. Diz-se que o Pentágono se opõe a que a Ucrânia actue desta forma. Os generais sabem o que a Rússia pode fazer e temem retaliações. No entanto, os belicistas do Departamento de Estado parecem ter ganho a discussão.
Mas é o Pentágono que vai decidir se vai ou não reabastecer. Os ucranianos não receberão mísseis adicionais se os generais estiverem determinados a bloqueá-los.
O Wall Street Journal relata que a Ucrânia está sob pressão
para pensar numa solução final:
Alguns diplomatas europeus acreditam que a Ucrânia deve ser mais realista nos seus objectivos de guerra. Isso poderia ajudar as autoridades ocidentais a defender junto dos seus respectivos eleitores a necessidade de obter armas e ajuda ao país.
Altos responsáveis
europeus dizem que Kiev foi informada de que uma vitória total da Ucrânia
exigiria que o Ocidente fornecesse centenas de milhares de milhões de dólares
em apoio, algo que nem Washington nem a Europa podem fazer realisticamente.
Zelensky terá de apresentar um plano B, mais realista do que a sua actual
posição linha-dura nas negociações. Para qualquer cessar-fogo ou paz, a Ucrânia
terá de ceder terras, uma boa parte delas, e terá de cumprir condições
adicionais.
Se Zelensky não conseguir alcançar tal solução, alguém será encontrado para
preencher esse papel.
Moon of Alabama
Traduzido por Wayan,
revisto por Hervé, para o Saker Francophone. Sobre a Ucrânia SitRep. Fim da incursão no
Kursk – Mísseis de longo alcance – Fim da guerra | O Saker francophone
Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis
Júdice
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